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Coordenador da base do Palmeiras vê Endrick "imparável": "é um fenômeno"

Thiago Braga

Colaboração para o UOL, em São Paulo

22/01/2022 04h00

A semifinal da Copa São Paulo entre São Paulo x Palmeiras neste sábado (22), às 19h, na arena Barueri, decide quem vai para a final da competição. É, também, mais uma oportunidade para o palmeirense Endrick brilhar. Sensação do torneio até aqui, o jogador de 15 anos é tratado pelo Palmeiras como um fenômeno.

"O Endrick é a junção de talento com capacidade física. Isso não é dado, é dele. Ele é um fenômeno da natureza e é impossível parar fenômenos da natureza. Se ele vai sustentar, é com ele", afirma João Paulo Sampaio, coordenador das categorias de base do Palmeiras, ao UOL.

Apesar de somar cinco gols em cinco jogos na Copa São Paulo, Endrick tem uma programação diferenciada no clube por conta dos 15 anos. Para não sobrecarregar o centroavante, o planejamento montado ainda não o deixou em campo em nenhuma partida completa.

Mesmo com menos tempo de jogo, o camisa 9 impressionou companheiros de time, torcedores e até rivais. Embora possa jogar fazendo a função de meia e também atuar pelos lados, é no comando de ataque que o Palmeiras acredita que ele possa brilhar.

"Ele tem potência no chute, drible, fome de gol. Centroavante canhoto. Embora possa jogar de 10 ou pela beirada, é por dentro que é melhor. Tabela e sai na frente pela velocidade e é diferente para finalizar", encanta-se Sampaio, demonstrando admiração pelo adolescente, a quem elege como o melhor atleta que trabalhou nas categorias de base.

No jogo que selou a classificação do Palmeiras à semifinal da Copinha, Endrick acertou uma bicicleta de fora da área e fez o terceiro do seu time na partida. Já tinha despertado a atenção de todos na primeira fase do torneio. No jogo contra o Real Ariquemes roubou a bola no ataque, ganhou do zagueiro na corrida mesmo saindo atrás, deu um drible da vaca e tocou por cobertura na saída do goleiro. No mesmo gol, ele apresentou seu amplo repertório que inclui força, técnica, precisão e qualidade na finalização.

"Ele é privilegiado geneticamente. A fibra muscular dele é rápida, ou seja, ele tem a potência e velocidade como características. É o mesmo biotipo dos velocistas. Ele atinge 36 km/h. No Palmeiras, ele só perde para o Gabriel Verón, que chega a 37km/h", revela o coordenador da base alviverde.

Com todo esse arsenal físico e técnico, a expectativa tanto dentro quanto fora do clube é para saber sobre o planejamento do Palmeiras para o jovem. Com apenas 15 anos, ele já foi chamado neste ano para treinar com o elenco profissional. Mas é improvável que faça partidas pela equipe no primeiro semestre, isso porque só pode assinar contrato profissional após completar 16 anos em junho.

Apesar da euforia da torcida, que quer ver Endrick entre os inscritos para a disputa do Mundial de Clubes no mês que vem, é improvável que Abel Ferreira o leve para Abu Dhabi.

"Depois da Copinha vamos sentar e fazer um planejamento não só para ele, mas para todos os garotos. Até agora, não me falaram nada sobre disputar o Mundial e a Recopa Sul-Americana", desconversou João Paulo Sampaio.