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Presidente do Fluminense explica venda de Luiz Henrique por R$ 72 milhões

Luiz Henrique, do Fluminense, comemora gol marcado contra o Olimpia (PAR), pela Libertadores - Lucas Merçon / Fluminense
Luiz Henrique, do Fluminense, comemora gol marcado contra o Olimpia (PAR), pela Libertadores Imagem: Lucas Merçon / Fluminense

Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ)

13/03/2022 18h13

Mário Bittencourt, presidente do Fluminense, concedeu uma entrevista coletiva na tarde de hoje (13), e confirmou o acordo com o Betis, da Espanha, para a venda do atacante Luiz Henrique. O mandatário afirmou que as negociações ficaram bem encaminhadas ainda em fevereiro, e justificou a transação por conta do momento financeiro que o Tricolor atravessa.

Bittencourt ressaltou que o clube das Laranjeiras tem dívidas a pagar em um curto prazo, e havia a necessidade de ter dinheiro em caixa para alguns passos que estão por vir. A venda será de 13 milhões de euros, algo em torno de R$ 72 milhões, por 85% dos direitos do jogador. Vale ressaltar que, neste montante, há uma parte fixa e outra parte "bônus".

O dirigente lembrou ainda a rescisão de contrato com a Globo, que era a detentora dos direitos de transmissão do Carioca, e o fato de as negociações para as vendas do zagueiro Nino ao Tigres, do México, e de Gabriel Teixeira ao Al Wasl, dos Emirados Árabes, não terem se concretizado.

"Dizer a todos, em especial aos torcedores, que o fato de estar fazendo um excelente início de temporada e termos montado um time competitivo, não significa que não estamos em reconstrução financeira e reconstrução do clube como um todo. A gente vem falando, ao longo destes quase três anos aqui, que o clube precisa passar por um momento de reconstrução, com medidas, às vezes que nos entristece, impopulares, para que possamos seguir em frente, em razão do passado que interfere no nosso dia a dia", disse.

"No final do ano passado, início deste ano, recebemos a primeira e única oferta nos últimos anos pelo Luiz Henrique. Tínhamos um cenário com duas outras situações em aberto, em que estávamos tentando fechar, uma do Nino e outra do Gabriel Teixeira. Quando [Luiz Henrique] estava subindo para o profissional, recebemos uma proposta muito baixa do futebol português. Depois, disso, dois anos que não recebemos proposta neste sentido"

"No início do ano, recebemos uma proposta que achamos muito abaixo, de 7 milhões de euros por 100%. Dissemos que não e as negociações seguiram nos meses de janeiro e fevereiro. Nada ocorreu após o jogo de quarta passada. Essa era uma negociação que vinha sendo feita, e o clube vinha resistindo, fazendo contrapropostas, e acreditando que outras suas situações iam se concluir.

"Depois da saída da empresa de televisão que patrocinava [Globo] o Carioca, em 2020, ainda tivemos uma receita de rescisão, mas em 2022 essa receita zerou. Nos primeiros quatro meses do ano, não temos receita de televisão, e a do Brasileiro só se inicia em maio".

"Todo esse cenário, de falta de recursos no início do ano, recursos comprometidos, e dívidas que a gente tem de curto prazo que coloca a sobrevivência em risco... Esse ano ainda temos que pagar R$ 17 milhões de dívidas em internacionais, de compra de jogadores. A falta deste pagamento pode gerar impedimento de transferência no meio do ano, e tirar pontos. Tem o Profut que estamos pagando".

"A gente abriu essa negociação ainda em janeiro, e foi a única proposta que recebemos por este atleta nos últimos dois anos. Não gosto de fazer comparativos... Existem vendas melhores que essa, piores que essa, mas toda e qualquer venda depende da situação do mercado, da situação e necessidade de quem está vendendo. Se a gente corre o risco, neste momento, com todas as dívidas e custeio do clube, com o cenário que demonstrei, daqui a 10 e 15 dias sem dívidas a pagar, todas essas questões desenharam o cenário em que a gente precisava fazer uma venda na janela de final de ano. Não conseguimos fazer essa venda, as duas últimas janelas foram as piores por causa da pandemia. Diante de tudo isso, assinamos um pré-acordo ainda em fevereiro, onde a gente previa somente a ida do atleta somente entre os meses de julho e agosto. Agosto ainda a negociar. Diante disso, construímos uma operação financeira onde precisamos ter o clube com austeridade e credibilidade em dia. Nenhum de nós fica feliz em, no meio do ano, ter a saída de um atleta que temos um carinho enorme, um grande jogador, mas estamos conseguindo repor as saídas e a cada ano temos performance melhor em campo".

Qual o valor real da venda do Luiz Henrique?

"A primeira proposta que chegou para o jogador foi de 7 milhões de euros por 100% dos direitos. Negamos. Foi feita uma segunda investida de 8 milhões de euros, também por 100%. A gente negou. Até que ali, naquele negociação de início de ano, diante do que o mercado entende... Tivemos algumas sondagens ao longo deste tempo, pelo Luiz, mas nada maior que 10 milhões de euros. E acabamos caminhando para fazer uma venda de 13 milhões de euros por 85% do atleta. A gente permanecerá com 15% dos direitos econômicos. Qualquer venda que for feita no futuro, o Fluminense tem direito a 15% do valor integral. Esses 13 milhões estão dividido em valores fixos e bônus, mas por questões contratuais, prefiro preservar".

Até 31 de dezembro, o clube terá de fazer mais alguma venda?

"Falo tranquilamente porque isso é publicado no orçamento. No orçamento está previsto o mínimo de venda entre R$ 90 milhões e R$ 100 milhões. E a gente conseguindo fazer essas vendas ao longo de 2022, o mínimo dessas vendas, vamos concluir com o ano com as principais dívidas que temos, e custos do clube mensais, em dia. Mas a gente gasta mensalmente, pagando dívida, algo em torno de R$ 4 milhões a R$ 5 milhões por mês, fora esses pagamentos que temos sazonais, de dívidas gigantescas. No caso da Fifa, coloca em risco a instituição, nas apenas financeira, mas esportivamente".

*Mais informações em instantes

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