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Conselho do São Paulo aprova orçamento para 2022; veja os detalhes

Divulgação/São Paulo
Imagem: Divulgação/São Paulo

Brunno Carvalho

Do UOL, em São Paulo

21/12/2021 17h20Atualizada em 21/12/2021 18h44

O conselho deliberativo aprovou hoje (21) o orçamento apresentado pela gestão do presidente Julio Casares para 2022. Foram 159 votos a favor e apenas 54 contrários ao documento, além de cinco abstenções - 36 conselheiros não exerceram o direito ao voto.

Como o UOL Esporte já havia mostrado, o documento traz metas otimistas para a temporada. A diretoria estima alcançar as finais do Paulistão e da Copa Sul-Americana, além das quartas de final da Copa do Brasil e terminar pelo menos na sexta colocação do Brasileirão, o que garantiria uma vaga na próxima edição da Libertadores.

As metas são um pouco mais otimistas do que as de 2021. Na atual temporada, o orçamento previa alcançar a semifinal do Paulistão (foi campeão), as oitavas de final da Libertadores (chegou nas quartas), as quartas de final da Copa do Brasil (atingiu) e a sexta posição do Brasileirão (terminou em 13º).

O orçamento prevê ainda uma receita de R$ 398,6 milhões com o futebol, sendo que 35% disso, ou R$ 142 milhões, provenientes de venda de jogadores. Em 2021, o São Paulo havia projetado arrecadar R$ 176 milhões com transferências de atletas. Em entrevista recente, no entanto, o presidente Julio Casares confirmou que a meta não seria batida, com o montante chegando, no máximo, a R$ 116 milhões.

O São Paulo ainda espera reduzir em R$ 108 milhões a dívida do clube. O último balancete divulgado mostrou que a dívida aumentou por volta de R$ 70 milhões até setembro, atingindo o total de R$ 675 milhões - esse valor ainda sofrerá alterações com o resultado do último trimestre. A expectativa para 2021 era conseguir reduzir R$ 91 milhões.

Para aliviar as dívidas de curto prazo, o São Paulo prevê conseguir R$ 120 milhões em empréstimos bancários. O valor é menor do que foi previsto para 2021: R$ 176 milhões.

Oposição critica orçamento

Os membros da oposição do São Paulo se colocaram contrários à aprovação do orçamento apresentado pela gestão de Julio Casares. Eles pediram uma posição de maior austeridade, diante do aumento da dívida do clube, que atualmente beira os R$ 700 milhões.

Em nota enviada à reportagem, o Grupo de Oposição e Luta criticou, também, o fato de a reunião não ter sido transmitida para quem não era conselheiro. Em entrevista coletiva na tarde de hoje (21), o presidente do conselho deliberativo, Olten Ayres de Abreu Jr, disse que não poderia abrir todas as reuniões por questões de sigilos de contratos e estratégias do clube.

Confira a posição dos conselheiros da oposição do São Paulo:

Nós conselheiros, que pensamos no bem do SPFC e não em cargos, lamentamos que apesar de constar no edital de convocação da reunião que esta seria transmitida, não o foi. Isso prova que a gestão não é transparente, apesar de dizer o contrário e, infelizmente, afasta o torcedor dos reais problemas do clube.

Iremos votar contra o orçamento, pois a gestão deveria ter austeridade financeira e reduzir drasticamente as despesas, sobretudo por conta das incertezas do mercado das transferências internacionais de jogadores. No orçamento de 2021, que o Presidente Júlio Casares fez questão de alardear que, como membro do Conselho de Administração, determinou que fosse refeito, o SPFC não atingiu a meta de venda de jogadores e, caso não haja uma venda nos últimos 10 dias do ano, deveremos ter mais um ano de resultado deficitário. O orçamento de 2022 aposta na mesma prática e não podemos compactuar com isso. Esperamos que o orçamento seja reprovado e que possa ser refeito para que haja uma previsão de redução relevante de despesas, pois há muita margem para cortes.

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