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Sylvinho evita apontar falhas e levanta moral do grupo após derrota no CE

Yago Rudá

Do UOL, em São Paulo

26/11/2021 00h47

O técnico Sylvinho optou em não falar sobre as falhas individuais de Cássio e João Pedro nos lances em que resultaram na derrota para o Ceará, por 2 a 1, nesta noite. Protegendo seus atletas, o comandante do Corinthians adotou um discurso coletivo e aproveitou a oportunidade para elevar o moral do grupo de jogadores e, mais uma vez, defender seu trabalho no clube.

"É um grupo e não tem peso individual nenhum. A derrota deixa o vestiário triste, ainda mais por aquilo que produzimos e entregamos. Corremos atrás do resultado o jogo inteiro, as substituições potencializaram o time, mas infelizmente quando conseguimos o empate tomamos o gol rapidamente. Faz parte de um campeonato difícil, estamos tristes pelo resultado, mas uma performance e um desempenho no qual buscamos o resultado o tempo inteiro", explicou o treinador ao ser perguntado sobre a performance de Cássio e João Pedro na partida.

O Corinthians chegou ao seu oitavo jogo seguido sem vitória nos compromissos longe da Neo Química Arena. Mesmo assim, a equipe se mantém no G4 do Campeonato Brasileiro graças ao tropeço do Fortaleza diante do Santos, na Vila Belmiro. O Red Bull Bragantino ainda não jogou na rodada, a 35ª da Série A, mas pode passar o Alvinegro em caso de vitória.

Embora a equipe tenha desperdiçado outra chance de se firmar no pelotão de frente da tabela, Sylvinho voltou a frisar — como já havia feito em outras entrevistas coletivas — a relação entre expectativa e realidade do Corinthians nesta temporada. O treinador lembrou que o time não era apontado como uma dos favoritos e fez questão de valorizar o trabalho que vem sendo realizado no CT Joaquim Grava após seis meses de sua contratação.

"O futebol vive de acertos e erros. Trabalhamos com um grupo e vamos continuar. O atleta é passível de erros, como nós também somos. É um esporte complexo, coletivo, mas que obviamente se trata com cuidado. Temos em breve um jogo importante em casa, no qual estamos lutando por uma vaga direta. O vestiário está consciente disso. Foi o nosso trabalho que nos trouxe aqui, buscando a vibração do nosso torcedor, a nossa, para nos levar à fase de grupos de uma Libertadores", finalizou.

Com 53 pontos ganhos, o Corinthians volta a campo no domingo (28) para enfrentar o Athletico-PR, em casa, pela sequência do Brasileirão. A equipe vem de uma sequência de sete vitórias seguidas em Itaquera e ainda perdeu em casa no segundo turno.

Veja outros trechos da entrevista coletiva de Sylvinho:

Sobre substituição do Fagner

"Ele pediu para sair. O atleta olhou para o banco e fez um sinal pedindo substituição. É sempre difícil mexer nessa linha de quatro porque é difícil entrar no ritmo. Algumas situações do jogo te levam a tomar decisões importantes e às vezes você não está no nível dos outros atletas. Faz parte, ele pediu a substituição".

A equipe do Corinthians já está construída?

"Não. Quando falo construção isso necessita tempo. Estamos em um cenário de Copa Libertadores onde ninguém há meses acreditava no clube, no time. Temos atletas que vêm de cenários diferentes, em readaptação ao futebol brasileiro. Os quatro que chegaram jogaram pouquíssimo juntos, viramos o primeiro turno na sexta colocação com praticamente o time que começamos o campeonato. Um time que se esforçou e se dedicou muito com muitos nomes da base. São jovens que estão surgindo, feliz pela titularidade do João Victor. Os atletas que chegaram estão se adaptando. Queremos terminar o Campeonato Brasileiro, conquistar nossa vaga na Libertadores e a partir do ano que vem você tem um cenário com pré-temporada e jogadores adaptados. Aí sim teremos um grupo já construído para fazermos pequenos detalhes para o início da outra temporada"

Por que o Corinthians oscila tanto nos jogos em casa e fora de casa?

"O futebol é um esporte coletivo bastante complexo. A grande parte dos gols, ainda que tenhamos qualidade dentro de campo, acontecem por falhas. Sempre alguém está fora de uma posição, sempre parte disso. Não gostamos, corrigimos, mas é um todo. O futebol é assim. Já fizemos gols no último minuto, já sofremos gols no último minuto, já fizemos gols de erros e já sofremos gols por erros nossos. Faz parte, é um grupo".

O Willian será poupado no domingo?

"Não estou muito de acordo com a palavra poupar. Nós potencializamos os atletas, as viagens são longas, os atletas vêm de um período de três ou quatro dias entre os jogos. Trabalhamos em cima de performance, de rendimento e um ou outro não chegam. Entramos com o que temos de melhor no momento, obviamente que gerindo todas essas circunstâncias".

Seria mais fácil fazer uma troca no gol caso o reserva do Cássio fosse um jogador mais experiente?

"O Cássio está acostumado com o clube, com as pressões, com as críticas e os elogios. Volto a dizer que somos um grupo. O grupo que nos trouxe até aqui, entendemos que o trabalho tem números muito bons. São três jogos, estamos em uma expectativa grande e nos vemos brigando por uma vaga na Copa Libertadores com clubes importantes. O cenário poderia ser bem diferente, mas não é. Não é fácil, mas estamos brigando por essa vaga".

Sobre escolhas por Luan e Lucas Piton como titulares

"O Willian é um atleta que não mostrava condição de início de jogo, estamos avaliando a cada jogo. Conversamos com o grupo e com os atletas de forma constante. Vamos avaliar os próximos dias, uma viagem longa para São Paulo e ver se há condição de iniciarem o jogo. Vamos ouvir os departamentos do clube e, obviamente, os atletas. Com relação ao Renato, é um jogador que vem de 13 jogos seguidos, sinalizou um cansaço muito grande pós-jogo do Santos. A recuperação dele não foi total, sinalizou uma condição de cansaço e não poderia iniciar o jogo. Nos ajudou com 30 minutos. O Luan tem treinado bem, estava esperando uma chance, é um atleta de grupo. O momento era dele, assim como os demais. Não entendo como uma questão de aproveitar ou não a oportunidade. Ele está aqui, participou e entendemos que foi o momento dele jogar".

Sobre os gols sofridos no início das partidas fora de casa

"Estamos aqui para trabalhar. Fizemos gol nos minutos finais de alguns jogos e ganhamos, tem um adversário do outro lado. Temos que analisar todo o campeonato. Até onde eu lembro, somos o sexto melhor mandante e o quinto melhor visitante. Isso é um número completo, são números de 35 rodadas. Não é bom tomar gol nem no começo e nem no jogo. Não sei se prejudica, mas você tem que acelerar o jogo, tem um gasto energético maior. A partir daí tem um gasto muito grande, passamos 80 minutos gastando muita energia. Nossas condições são de brigar pelo G4 em busca da nossa vaga".

Sobre dificuldade da equipe em fazer gols nos 1º tempos das partidas

"Não se pode tirar as coisas de contexto. Se nos outros 19 jogos tivemos vitórias importantes, o time respondeu bem porque conseguiu fazer gols no segundo tempo. Isso depende, não existe um conceito fechado. Alguns números são tirados de contexto. Vou trazer para o meu lado, somos uma das cinco melhores defesas do campeonato e os números não são ruins. Vamos analisar um contexto geral para termos mais tranquilidade".


Qual a autocrítica do seu trabalho?

"Eu não tenho a pretensão de avaliar o meu trabalho, ainda não acabou. Estamos encaminhando uma vaga, mas vai ser suada, vai ser no final. É um campeonato muito disputado, no ano passado foi decidido nos últimos minutos o título. Assim vai ser esse ano novamente. Já falei de mandante, visitante e me defendendo nesse aspecto ao dizer que é um trabalho digno, um trabalho honesto, um trabalho bom. O vestiário está entendendo, tem dado em suas entrevistas e são absolutamente claro ao falarem sobre o trabalho da comissão técnica e apoio. O nosso ambiente é bom e agradável. Temos aqui uma situação de resultado, como você citou na pergunta, de briga por Libertadores. Não tenho a pretensão, sei que é digno, honesto, suado. O objetivo não era esse, quero entender que os números estão de acordo com um trabalho digno e honesto. Prefiro concentrar nos três jogos que restam".

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