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OPINIÃO

Colunistas opinam: Jogadores, técnico ou diretoria? Qual o problema do PSG?

Neymar no jogo de eliminação do PSG contra o Real Madrid na Liga dos Campeões - Javier Soriano/AFP
Neymar no jogo de eliminação do PSG contra o Real Madrid na Liga dos Campeões Imagem: Javier Soriano/AFP

Colaboração para o UOL, em Santos (SP)

22/03/2022 10h55

A eliminação para o Real Madrid nas oitavas de final da Liga dos Campeões jogou um balde de água fria no PSG, que viu o projeto para vencer a maior competição de clubes do mundo fracassar mais uma vez. Não bastasse isso, a sequência recente beira o inexplicável diante de tantas estrelas no elenco: são três derrotas nas últimas cinco partidas do Campeonato Francês, sendo a última delas um 3 a 0 contra o Monaco.

O cenário atual do Paris Saint-Germain fez o UOL Esporte convocar seus colunistas para opinarem sobre a seguinte questão: Jogadores, técnico ou diretoria? Qual o problema do PSG?

O projeto em si. Não há como se sustentar contratando estrelas, dentro de uma liga de nível bem mais fraco que Premier League e La Liga e condicionar o sucesso da temporada à conquista da Liga dos Campeões.
ANDRÉ ROCHA

Me parece que um dos problemas é o planejamento. O futebol precisa de talentos, mas para que eles ajudem na construção de uma equipe forte é preciso entender como um complementa o outro. A pergunta que todo time precisa responder é: como queremos que nosso time jogue? E, também, para não esquecer, quando o único desafio é ganhar o principal campeonato de clubes do mundo, a concorrência é muito forte.
ANDREI KAMPFF

Nunca há só um culpado. O PSG é a prova viva que um caminhão de dinheiro não garante nada. Se o time não vai para frente, tem culpa dos jogadores, da diretoria e do técnico. Mas considero que é sempre o elenco o grande responsável, seja pelo sucesso ou pelo fracasso.
DANILO LAVIERI

Não se faz uma constelação com estrelas cadentes. E o PSG além vez de encher a bola do Mbappé foi buscar quem julgava superior quando, na verdade, não era mais.
JUCA KFOURI

A principal culpada de tudo é a diretoria, por não estabelecer uma relação de hierarquia e organização profissional. Os jogadores podem tudo, os técnicos que passam por lá ficam vendidos e é difícil que as coisas deem certo desta maneira. Mesmo que fossem escolhidos jogadores com perfis diferentes das estrelas atuais, daria errado do mesmo sem jeito. E o projeto, convenhamos, não é propriamente esportivo. É um projeto político, de influência, poder, a inserção e normalização do Catar. Então tenho minhas dúvidas se os donos estão tão preocupados assim em deixar a casa em ordem.
JULIO GOMES

Acho que é o combo. Diretoria que achou que contratar um monte de estrela bastaria, um técnico que não conseguiu trabalhar com essas estrelas e jogadores que estão em outra sintonia -- e aparentemente não gostam de trabalhar juntos. Combo explosivo.
MARCEL RIZZO

Todos têm parcela de culpa. Os jogadores parecem bem acomodados ganhando a baba que é o Campeonato Francês todo ano. O técnico é fraco, um piloto de teco-teco comandando um Boeing. Mas quem o contratou? A fraca diretoria que não entende nada de bola e que pensa que dirigir um clube é como um jogo de videogame.
MILTON NEVES

Jogadores, comissão técnica e diretoria têm responsabilidade pela atual situação. Cada um com os seus erros. A cobrança da torcida após a eliminação na Champions potencializou as fraquezas do PSG. Ser eliminado pelo Real Madrid não é vergonhoso para nenhum clube do mundo. Mas a pressão que veio a seguir mina a confiança e aumenta a chance de erros.
PERRONE

Todo mundo tem sua parcela de culpa, é claro. Mas quaisquer jogadores e treinadores que passarem por Paris não darão um jeito no PSG enquanto a diretoria não mudar radicalmente de filosofia. O clube francês vive o futebol do século passado e acredita que contratar os jogadores mais talentosos do mundo é suficiente para montar uma equipe competitiva. Esquece, porém, que futebol é um esporte coletivo. E que o segredo do sucesso é contar com atletas de alto nível, mas de características diferentes e complementares entre si.
RAFAEL REIS