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Corinthians: Sylvinho foca na reta final do BR e evita perguntas sobre 2022

Yago Rudá

Do UOL, em São Paulo

28/11/2021 19h54

Classificado para a disputa da Copa Libertadores do ano que vem, o técnico Sylvinho não quis falar sobre a próxima temporada do Corinthians. Na entrevista coletiva após a vitória diante do Athletico-PR, o treinador foi questionado sobre o futuro em diversas oportunidades, mas rechaçou o tema. O comandante do Timão frisou que o Campeonato Brasileiro ainda não chegou ao fim e projetou as duas últimas rodadas da competição nacional.

"Não tem nada decidido, é muito bom estar onde estamos, mas manter requer suor e dedicação. Faltam dois jogos e não há a mínima condição de fazer uma análise de objetivos. Desde a minha chegada tenho dito que vamos jogo a jogo. É um campeonato difícil, equilibrado, em que se joga 38 jogos em um espaço de tempo muito curto e com viagens longas. Alguns dos times acabam jogando competições sul-americanas e acabam tendo um desgaste mais forte. Não foi o nosso caso, mas estamos absolutamente focados nas duas partidas que ainda temos. Estamos focados no Grêmio", explicou.

Com os três pontos garantidos diante do Athletico-PR, o Corinthians chegou aos 56 no Campeonato Brasileiro e se garantiu na Copa Libertadores de 2022.

Sylvinho frisou em vários momentos que seu foco é terminar a temporada com boas apresentações diante do Grêmio e Juventude — os dois jogos que restam ao Alvinegro em 2022. Uma avaliação sobre o trabalho realizado no último semestre e o início do planejamento para a temporada do ano que vem, o treinador fará apenas quando o Brasileirão chegar ao fim.

"Temos ainda dois jogos importantes para fazer qualquer tipo de avaliação. Estamos focados nos próximos dois jogos. Vamos montar nossa semana. A partir do momento que o campeonato acabar, vamos avaliar todo um trabalho e vamos fazer um planejamento ou montagem. Esse momento é de terminar o campeonato, é um campeonato difícil e chegamos aqui suando e trabalhando forte para isso. Vamos jogo a jogo como eu sempre tenho dito", frisou.

O Corinthians volta a campo no domingo (5), contra o Grêmio, na Neo Química Arena. O duelo com os gaúchos marca a despedida do Alvinegro de seu estádio na temporada. Jogando com a presença do público em Itaquera, o Timão conseguiu sete vitórias em sete partidas e não perde em casa desde há quase quatro meses.

Leia, na íntegra, a coletiva de imprensa do técnico Sylvinho:

Se o Corinthians tivesse entrado com um esquema tático mais ofensivo teria mais facilidade para jogar contra o Athletico?

"Tivemos mais posse de bola, criamos as melhores chances, chutamos mais a gol. Tivemos números expressivos e bons. Desempenho bom. Poderíamos ter feito o gol antes, mas do outro lado tem um adversário, um goleiro e uma defesa. É um time que recentemente conquistou o título da Sul-Americana, forte fisicamente, bem construído e que nos trouxe problemas para romper a linha com cinco zagueiros. O time desenvolveu, lutou e buscou o gol que nos deu a vitória".

Por que o Corinthians oscila tanto nos jogos disputados dentro e fora de casa?

"Tivemos um bom jogo em casa, é um estádio que gera uma atmosfera muito positiva, e isso nos ajuda bastante. Eu discordo de você. O jogo contra o Ceará perdemos sem merecer perder, tivemos uma performance de empate e poderíamos ter uma melhor sorte. O futebol não é sorte, é trabalho e a bola tem que entrar. Trabalhamos e o jogo não era para derrota. Aqui em casa temos feito o resultado e o nosso jogo ajuda muito".

Sobre a atuação de Du Queiroz na Neo Química Arena

"Não tenho a capacidade e a condição de formatar o time para a partida de domingo. Ainda estou digerindo e respondendo situações que ocorreram no jogo. É prazeroso, tenho dito isso desde a minha chegada, que saí da base do Corinthians. Passei minha infância e juventude toda ali, vim do Terrão. Me identifico com esses atletas, estou muito contente e feliz pela renovação de contrato desse atleta. É um atleta que sempre demonstrou vontade de permanecer aqui e jogar. É um atleta que tem qualidades físicas extraordinárias. É muito jovem, tem margem de crescimento. Vimos ele depois de dois meses de trabalho e começou a ganhar seu espaço. Estou muito feliz por ele, mas também por outros como o Roni, o GP, o Adson e o João Victor. É um grupo que temos, que brinco ali com eles e chamo de sub-23 nosso. Essa mistura da juventude com os atletas que já ganharam faz parte de dois pilares importantíssimos daquilo que temos. É mais um jovem da base que tem dado conta do recado e fico feliz por isso".

Sobre plano tático do Corinthians para a partida

"Sempre que analisamos o nosso time, por favor não esqueçam, sempre tem do outro lado um adversário. Esse adversário tem uma linha de cinco muito forte. É um time que recentemente conquistou a Copa Sul-Americana. Passar a linha final de cinco é muito difícil: atletas experientes, robustos e com muita força física. É um grande time o Athletico-PR. A primeira saída nossa estava mais limpa, mas quando entrávamos no campo do adversário encontrávamos dificuldade, o que é absolutamente normal. O adversário tem uma linha de cinco, é agressiva com os dois volantes. Transpor essa barreira é difícil. O Du acabou tendo alguns erros de passe que comprometeram, mas transpor essa barreira não é nada simples. A partir do começo da próxima semana vamos pensar em formatar o nosso time para o jogo. Prefiro agora responder do jogo, dos números, para depois projetar o nosso time".

O Gabriel Pereira tem caído de rendimento? Se sim, por quê?

"É um atleta jovem, de muita qualidade. Não atrele situações como renovação de contrato com rendimento. Não faço isso. Atletas jovens oscilam, eu oscilei e todos atletas jovens oscilam. É um grande jogador. Oxalá fosse fácil que um atleta já entrasse pronto para uma final do Mundial. Tem um processo na carreira dele, é um jogador que sente como qualquer outro. Trabalho com o atleta diariamente e sei do compromisso dele. É um atleta importantíssimo para o Corinthians, estamos felizes com o rendimento dele. É um jovem, oscila e por isso muitas vezes sai do jogo. Temos outras opções como o Willian e o Gustavo, que são jogadores diferentes. O Willian não sinalizou jogar desde o início hoje. Reitero senhores e, me desculpem, mas são atletas jovens e oscila. Ele perde a bola e volta, vai no campo adversário, se entrega e se doa. Não acho justo atrelar situação de contrato com a performance de um atleta tão jovem. Temos que cuidar dele".

O que você tira de positivo projetando a próxima temporada?

"Sei que essa interação não tem ainda para que tenhamos réplica e tréplica para esclarecer outros assuntos, mas a pergunta foi respondida anteriormente. Temos que terminar o nosso campeonato. É um campeonato difícil, equilibrado e pensamos jogo a jogo. O próximo jogo é importante e dificílimo, assim como todos os demais. O campeonato não acabou".

O quanto a presença da torcida do Corinthians nos jogos em casa faz diferença na briga da equipe por uma vaga na Copa Libertadores?

"O nosso estádio gera uma atmosfera muito positiva. Os números estão aí. O estádio incomoda o adversário e gera um clima muito bom para nós que estamos ali no campo. Que bom que é assim e que bom que estamos controlando uma situação difícil. Que os estádios possam voltar à sua plenitude É muito difícil e desgastante fazer um jogo sem o público. É muito bom ter o público e o nosso estádio é excepcional".

Existe a expectativa de contar com Giuliano para o próximo jogo? O Willian pode começar a próxima partida? Sem o Fagner, o Corinthians vai com Du Queiroz ou João Pedro na lateral?

"Tenho ciência dos atletas que não podemos contar. O que não tenho ciência é dos atletas que podemos contar. O Giuliano está voltando, vamos avaliá-lo a cada dia. Temos uma semana e quando se tem uma semana é mais ou menos uma semana. O atleta demora 48 horas para ter uma recuperação plena e voltar a ter treinamentos de qualidade. Um ou dois dias antes do jogo você também tem que tirar o pé, é uma questão que todos sabem. Você tem que guardar energias. São alguns ensaios. É uma semana para melhorarmos algumas qualidades do time, mas sobretudo recuperar bem e dar treinos de qualidade. Algumas das possibilidades você levantou, mas temos que ter tranquilidade e deixar os dias passarem e ver os treinamentos para fazer uma melhor montagem do nosso time".

O Corinthians já pensa no planejamento para a temporada 2022?

"Estamos absolutamente focados nos jogos que temos, não vou ser repetitivo. Sei que não ter a interação gera esse tipo de situação, mas com todo o respeito não dá para falar. O nosso foco é jogo a jogo, haja vista a dificuldade de ganhar os jogos. Não é só conosco. É uma peculiaridade de um Campeonato Brasileiro por vários motivos. Não entendo por que o Campeonato Brasileiro em que se joga em sete meses você toma três cartões amarelos e está suspenso. Não é assim nos outros cenários, tem que privilegiar que o atleta possa jogar. É coibir violência? Coibir violência é cartão vermelho. Não estamos nos anos 1990 que eram aquelas faltas pesadas. Hoje temos VAR, os cartões são mais para reter o adversário, Temos que ter atletas com qualidade em campo. É um detalhe que penso pela qualidade do nosso campeonato. É difícil jogar o campeonato em sete meses".

O que você deixará ao torcedor corintiano e o que podemos aguardar para 2022?

"Vou ficar com a primeira parte (risos). O que eu posso deixar nesse momento é 'Vai Corinthians'. Temos dois jogos importantes, vamos focar em ficar o mais alto possível na tabela".

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