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OPINIÃO

Mauro: Se o cara ganha duas Libertadores, óbvio que méritos o Abel tem

Do UOL, em São Paulo

29/11/2021 16h05

O técnico Abel Ferreira conquistou sua segunda Libertadores consecutiva comandando o Palmeiras, se colocando como um dos poucos treinadores com dois títulos da competição continental, se juntando a nomes como Lula, Telê Santana, Felipão, Paulo Autuori, Marcelo Gallardo, entre outros. Para Mauro Cezar Pereira, a segunda taça pelo clube brasileiro evidencia os méritos do português, que considera óbvios, ao mesmo tempo em que critica a tentativa de ampliá-los por parte da imprensa.

No podcast Posse de Bola #182, Mauro Cezar ressalta a competência do treinador na estratégia elaborada para enfrentar o Flamengo na final, ainda que com um repertório não tão extenso, pontuando que o Palmeiras apresentou características que muitas vezes são criticadas quando praticadas por times argentinos ou uruguaios.

"Eu noto uma disposição muito grande de parte da imprensa em ampliar os méritos do Abel e não e preciso. Se o cara ganha duas Libertadores, automaticamente méritos ele tem. Então, discutir a competência do técnico é uma bobagem, é óbvio que ele tem a sua capacidade. Como eu sempre disse e continuo achando, ele não tem um grande repertório, que significa diversidade, variação, não tem. Como jogou o Palmeiras? Como sempre joga e não é errado, é legítimo, ele jogou assim contra um time tecnicamente superior e foi campeão merecidamente", diz Mauro Cezar.

"Ele tem estratégia, mas não o vejo como um grande estrategista, porque a estratégia dele é sempre muito parecida, que é esse conceito de jogo. Desta vez, melhor que contra o Atlético-MG, porque o Palmeiras atacou mais, finalizou no alvo mais do que o Flamengo. Agora, picotou o jogo, fez cera desde o primeiro tempo, cobrança de lateral era demorada, fez tudo aquilo que parte da mesma imprensa critica quando um time argentino, paraguaio ou uruguaio faz, mas é legítimo, cabe ao árbitro acrescentar o tempo. O merecimento do Palmeiras e os elogios ao Abel são justos, mas há uma disposição enorme de aumentar ainda mais os méritos", completa.

Mauro Cezar cita o fato de Abel ter conquistado seu terceiro título comandando o Palmeiras, sendo que dois foram justamente contra o técnico Renato Gaúcho, na Copa do Brasil de 2020 contra o Grêmio e na Libertadores deste ano diante do Flamengo.

"O fator fundamental nesse jogo foi exatamente esse, um time tinha um técnico, se você gosta dele ou não gosta, o estilo, isso é outra discussão. Agora, o outro time não tinha um técnico, o Renato não é um técnico, ele é um técnico do passado, ele é um técnico da época, eu não sei nem se do DVD, que ele tanto fala, talvez da fita de videocassete, porque as ideias dele são dos anos 90, 2000 no máximo, que é aquele futebol mais intuitivo", diz o jornalista.

"É aquele futebol de 'vamos lá gente, protejo meus jogadores, confio no meu grupo' e mais nada. O Abel Ferreira trabalha como técnico, repito, se gosto ou não do estilo, é uma outra discussão, mas ele é um treinador de futebol, isso é inegável. O Renato não é, é um treinador à antiga e não cabe mais no futebol esse tipo de técnico que só fala, que banca ali o fanfarrão", conclui.

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