Da adaptação ao protagonismo: o ano mágico de Zaracho pelo Atlético-MG
Quando chegou ao Atlético-MG, em outubro de 2020, Mathias Zaracho era umas das principais promessas da Argentina. O jogador deixou o Racing para se tornar a contratação mais cara da história do Galo na ocasião, em negociação que girou em torno R$ 33 milhões por 50% dos direitos do atleta. No entanto, o jovem demorou para se soltar sob o comando de Jorge Sampaoli, fechando a temporada passada gerando certa desconfiança sobre seu desempenho.
Zaracho chegou a Belo Horizonte com apenas 22 anos e em meio à pandemia da Covid-19. Teve um período de adaptação complicado não só em relação ao país e idioma, mas ao próprio futebol brasileiro. Com Sampaoli não teve uma sequência de jogos e isso fez com que o atleta demorasse mais a se sentir confiante. Para piorar, uma lesão muscular o tirou de todo o mês de janeiro deste ano, quando o Brasileirão estava em sua fase decisiva em meio ao calendário estendido por causa da pandemia.
Virada de chave
Com a saída de Sampaoli, o Atlético iniciou a temporada de 2021 sob o comando do auxiliar fixo do clube, Lucas Gonçalves. Foi com ele que Zaracho ganhou sequência de jogos enquanto o time considerado titular descansava nas primeiras rodadas do Estadual. As atuações foram se tornando convincentes e o torcedor começou a se animar com o jogador. Mas logo o argentino teve mais um desafio: ganhar a confiança do técnico Cuca.
Cuca chegou pouco tempo depois para assumir o Galo. A primeira contratação pedida pelo treinador foi a do volante Tchê Tchê, com quem já havia trabalhado no Palmeiras e no São Paulo, e que já chegou estreando no clássico contra o Cruzeiro, tirando espaço de Zaracho. Essa situação, inclusive, foi um dos primeiros desgastes de Cuca com o torcedor, que cobrava a presença de Zaracho entre os 11 iniciais.
Faro de artilheiro e golaços
Zaracho recuperou a titularidade com Cuca e terminou o ano na vice-artilharia da equipe, ao lado de Eduardo Vargas, com 13 gols e atrás de Hulk, que balançou as redes 36 vezes. O atleta passou a ser o elemento surpresa do Galo na área, com bom desempenho na conclusão das jogadas. Apesar de meio-campista, o argentino passou a pisar cada vez mais na área, fazendo gols que, além de importantes, eram na maioria das vezes muito bonitos.
"Me custou um pouco a adaptação. Era outro jogo, a primeira vez que saia de um clube. Com Sampaoli, tinha momentos em que entrava, outros não. Necessitava um pouco mais de confiança. Ganhei confiança quando meus companheiros estavam de folga e eu pude jogar mais partidas. Hoje estou mais adaptado ao clube e à cidade", disse o jogador em conversa com a imprensa no meio da temporada.
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