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"Dani Alves era caso impossível de salvar", diz diretor de marketing do SP

Daniel Alves em ação pelo São Paulo em partida do Campeonato Brasileiro 2021 - Rafael Vieira/AGIF
Daniel Alves em ação pelo São Paulo em partida do Campeonato Brasileiro 2021 Imagem: Rafael Vieira/AGIF

Brunno Carvalho

Do UOL, em São Paulo

19/01/2022 04h00

Achar uma maneira de evitar que Daniel Alves se tornasse problema financeiro para o São Paulo era uma missão quase impossível, na visão de Eduardo Toni, diretor de marketing do clube. Ele assumiu o cargo no início de 2021 tendo como uma das missões buscar parceiros que conseguissem arcar com os salários do lateral-direito.

A gestão de Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, contratou Daniel Alves em 2019 com a promessa de encontrar empresas que pudessem ajudar com os altos vencimentos do lateral. Os acordos não foram fechados e o São Paulo acumulou uma dívida entre R$ 15 milhões e R$ 18 milhões com o veterano jogador.

"Quando eu cheguei aqui já tinha um ano e meio, praticamente, da chegada do Daniel Alves. E eu acho que o São Paulo perdeu o timing. Aí no meio da pandemia, de todas as crises que o mercado apresentava, era praticamente impossível. Não é que a gente não olhou para esse assunto, mas nunca foi a nossa prioridade porque era realmente muito difícil fazer isso", explicou Toni, em entrevista ao UOL Esporte.

A ruptura da relação aconteceu depois dos Jogos Olímpicos de Tóquio, no ano passado. Daniel Alves decidiu não se reapresentar ao São Paulo, e o clube anunciou que ele não vestiria mais a camisa tricolor. As partes chegaram a um acordo para o pagamento da dívida parcelada em cinco anos, a partir de 2022.

"Nós conversamos com os empresários do Daniel, ele tinha um grupo de empresários que cuidava da marca Daniel Alves. A gente chegou a falar com eles, falou com algumas empresas sobre isso, mas as conversas infelizmente não evoluíram", prosseguiu Toni.

"São Paulo não repetirá o mesmo erro"

O dirigente afirma que o São Paulo não repetirá as estratégias da gestão passada quando o marketing entrar em uma negociação por reforços. "A gente jamais vai trazer um jogador para depois correr atrás do patrocínio".

Desde o fim da temporada passada, o São Paulo sondou dois jogadores com custos altos: Douglas Costa e Soteldo. Em ambos os casos, o time do Morumbi tentava encontrar um parceiro que aceitasse arcar com pelo menos parte dos salários de um dos dois. Depois de longas negociações, o Tricolor desistiu.

"Parceria para reforços é uma das coisas que a gente olha no mercado, mas não tínhamos ainda nada fechado com eles [Douglas Costa e Soteldo]. Então, não foi por causa disso que não fechou, não existe essa relação nos dois casos", explicou.

"Esse é um trabalho que tem que ser feito com muita calma. A gente não pode ficar desesperado porque a janela está aberta, o campeonato vai começar. Isso tem que ser feito com muito planejamento, com muita calma. E, se a gente fizer, pode ter certeza de que será um negócio tão bom quanto essa venda da camisa ao longo do ano de 2021", completou.

A gestão de Eduardo Toni conseguiu um aumento significativo nos valores de patrocínios. A camisa do time profissional masculino, segundo o diretor, valia R$ 16 milhões no começo de 2021 e hoje acumula R$ 66 milhões em patrocínios.

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