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Daronco admite que resistia a mudanças sugeridas pelo VAR

Árbitro Anderson Daronco em treinamento sobre o VAR da CBF - Lucas Figueiredo/CBF
Árbitro Anderson Daronco em treinamento sobre o VAR da CBF Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Colaboração para o UOL, em São Paulo

29/11/2021 11h45

Anderson Daronco afirmou que o processo de adaptação ao uso do assistente de vídeo (VAR, na sigla em inglês) foi mais difícil para ele. O árbitro admitiu que quando a ferramenta foi implantada no futebol brasileiro, ele tinha uma resistência em consultar o monitor quando chamado.

Daronco ponderou que a ida ao monitor, para ele, representava um atestado de que ele havia cometido um erro dentro de campo. Assim, em seus primeiros jogos com o VAR, ele disse que evitava ver o vídeo ou procurava elementos que confirmassem sua primeira opinião.

"Embora seja difícil, a gente tenta se policiar em relação a isso, o meu processo de adaptação com a ferramenta (VAR) foi mais sofrido e um pouco mais demorado, digamos assim. Talvez por personalidade. Eu cometi um erro - não de jogo -, mas algo que eu lutava, tinha uma resistência muito grande de ir ao monitor. Porque, no início, tudo era uma novidade e quando o seu colega te chama: 'Daronco, recomendo uma revisão', é como se fosse um atestado de que você errou no jogo", declarou em entrevista ao "Bola da Vez", na ESPN Brasil.

"Então eu tinha essa resistência. Às vezes, eu chegava no monitor e queria manter a decisão de campo ou me esforçava ao máximo para procurar elementos que sustentassem a primeira decisão quando a mudança estava óbvia. Então, o meu processo foi mais complicado, embora eu tenha participado do início da implementação com a Conmebol", acrescentou..

O árbitro gaúcho explicou que a novidade trouxe sensações dentro de campo que ele só estava acostumado a experimentar após o término das partidas, quando os lances eram revisados nos programas de TV. Na opinião de Daronco, ele está melhor adaptado desde o meio da temporada passada.

"[Antes do VAR] Tinha a questão do erro no pós-jogo e a gente lidava com isso de diferentes formas. O erro, a repercussão, o grau de impacto na partida. A partir da entrada do VAR, a gente começou a ter essas emoções durante a partida. Então, existia essa resistência. Quando um colega chamava, já vinha aquele pensamento: 'Fiz cagada, tenho que ir lá'", complementou o árbitro.

"Eu consigo perceber que do meio do ano passado para essa temporada, eu consegui ajustar isso e, de fato, tenho poucas idas ao monitor, o que é importante, porque significa que estamos decidindo tudo corretamente em campo", finalizou.