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Arana ganha pontos e aumenta impasse na lateral esquerda da seleção de Tite

Guilherme Arana em ação durante o jogo da seleção brasileira contra o Chile, pelas Eliminatórias, na última quinta-feira (24) - Lucas Figueiredo/CBF
Guilherme Arana em ação durante o jogo da seleção brasileira contra o Chile, pelas Eliminatórias, na última quinta-feira (24) Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Gabriel Carneiro e Igor Siqueira

Do UOL, em São Paulo e Rio de Janeiro

26/03/2022 04h00

Classificação e Jogos

A seleção brasileira só joga mais cinco vezes antes da convocação final para a Copa do Mundo do Qatar, em outubro. Já está claro que Tite terá dores de cabeça para escolher 23 ou 26 jogadores em várias posições, mas a lateral esquerda é que mais chama a atenção neste momento. São quatro jogadores em boa fase em seus clubes e firmes na briga por duas vagas: Alex Sandro, Alex Telles, Guilherme Arana e Renan Lodi.

O momento é todo de Arana. O jogador do Atlético-MG foi titular na goleada por 4 a 0 sobre o Chile, na última quinta-feira (24), na segunda vez em que saiu jogando com a Amarelinha. O desempenho foi bom, tanto tecnicamente quanto taticamente. Nos dois jogos. Ele ganha pontos nessa disputa ao aproveitar a brecha da convocação proporcionada pela lesão de Alex Sandro na Juventus.

No Maracanã, Arana atuou os 96 minutos com uma precisão de passes que lhe fez ser notado: 95% nas mais de 40 vezes em que tocou na bola contra o Chile. Também contribuiu com dois desarmes, três duelos pessoais contra atacantes adversários vencidos em quatro lances — o único que perdeu foi um gol anulado de Vidal. Ele acertou dois cruzamentos e duas finalizações.

Do ponto de vista tático, o jogador de 24 anos compreendeu o que Tite pediu nos dois treinamentos anteriores ao jogo e cumpriu a função. Quando o Brasil tinha a posse de bola, ele podia se desmarcar e aparecer como elemento surpresa, um sexto homem de ataque para furar a retranca chilena, numa espécie de 3-2-5 que podia se formar. Sem a bola, alinhava-se com os zagueiros e o lateral-direito Danilo no 4-2-3-1 e tinha funções defensivas típicas, com a única diferença de que às vezes marcava um pouco mais avançado para evitar que Vini Jr acompanhasse as descidas de Isla até o campo do Brasil.

Arana gostou de seu desempenho na goleada. "Fiz um bom jogo, sim. Feliz demais com a minha atuação. Mas eu tenho que mostrar todos os dias, tanto no meu clube, quanto aqui, quando aparecer a oportunidade. Acredito que fiz um bom jogo e agora é manter a sequência, dentro do meu clube e aqui, ajustando algumas coisas para sempre evoluir", disse o lateral-esquerdo, perguntado sobre a forte concorrência da posição pensando no Qatar:

A disputa é sadia. Independentemente de quem joga o companheiro vai estar torcendo. Cito o exemplo do Alex [Telles], vibrando com lances meus. Quando ele estiver jogando sempre vou estar torcendo também. Então a gente deixa essa pulga atrás da orelha para o professor Tite (risos)".

Quem é quem na disputa?

Alex Sandro (Juventus)

Alex Sandro - Buda Mendes/Getty Images - Buda Mendes/Getty Images
Alex Sandro tem 35 jogos pela seleção brasileira e dois gols marcados
Imagem: Buda Mendes/Getty Images

É atualmente quem Tite imagina como titular para a posição e só não foi chamado para a data Fifa atual porque está lesionado. A comissão técnica vê nele a figura com experiência e papel tático para ir ao encontro do que se imagina para a lateral, considerando quem está na parte ofensiva, que é Vini Jr. É quem pode ser tanto um terceiro defensor, quanto alguém mais avançado, retrato do que Tite conceitua como "ponto de equilíbrio".

Alex Telles (Manchester United)

Alex Telles - Lucas Figueiredo/CBF - Lucas Figueiredo/CBF
Alex Telles tem cinco jogos pela seleção brasileira
Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

É um jogador que transita bem entre um lateral que pode ir ao fundo e construir mais pelo meio. Na parte defensiva, é equilibrado também. Como diferencial, a batida "venenosa" na bola. Quando esteve em campo, foi o responsável pelas cobranças de falta laterais pelo lado esquerdo, o que lhe dá pontos na disputa. Já jogou cinco partidas e não comprometeu, mas também não brilhou.

Guilherme Arana (Atlético-MG)

Arana - Lucas Figueiredo/CBF - Lucas Figueiredo/CBF
Guilherme Arana tem dois jogos pela seleção brasileira
Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Foi bem e elogiado por Tite nas duas vezes em que atuou. Como característica, aparece em diagonal da esquerda para o meio, com uma finalização que pode levar perigo. Essa chegada à frente foi treinada durante a semana na Granja Comary. Também é bom construtor de jogadas, evolução que a comissão técnica da seleção credita ao trabalho com Jorge Sampaoli, quando o argentino estava à frente do Atlético-MG.

Renan Lodi (Atlético de Madri)

Renan Lodi - Lucas Figueiredo/CBF - Lucas Figueiredo/CBF
Renan Lodi tem 15 jogos pela seleção brasileira
Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Pelo papel que tem exercido no Atlético de Madri e o jeito que a seleção está atuando agora, tem uma característica um pouco diferente do que é necessário para o time titular. Mesmo assim, continua sendo acompanhado, até porque vive boa fase, com gols importantes no Campeonato Espanhol e na Liga dos Campeões.

É um jogador mais com característica de passagem ao fundo no ataque, que dá amplitude pela esquerda. Isso se choca um pouco com a função de Vini Jr. na frente. No clube espanhol, tem até atuado na segunda linha de meio-campo. Perdeu espaço na seleção por não ter se vacinado contra a covid-19 e ainda traz no histórico o erro na final da Copa América contra a Argentina, em 2021.

Quem deve ser o lateral-esquerdo titular da seleção?

Resultado parcial

Total de 233 votos
3,43%
Ettore Chiereguini/AGIF
2,58%
Miguel Schincariol
90,13%
Lucas Figueiredo/CBF
3,43%
MB Media/Getty Images
0,43%
Alessandra Torres/AGIF