Como Santos foi de finalista de Libertadores a sucessivo ameaçado de quedas

Em 30 de janeiro de 2021, o Santos perdeu por 1 a 0 para o Palmeiras e foi vice-campeão da Copa Libertadores. De lá para cá, a torcida do Peixe não teve muitas alegrias. E passará o dia de hoje (19) agoniada até o apito final do duelo contra o Água Santa, às 16h, na Vila Belmiro, pela última rodada da fase de grupos do Campeonato Paulista. O Alvinegro praiano precisa empatar para evitar o inédito rebaixamento à Série A2. Ainda assim, também pode avançar às quartas de final se vencer e o Santo André não derrotar a Inter de Limeira.
O elenco da Libertadores foi desmanchado. O técnico Cuca puxou a fila, que ainda contou com Lucas Veríssimo, Luan Peres e Diego Pituca. Em um ano, ainda saíram Pará, Alison, Soteldo, Kaio Jorge e Marinho. Daquele time titular, só Felipe Jonatan e Sandry continuam. O resultado foi uma rotina de brigas contra descensos.
O Santos escolheu Ariel Holan como substituto de Cuca. O técnico argentino pediu para sair após dois meses de trabalho ruim e o auxiliar Marcelo Fernandes precisou assumir o time para escapar do rebaixamento no Paulistão 2021. O Peixe ficou cinco rodadas perto do Z4. Na oitava rodada, esteve a dois pontos e alternou entre dois e três até a última partida, quando ganhou do São Bento, na Vila Belmiro, e respirou aliviado. Foi quando Fernando Diniz iniciou sua trajetória.
O Campeonato Brasileiro começou da pior forma possível. O Santos perdeu por 3 a 0 para o Bahia, em Salvador, o pior resultado da primeira rodada, e já iniciou a competição como lanterna, ao lado da Chapecoense. Na sequência do torneio, o Peixe oscilou e sempre esteve na zona intermediária, nem muito próximo dos líderes nem tão ameaçado. O cenário mudou no fim do primeiro turno.
O Santos acumulou cinco jogos sem vencer ao perder para o Cuiabá por 2 a 1, fora de casa, ficou em 13º lugar (a três pontos do Z4) e optou pela demissão de Fernando Diniz. O substituto foi Fabio Carille. E a situação demorou a mudar.
Na 22ª rodada, o Alvinegro praiano perdeu por 3 a 0 para o Juventude e foi para o 16º lugar. Foi então que chegou o executivo de futebol Edu Dracena, disposto a demitir Carille. O Peixe, porém, venceu o Fluminense e Grêmio e empatou com o São Paulo. Mesmo assim, terminou a rodada 25 ainda em 16º. A posição foi a mesma até a 28ª, quando ocorreu o maior susto.
O clube continuou na mesma posição, mas perdeu por 2 a 0 de forma melancólica para o América-MG, na Vila Belmiro. Protesto da torcida, risco de saída de Carille, elenco pressionado... Porém, a reação veio no triunfo improvável por 1 a 0 sobre o Athletico, na Arena da Baixada. A derrota para o Palmeiras na Vila reviveu o pesadelo, mas a vitória sobre o Red Bull Bragantino foi novo alívio. Contudo, o Peixe seguia ameaçado.
Empate com o Atlético-GO, vitória contra a Chapecoense, derrota para o Corinthians e sempre perto do Z4. Até os "mágicos" 45 pontos chegarem diante do Fortaleza, quando começou a melhor sequência: triunfos sobre Fortaleza e Flamengo e empate com o Internacional. O Peixe, então, se livrou matematicamente e chegou à última rodada contra o Cuiabá com chance até de Pré-Libertadores. Empatou e teve que se contentar com a Sul-Americana.
Erros repetidos
Em 2021, o presidente Andres Rueda optou por reforços gratuitos e poucos vingaram. Jandrei, Danilo Boza, Emiliano Velázquez, Moraes, Vinicius Zanocelo, Camacho, Augusto Galván, Matías Lacava, Marcos Guilherme, Léo Baptistão e Diego Tardelli chegaram. Dos 11, nenhum é titular absoluto atualmente. Jandrei, Danilo Boza, Moraes, Lacava e Tardelli, inclusive, já saíram.
Para 2022, a expectativa era iniciar a pré-temporada com reforços e elenco mais encorpado. Chegaram Eduardo Bauermann, Bruno Oliveira e Ricardo Goulart, este último ainda precisou de tempo para recondicionamento físico. Auro veio no fim do Paulistão e Maicon não foi inscrito a tempo.
Fabio Carille foi mantido para a temporada, mas o time retrocedeu e os reforços pedidos por ele não chegaram. O Santos, mais uma vez, mexeu na comissão técnica e o argentino Fabián Bustos apareceu com o carro andando, depois do Peixe não vencer há cinco rodadas e entrar em campo ameaçado na última.
Bustos dirigiu o Santos em dois duelos do Paulistão: derrota por 1 a 0 para o Palmeiras e empate em 3 a 3 com a Ferroviária. Agora, tem a missão de evitar o inédito rebaixamento para a Série A-2 do Campeonato Paulista.
Desde a final da Libertadores no Maracanã, o Santos esteve dentro ou muito próximo da zona de rebaixamento em 25 rodadas. O Peixe tenta terminar o Paulistão com honra para viver nova fase no Brasileirão.
A diretoria admite a necessidade de reforços e maior investimento para o segundo semestre. O Peixe negocia com os meio-campistas Alison e Willian Maranhão, o lateral direito/ponta Byron Castillo e o atacante Bryan Angulo.
A torcida espera que o "flerte" com o rebaixamento não resulte em namoro.
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