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Grêmio espera até hoje taça da Supercopa de 1990, e torcedor doou réplica

Réplica produzida por torcedor foi doada a Mazaropi, goleiro campeão em 1990 - Divulgação
Réplica produzida por torcedor foi doada a Mazaropi, goleiro campeão em 1990 Imagem: Divulgação

Jeremias Wernek

Do UOL, em Porto Alegre

18/02/2022 04h00

Domingo (20), o vencedor do jogo entre Atlético-MG e Flamengo vai sair da Arena Pantanal, em Cuiabá, com o troféu da Supercopa do Brasil na bagagem. Em Porto Alegre, o Grêmio ainda está à espera da taça da edição de 1990 do torneio. O clube afirma que, até hoje, nunca recebeu um objeto alusivo à conquista diante do Vasco. Essa é uma lacuna no museu gremista, e nem mesmo réplica produzida por um torcedor abnegado, em 2021, foi capaz de preencher a galeria.

A cópia da atual versão da taça da Supercopa foi produzida em 2021 e chegou a ser oferecida ao Grêmio. O clube alegou que não poderia receber por se tratar de um material extraoficial. Melhor para Mazaropi, goleiro daquele time gremista.

"Eu estava assistindo uma live na internet com o Mazaropi e tive a ideia de presentear a taça a ele", conta Carlos Cristiano, colecionador de artigos históricos do Grêmio e responsável pela produção da réplica do troféu. "O Mazaropi é muito gremista, além de ser uma excelente pessoa. E foi campeão em 1990", completa.

Em outubro do ano passado, o ex-goleiro recebeu a taça em evento realizado em São Leopoldo, no Vale do Sinos, próximo a Porto Alegre.

"Eu joguei profissionalmente 19 anos e ganhei 18 títulos. Esse foi o único que nunca vi o troféu", lamenta Mazaropi. "A gente entrou em campo sabendo que valia o título, mas não tinha taça e nem nada", relembra o ex-camisa 1.

A réplica segue o modelo atual da taça, mas com detalhes do final dos anos 1980.

"O escudo da CBF tem só as três estrelas, sabe? Não é como o atual. A gente fez para ficar mais próximo do que seria a taça", explica Cristiano. "Eu tinha duas alternativas: ou fazia réplica do troféu de 1991, que o Corinthians ganhou, ou ia para o modelo de agora. A empresa que eu contratei sugeriu a segunda opção, e ficou ótimo", adiciona.

A réplica da taça da Supercopa custou quase R$ 8 mil, mas a conta do torcedor foi maior. Motivo: ele fez duas cópias.

"Uma eu fiz para o meu acervo, tenho réplica de todas as grandes conquistas do Grêmio. Peças em tamanho original e tudo", detalha.

Além da ausência da taça, o fato de o segundo jogo da Supercopa ter sido fora de casa contribuiu para o clima de anticlímax ao redor do título —a interrupção da disputa depois de 1991 também não ajuda, do ponto de vista histórico. Grêmio e Vasco se enfrentaram depois de ganharem os títulos da Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro em 1989, respectivamente.

"Por falta de datas, foi definido que os jogos da fase de grupos da Copa Libertadores seriam usados também para decidir o título da Supercopa do Brasil", explica Carlos Eduardo dos Santos, coordenador do Museu do Grêmio. "Isso gerou um conflito entre as empresas que transmitiam os campeonatos, e a taça não foi feita", afirma.

O Grêmio venceu o Vasco, em Porto Alegre, por de 2 a 0. E no Rio de Janeiro, os times ficaram no empate sem gols. Vantagem no grupo da Libertadores, título garantido. Tudo ótimo. Só faltou a taça.

Ficou o dito pelo não dito, né? Não tinha taça, então nem teve como dar a volta olímpica."
Mazaropi

O Grêmio garante ter reivindicado a taça à CBF mais de uma vez. O ofício mais recente foi enviado no início de 2020, quando o torneio voltou a ser disputado.

Grêmio, Corinthians e Flamengo (bicampeão em 2020 e 21) são os únicos vencedores até aqui. Mas, mesmo sendo pentacampeão da Copa do Brasil e bicampeão do Brasileirão em 1996, o time gaúcho nunca mais disputou a Supercopa. O torneio foi descontinuado após a edição de 1991 e só voltou ao calendário nacional em 2020. E ainda assim, a primeira taça ainda não apareceu.

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