Topo

Botafogo

'Oportunidade especial', classifica Textor sobre investimento no Botafogo

John Textor posa com a camisa do Botafogo em visita ao Estádio Nilton Santos - Vitor Silva/Botafogo
John Textor posa com a camisa do Botafogo em visita ao Estádio Nilton Santos Imagem: Vitor Silva/Botafogo

Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ)

11/01/2022 19h01

John Textor, o investidor que vai assumir o controle da SAF Botafogo, falou hoje (11) sobre a chegada ao clube e a expectativa em relação ao trabalho a ser realizado. Dentre outros dtantos pontos citados em entrevista à Botafogo TV, o empresário americano afirmou que o contrato assinado com o Alvinegro "é uma oportunidade especial" e garantiu: "estamos aqui para vencer".

O Glorioso e a Eagle Holdings, o fundo de investimentos de Textor, assinaram ontem (10) o contrato vinculante — documento que demonstra um compromisso firme do comprador em executar o negócio ali indicado — para a compra 90% das ações. O assunto será colocado em votação por poderes do clube ainda nesta semana.

"John Textor é alguém que acredita no Botafogo. Como eu disse para um montão de pessoas... Não sei. Sou um cara de tecnologia, fui um atleta ruim como quase todo mundo (risos). Eu sou motivado pela minha família, pelo meu trabalho. Eu sou motivado pelas grandes mudanças pelas quais o mundo passa constantemente e pelo jeito como nós não só lidamos com essas mudanças, mas tornamos as coisas melhores", disse ele, no início da entrevista.

"O Botafogo é um daqueles clubes com o qual você não imagina estar envolvido. Estou honrado que tudo deu certo, e que o sonho de um clube tão grande é possível para mim. Eu acho que é, provavelmente, o certo para mim. Acho que estou à altura deste desafio", afirmou, em outro momento.

Questionado sobre investimentos na montagem do elenco, o empresário apontou a necessidade de se correr contra o tempo, uma vez que a temporada já começou e o Campeonato Carioca está batendo à porta.

"A janela não muda para ninguém, ela é agora. O Campeonato Estadual está começando agora, a temporada começa amanhã. Então, estruturamos tudo para que o dinheiro entre no clube bem rápido, para que possamos tomar decisões quanto aos jogadores, para que a transformação de um clube de segunda divisão para um clube de primeira divisão, e um clube de primeira divisão forte, aconteça agora".

Textor destacou a importância da transição a ser feita após o acesso à Série A do Brasileiro, e salientou que pretende usar uma rede de relacionamentos para as negociações a serem feitas.

"O que o clube precisa quando faz a transição de uma segunda divisão para a primeira divisão? Eu posso ficar animado com a oportunidade de investir em um mapa global de identificação de talentos, posso ficar animado em investir na estrutura de base. Tudo isso é importante, mas quando tem esse ponto de inflexão entre a segunda e a primeira divisão, como eu disse, a janela de transferência não espera por ninguém, a temporada não espera por ninguém. Tem de estar pronto, e estar pronto rapidamente (...). Os torcedores vão querer mudanças logo, vão querer ver reforços logo", disse.

"Espero mostrar aos torcedores que ter uma visão global de talentos, ter os relacionamentos que tenho sorte de ter, faz a diferença. É uma rede de relacionamentos que esperamos trazer para ajudar, para que não fiquemos só atrás dos jogadores mais caros do Brasil", continuou.

"O contrato requer uma reação imediata em termos de capital. A gerência e o grupo esportivo precisam tomar uma decisão imediata de quem, do time do ano passado, está pronto para subir de nível. Todo mundo tem chance. Vamos trazer novos jogadores e testar o nível deles em comparação a esse time, e vamos testar o nível deste time comparado a esses novos jogadores. Estamos aqui para vencer. E espero que isso venha imediatamente. Entendo as expectativas da torcida. Vamos trabalhar todos os dias para trazer o Glorioso de volta ao seu lugar na história", complementou.

Veja outros pontos da entrevista

"Eu acho que o futebol sempre esteve comigo. Eu joguei a vida toda, vejo meus filhos jogando. E eu tive um grande desapontamento no trabalho por volta de 2011, 2012. O meu mundo desmoronou, foi uma situação difícil, mas as amizades que desenvolvi na nossa escolinhas de futebol, ajudando as crianças a, tipo, definirem o lugar para onde estão caminhando na vida... Essa foi a única coisa com a qual eu pude, realmente, contar quando eu passava pelos meus problemas pessoais. Talvez, através dos negócios e minha experiência pelo mundo eu aprendi a lição de que há um número muito pequeno de amigos na vida com os quais você pode contar"

"Mas, no futebol lá nos Estados Unidos, as crianças que eu estava ajudando, as famílias que valorizavam essa ajuda, nunca me deixaram. Acho que minha relação com o futebol ficou mais íntima durante aquele período. Acho que acabou determinando quem sou hoje"

"Acho que a conexão criada entre o futebol e a torcida é muito especial. A gente não encontra isso em nenhum outro esporte que eu conheça. Nada contra os grandes esportes espalhados pelo mundo, mas acho que já experimentei quase todos eles, com exceção do cricket. E acho que o futebol, mais do que qualquer outro esporte, promove uma conexão entre as pessoas, uma conexão atém mesmo entre as torcidas, porque a gente adora odiar os rivais"

"Oportunidades vêm através de mudanças, e eu aprendi muito sobre como modelos de futebol funcionam pelo mundo. (...). Eu acho que o que está acontecendo no Brasil pode estar envolvido com o início desta decisão, com todas as lições que aprendemos não só nestes países ao redor do mundo vai ajudar a fazermos melhor desta vez. Claro que estive aqui para conhecer o mercado, dei uma olhada em clubes por algum tempo, tive dois jovens incríveis que me ajudaram a entender sobre essas decisões que o governo tem tomado. (...) Ter sido convidado a fazer parte disso, uma página em branco, é irresistível. Eu disse à minha família: 'precisamos fazer isso. Precisamos estar lá para este início'. É uma oportunidade especial"

Botafogo