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Anderson Barros fica no Palmeiras e agora terá missão investir em reforços

O técnico Abel Ferreira conversa com o diretor de Futebol do Palmeiras, Anderson Barros - Cesar Greco
O técnico Abel Ferreira conversa com o diretor de Futebol do Palmeiras, Anderson Barros Imagem: Cesar Greco

Diego Iwata Lima

De São Paulo

04/12/2021 04h00

Anderson Barros será o diretor do Palmeiras no início da gestão Leila Pereira. Na sexta-feira, a presidenta eleita bateu o martelo e optou pela continuidade do trabalho do diretor de futebol.

A partir de 15 de dezembro, quando inicia-se nova gestão, Barros vai ter um desafio oposto ao que teve nos últimos dois anos. Se a diretriz de Mauricio Galiotte era economizar, a de Leila Pereira vai ser: gaste e reforce o time. No primeiro teste, Barros passou com louvor. Negociou jogadores, diminuiu a folha salarial e contratou muito pontualmente.

Na nova gestão, ele terá de ser hábil e ágil para entrar em disputas com outros clubes de grande orçamento pelos nomes mais badalados do mercado. Algo que ele ainda não teve que fazer no Botafogo, Coritiba, Bahia e Flamengo, na época em que lá trabalhou, no início de sua carreira.

Perfil discreto pesou a favor do dirigente

Anderson Barros ia passando quase despercebido por uma boa parte dos jornalistas na zona mista do Estádio Centenário após o Palmeiras conquistar o tri da Libertadores, no último dia 27, em Montevidéu. Mas, avistado pela reportagem do UOL, foi parado e veio ao alambrado conversar com a imprensa presente no local.

O sempre discreto Barros chorava e transparecia não só felicidade, mas também alívio. Criticado duramente pela torcida pela falta de contratações de peso, o diretor não apenas levara o Palmeiras a mais uma conquista continental, mas também, sem saber, recebia ali a última chancela para sacramentar sua permanência no clube

A presidenta já tinha simpatia pelo trabalho do executivo, de perfil oposto ao de seu antecessor Alexandre Mattos, que hoje tem avaliação ruim dela e de seu marido José Lamacchia, fundador da Crefisa.

O dirigente remunerado mais vencedor do Palmeiras

Se o parâmetro de contagem for como o das olimpíadas, Anderson já pode ser considerado o maior dirigente de futebol desde que a função passou a ter um executivo remunerado no Palmeiras. Como ninguém tem duas Libertadores de 1992 para cá, quando José Carlos Brunoro assumiu como gerente da co-gestão Palmeiras-Parmalat, Barros lidera este "quadro de medalhas".

Mas em termos de números, ele também já se gabarita para ter a ponta. Com duas Libertadores (2020-21), uma Copa do Brasil (2020) e um Paulista (2020), tem quatro títulos de primeira prateleira. Alexandre Mattos, que o antecedeu, ganhou dois campeonatos brasileiros (2016 e 2018) e uma Copa do Brasil (2015), ficando com três.

Já Brunoro, que trabalhou no Alviverde em duas passagens, conquistou três Paulistas (1993, 1994 e 1996) e dois Brasileiros (1993 e 1994), totalizando cinco títulos. Ou seja: mesmo em números absolutos, um título apenas também já colocaria Barros no topo do ranking.