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Tite faz primeira convocação do ano de despedida da seleção

Gabriel Carneiro e Igor Siqueira

Do UOL, em São Paulo e Rio de Janeiro

13/01/2022 04h00

A convocação da seleção brasileira, hoje (13), às 11h, para os jogos contra Equador e Paraguai, pelas Eliminatórias, obviamente não apresenta o mesmo peso de um anúncio de uma lista para a Copa do Mundo. Mas também tem sua própria simbologia: é o início daquela que é a última temporada de Tite na função. O capítulo final será no Qatar, e o desenrolar dos próximos episódios será crucial para definir se o último episódio será na decisão do Mundial, com título, ou antes disso.

Na CBF, há a consciência de que Tite deixará de ser o técnico da seleção em dezembro. Ganhando ou perdendo a Copa. Mas antes de confabular sobre o substituto, algo que está começando a entrar no radar da diretoria atual, o que conta mais é preparar o time na busca pelo troféu ao fim desse ciclo. (Em tempo: não se sabe também quem será o presidente da CBF depois do Mundial.)

Se Tite tivesse chegado ontem à seleção, o momento já não permitiria relaxamento. A cobrança própria do treinador vai além, por causa do desejo de concluir da melhor forma um almejado ciclo completo na função.

"A única coisa que me move é fazer um ciclo inteiro. Isso não foi feito na última oportunidade. Eu não me ofereci para a seleção, meu empresário não foi buzinar no ouvido de ninguém. Eu trabalhei para chegar até aqui. Quando comecei, peguei no meio de um processo. Fui convidado de novo para fazer um processo inteiro, tal qual fiz no Grêmio, Corinthians e Caxias", disse ele, em novembro, após assegurar vaga na Copa do Qatar.

A lista a ser anunciada hoje (13) é peculiar porque se dá enquanto os jogadores do futebol brasileiro estão iniciando a pré-temporada. Logo, é inevitável que o foco fique ainda maior nos "europeus". Mas entre eles não está Neymar, ainda em recuperação de uma lesão ligamentar no tornozelo esquerdo. O brasileiro mais badalado é Vini Jr, para quem Tite ainda precisa arrumar um lugar entre os titulares da seleção, quando o grupo estiver completo.

Para quem trabalha na comissão técnica da seleção, o trabalho presencial na CBF foi retomado na segunda-feira, após o recesso de fim de ano. Sobre a mesa, resultados de análises e observações in loco feitas em dezembro, além do acompanhamento das condições físicas e de saúde feitas com os clubes de cada selecionável.

Ontem (12), ainda deu tempo de ver Vini Jr, Casemiro, Militão em ação pelo Real Madrid diante do Barcelona de Dani Alves. Quase ao mesmo tempo, a Juventus de Alex Sandro duelou com a Inter de Milão —mas a bobeira do lateral-esquerdo no último lance da prorrogação, gerando o gol adversário, não passou ao vivo porque o sinal caiu.

A ideia em 2022 é trabalhar na equipe para melhorar a engrenagem, sobretudo no aspecto ofensivo. Em termos de resultado, não há crise. Mas o Brasil ainda precisa elevar seu nível de atuação.

O Brasil enfrenta o Equador no dia 27, às 18h (de Brasília), em Quito. O duelo com o Paraguai será em 1º de fevereiro, no Mineirão, em Belo Horizonte, às 21h30. Ainda há jogos pelas Eliminatórias em março. Em junho, a CBF planeja mais três amistosos. Em setembro, outros dois. Aí, vem o aguardado novembro da Copa do Mundo.

No cargo desde 2016, Tite soma 68 jogos à frente da seleção, com 50 vitórias, 13 empates e cinco derrotas - a mais doída, nas quartas de final da Copa da Rússia, frente à Bélgica. Repetir essa frustração é o desfecho mais indesejado para a "série" de Tite na seleção brasileira.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do que foi publicado, Inter de Milão e Juventus jogaram na Itália, e não na Arábia Saudita. O erro foi corrigido.