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Mineiro: R$ 4 mi para o Cruzeiro e R$ 1,3 mi para o Galo, que aposta no PPV

Atlétco-MG terá o mando de campo no clássico com o Cruzeiro, pela primeira fase do Mineiro de 2022 - Gustavo Aleixo/Cruzeiro
Atlétco-MG terá o mando de campo no clássico com o Cruzeiro, pela primeira fase do Mineiro de 2022 Imagem: Gustavo Aleixo/Cruzeiro

Lohanna Lima e Victor Martins

Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte (MG)

14/01/2022 04h00

A bola nem rolou ainda para o Campeonato Mineiro de 2022, e a competição já tem sua primeira polêmica: a tabela com jogos do Cruzeiro marcados para horários inusitados. A estreia da Raposa, por exemplo, está marcada para o dia 26, uma quarta-feira, às 17h, no Mineirão. Sem feriado ou data festiva, o Estadual vai começar para os grandes de Belo Horizonte em horário comercial. A explicação está nos contratos para transmissão da edição 2022 do Mineiro, como o UOL Esporte mostrou.

Enquanto Atlético-MG, América-MG e os demais participantes fecharam com a Globo, o Cruzeiro assinou com a Sempre Editora, proprietária do jornal O Tempo. Contratos diferentes, tratamentos diferentes e, principalmente, valores diferentes. O valor mínimo garantido pela Raposa é mais de três vezes maior do que o Galo tem direito. Pelo contrato assinado no fim do ano passado, o clube estrelado recebeu R$ 4 milhões à vista.

O dinheiro já foi utilizado pela antiga gestão do Cruzeiro, então encabeçada pelo presidente Sérgio Santos Rodrigues, que foi quem assinou com a Sempre Editoria. Como a equipe celeste também vai receber parte do que a empresa arrecadar com o streaming, a expectativa é que a Raposa fature pelo menos R$ 5 milhões com a venda dos direitos dos jogos como mandante no Mineiro, em todas as plataformas.

Já o Atlético optou pelo caminho mais tradicional e renovou contrato a Globo. O UOL Esporte teve acesso ao documento e constatou que a emissora carioca vai pagar apenas R$ 5 milhões pelos direitos na televisão aberta, valor que será dividido pela Federação Mineira de Futebol entre os clubes participantes, com exceção do Cruzeiro, que tem contrato com outra empresa.

A divisão ficou da seguinte maneira: o Galo vai pegar R$ 1,3 milhão, o América fica com R$ 800 mil e os demais clubes do interior recebem R$ 300 mil.

Mas não fica apenas nisso. O contrato entre Globo, FMF e demais participantes ainda prevê o pagamento pelos direitos de transmissão em outras plataformas, como televisão fechada e Pay-Per-View (PPV). Mas ao contrário do que consta na cláusula da tv aberta, não existe um valor mínimo garantido. A remuneração de todos os clubes vai depender das vendas de pacotes no Premiere e exibição no Sportv. A medição é feita mês a mês, assim como os pagamentos.

Considerando o histórico financeiro das vendas de PPV nos primeiros meses do ano e a audiência do canal fechado, a estimativa é de que o Atlético receberá um valor total de aproximadamente R$ 7 milhões. Mas como é uma previsão, essa quantia pode subir ou cair e tudo vai depender do faturamento da Globo. Não é só o Galo que vai ter um salto nos valores finais, vale também para América e clubes do interior. No fim, o Coelho deve ficar com cerca de R$ 1,8 milhão, enquanto as demais equipes ficam com R$ 500 mil cada uma. Totalizando mais de R$ 13 milhões.

De qualquer maneira é uma queda muito grande em relação ao contrato que se encerrou em 2021. Até o ano passado a Globo pagava cerca de R$ 42 milhões pelo Estadual em Minas Gerais, sendo que Atlético e Cruzeiro recebiam R$ 14,2 milhões cada um. O contrato atual tem duração duas temporadas e, em 2023, deve ter também a participação do Cruzeiro.