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OPINIÃO

Juca: Nome do título do Atlético-MG foi Hulk, que calou a boca dos críticos

Do UOL, em São Paulo

03/12/2021 14h56

Com uma passagem discreta pelo futebol chinês, Hulk chegou como reforço do Atlético-MG sob desconfiança, mas termina a temporada como protagonista do título brasileiro que encerra uma espera de 50 anos, com participação decisiva, artilharia e a idolatria da torcida. Juca Kfouri foi um dos jornalista que duvidaram do sucesso do jogador, mas se rendeu após a campanha campeã.

No podcast Posse de Bola #183, Juca afirma que o atacante que marcou 18 gols e deu sete assistências na competição é o nome do título do Atlético-MG, assim como o mecenato que permitiu ao clube ter jogadores como Hulk, deixando a dúvida, porém, se será duradoura a participação dos empresários no clube.

"O nome é o Hulk. Hulk é o artilheiro, é o cara que mudou completamente o comportamento do Galo, é o cara que fez um vínculo com a torcida do Galo absolutamente maravilhoso e em curtíssimo prazo depois de um começo recalcitrante, Hulk calou a boca dos críticos, entre os quais, este que vos fala, que não acreditava na contratação dele", diz Juca.

O jornalista afirma que prefere não citar o técnico Hulk devido ao fato de ele não ter se desculpado pelo episódio de Berna, quando o então jogador do Grêmio foi condenado, ao lado de três companheiros de time por estupro de uma garota que, na época, tinha 13 anos, em 1987.

"Eu confesso, acho um escárnio vê-lo com a camiseta de Nossa Senhora até hoje sem pedir desculpas pelo episódio de violência sexual que o envolveu no chamado Escândalo de Berna. Ele já teve todas as oportunidades de pelo menos pedir desculpas e não o fez. Portanto, eu prefiro não tratar dele, com todos os méritos que possa ter como treinador de futebol. Então, eu imputo essa conquista ao Hulk dentro de campo e, claro, ao mecenato fora de campo", diz Juca.

Ele destaca a forma como o dinheiro colocado no clube pelo quarteto de empresários Rafael e Rubens Menin, Renato Salvador e Ricardo Guimarães ajudou o Atlético-MG na montagem do time e questiona se a participação deles será duradoura, o que poderia fortalecer o clube na disputa por títulos, ao mesmo tempo que uma saída teria consequências preocupantes para o Galo.

"Vamos ver se esse mecenato é para valer, se esse mecenato será uma coisa permanente. Tudo indica que sim, por causa da sociedade em torno do estádio, isto pode fazer de fato do Galo uma potência no futebol brasileiro, mas depende de uma série de circunstâncias, entre as quais, da vida política do país, porque o mecenas, que enriqueceu à custa dos governos do PT, com o projeto Minha Casa, Minha Vida, e que depois abraçou o atual governo", diz Juca.

"Em uma mudança de panorama político no país, não sei o que possa vir a acontecer com ele. Não me parece ainda um projeto que você possa dizer que tem segurança, tem respaldo, será autossustentável. Se for, o Galo passará a ser um dos papões do futebol brasileiro. Se não for, será aquilo de sempre que nós estamos acostumados a ver nessa gangorra dos nossos clubes", completa.

Por fim, Juca afirma que é um momento para que o torcedor possa comemorar, com o fim de um jejum de 50 anos e um time que caminha para fazer a segunda melhor campanha da história dos pontos corridos no Brasileirão.

"O título do Galo é incontestável, o Galo se ganhar os dois últimos jogos, pode terminar sua campanha a apenas 3 pontos da melhor campanha da história dos pontos corridos com 20 times, que foi a do Flamengo de 2019, com aquele time dos sonhos do Flamengo. Não acho que este time do Galo seja equiparável a aquele, não foi um time de desempenho à altura daquele, mas sim com resultados quase à altura daquele", conclui.

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