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Sem títulos, Santos mudou técnico na virada das últimas quatro temporadas

Dorival Júnior, durante clássico Corinthians x Santos - Marcello Zambrana/AGIF
Dorival Júnior, durante clássico Corinthians x Santos Imagem: Marcello Zambrana/AGIF

Eduardo Nunes

Colaboração para o UOL, em São Paulo

08/12/2021 04h00

Após a vitória sobre o Flamengo por 1 a 0 na segunda-feira (6), o técnico Fábio Carille reforçou seu desejo de permanecer no Santos na próxima temporada. Mesmo com contrato até o final de 2022, a permanência do treinador ainda não é certa na Vila Belmiro. E manter um treinador no comando da equipe tem sido algo raro na história recente da Vila Belmiro. É algo que, na verdade, não acontece desde a virada de 2016 para 17.

O último que conseguiu isso —algo que hoje, cinco anos depois, pode ser considerado uma façanha— foi Dorival Júnior, que chegou ao time em 2015 e saiu apenas em 2017. Neste período, ele conquistou o último título do Peixe em sua história, o Paulistão de 2016.

Desde então, a equipe não acrescentou taças ao seu Memorial das Conquistas e teve muitas trocas no comando técnico. Somando interinos e efetivos, o Santos teve dez treinadores diferentes entre a saída de Dorival e a chegada de Carille, sendo que Cuca ainda teve duas passagens. O treinador também estava na virada do ano de 2020 para 2021, mas só por causa da pandemia: a temporada acabou apenas em fevereiro, quando ele deixou o clube.

Além de Cuca, os outros nomes são: Levir Culpi (2017), Jair Ventura (2018), Sampaoli (2019), Jesualdo Ferreira (2020), Ariel Holan (2021) e Fernando Diniz (2021), além dos interinos Elano (2017), Serginho Chulapa (2018) e Marcelo Fernandes (2021).

O quê pesa a favor de Carille?

Carille foi apresentado oficialmente no Santos no dia 9 de setembro. Ou seja, há menos de três meses. No curto período de tempo, teve um início com muita oscilação, mas encontrou o esquema com três zagueiros, acabou com os gols de bola aérea que incomodavam o time há anos e ainda tem a chance de conquistar uma vaga na Libertadores.

Ele comandou o Peixe em todo returno do Brasileirão, conquistando a quinta melhor campanha no período: são 27 pontos ganhos em 18 jogos (7 vitórias, 6 empates e 5 derrotas). Apenas Atlético-MG, Flamengo, América-MG e Corinthians pontuaram mais no período.

"Já falei várias vezes de querer continuar. Meu contrato não tem multa para sair ou para o Santos me mandar embora e sabemos que terá uma conversa agora. Aceitei sabendo dos riscos, mas a vontade existe. Já tem algumas conversas. Sei que tanto presidente quanto o Edu Dracena já entraram em contato com meu empresário. Estou muito feliz aqui e a intenção de continuar é grande", disse o treinador.

A boa campanha causou boa impressão nas arquibancadas. Depois de chegar com fama de ser muito defensivo e de ser uma figura de forte ligação com o Corinthians, tem recebido muito apoio nos jogos recentes na Vila.

Por fim, o relacionamento com o elenco também parece ser um ponto alto de Carille. A aplicação dentro de campo reflete a confiança que ele tem em seu grupo. O técnico também fez questão de destacar a boa relação com o plantel. "Agradeço os jogadores, que compraram ideias necessárias para esse momento conturbado", falou na última segunda (6).

Com a permanência ainda incerta, Carille pode se despedir do Peixe na quinta (9), às 21h30. Na Vila Belmiro, o Alvinegro precisa vencer o Cuiabá e ainda contar com uma combinação de resultados para chegar ao mata-mata antes da fase de grupos da Libertadores.

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