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Palmeiras: Abel minimiza gols perdidos e diz não ter 'forma fixa de jogar'

Abel Ferreira durante Palmeiras x Santo André: vitória por 1 a 0 hoje (19), no Allianz Parque - Ettore Chiereguini/AGIF
Abel Ferreira durante Palmeiras x Santo André: vitória por 1 a 0 hoje (19), no Allianz Parque Imagem: Ettore Chiereguini/AGIF

Do UOL, em São Paulo

19/02/2022 19h31

O Palmeiras venceu o Santo André por 1 a 0 pela oitava rodada do Campeonato Paulista, mas podia ter saído do Allianz Parque com um placar mais confortável e menos sustos nos minutos finais. Além do gol marcado na cobrança de pênalti de Raphael Veiga aos 33 do primeiro tempo foram 18 finalizações ao longo da partida deste sábado (19).

Apesar de apenas três destas finalizações terem sido na direção do gol do adversário, Abel Ferreira minimizou as chances perdidas por sua equipe e preferiu exaltar o desempenho que proporcionou tantas oportunidades. "1 a 0 nunca é um jogo controlado, mas mais uma vez houve compromisso da equipe, todos focados nas tarefas, sempre cientes que tínhamos que somar mais três pontos. Na minha opinião criamos um volume enorme de oportunidades e o caminho é esse", disse o técnico, que ainda completou:

Com os mesmos jogadores já demos seis na Libertadores, a maior goleada. O que nos dá certeza e confiança que estamos no caminho certo é ver a equipe a criar oportunidades, chegar, a fazer. Hoje muitas delas foram bloqueadas, outras falhamos em situações muito claras, mas futebol é isso. Estar cada vez mais focados, não ser tão afobado na zona quente, na frente da baliza. Mas hoje meus jogadores tiveram aquilo que tem a ver com ataque posicional, bem posicionados, com chegada a área."

O Palmeiras chega a 16 pontos conquistados em seis partidas e lidera tanto o Grupo C, quanto a classificação geral do Estadual, com uma campanha invicta. Hoje (19), o treinador promoveu uma variação tática ao posicionar o meia Raphael Veiga em muitos momentos como centroavante, com Rony pela esquerda, Dudu pela direita e muita chegada à frente de Jailson e Atuesta. Abel explicou a opção para o duelo contra o Santo André.

"Ele [Veiga] não jogou de falso 9, jogou de 10, na mesma posição que joga. O que fizemos foi pegar nosso centroavante, que tem sido o Rony, e o encostamos à esquerda. Foi a única alteração que fizemos. Por norma deixamos o Rony no meio e ele faz muitos movimentos de dentro para fora, mas queremos que faça movimentos na direção do gol", iniciou a resposta.

"Sem bola o Veiga era o primeiro a fazer a cortina, a dividir o jogo, pôr nosso adversário para jogar na esquerda ou na direita. Vocês já perceberam que eu não tenho uma forma fixa de jogar, a minha equipe é flexível, sempre adaptando as características dos nossos jogadores, digo isso há muito tempo. Tenho médios com chegada à área, mas outros de contenção e equilíbrio. São comportamentos treinados que eles sabem e que fizeram e criamos muitas oportunidades com esses movimentos, com chegada à área de Rony e Veiga. Sem bola vocês não repararam, mas defendemos com uma linha de quatro e só o lateral-direito nos criou perigo. Não podemos fazer o que queremos, temos que fazer o que é preciso para sermos cada vez mais competitivos."

Leia outras respostas de Abel Ferreira:

Confiança em Atuesta

"Eu confio tanto no Atuesta, como no Menino, no Jorge, no Kuscevic, no Lomba e no Deyverson. Não tem a ver com o jogador em si. Meus critérios são muito simples. Quando eu tenho que fazer escolhas tento entender pessoas que têm opiniões diferentes da minha para responder: o que é melhor para a equipa? O que os jogadores passam a entender que não é o que eu quero fazer, é o que é preciso fazer para sermos competitivos e termos a equipe sempre pronta para ganhar. Se for preciso deixar o Navarro fora, eu vou deixar. Se for preciso jogar, vai jogar. Se for preciso passar o Rony para direita, vai passar. Se for para o Rony jogar na lateral direita, assim será. A força de equipe é qualidade que tem aliada ao trabalho duro."

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Torcida do Palmeiras comparece no Allianz Parque contra o Santo André: mais de 20 mil pagantes
Imagem: Ettore Chiereguini/AGIF

Melhor que os rivais

"Se está acima ou não, não sei. O que sei é que trabalhamos muito, nos dedicamos muito, não compramos jogadores feitos, os fazemos. Nós temos uma grande equipa, mas foi construída por nós, porque quando cheguei aqui os jogadores eram os mesmos. Nós temos que os fazer aqui dentro, é isso que o Palmeiras quer e isso que será o futuro do Palmeiras. Me disseram quando me contrataram: 'tua tarefa é ganhar títulos'. Por isso estou aqui. Não vou trocar o Palmeiras para uma equipe de meio de tabela. Vou estar onde quero estar, onde querem que eu esteja e onde luto por títulos. O Palmeiras dá-me todas estas condições e outra mais, de desenvolver e potenciar jogadores. Isso é fruto do trabalho dos jogadores terem mente e coração abertos e querer desafiar-se todos os dias para crescer a cada treino, jogo e competição."

Recepção da torcida

"Nós trabalhamos muito para chegar ao Mundial, tivemos uma derrota apenas contra o Defensa y Justicia na primeira fase [da Libertadores], depois ninguém nos ganhou e chegamos com mérito. Fico muito feliz porque vejo que a torcida, se nossos jogadores estão a mudar a mentalidade que somos todos um, de acreditar, de que é preciso sempre fazer mais e melhor, tenho sentido de que parte da torcida se vê no comportamento dos nossos jogadores. Veem que nossos jogadores dão tudo o que têm. Queríamos ter os jogadores mágicos, Messi, Ronaldo, Neymar, mas não temos. Queremos ter o Guardiola, mas também não tem o Guardiola. Mas fazemos uma família de trabalho muito forte, temos um espírito de grupo que se sente, nossos jogadores do banco se levantam do banco para festejar. Isso se sente. A torcida se revê neste espírito de que seja onde for, podemos não ganhar, mas vamos lutar sempre para ganhar."

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