Topo

Cafu: Adriano e Pato poderiam ter sido maiores centroavantes da história

Cafu, ex-lateral direito da seleção brasileira, em entrevista ao "Podpah" - Reprodução/YouTube
Cafu, ex-lateral direito da seleção brasileira, em entrevista ao "Podpah" Imagem: Reprodução/YouTube

Colaboração para o UOL, em São Paulo

18/11/2021 10h47

Bicampeão mundial com a seleção brasileira, em 1994 e 2002, Cafu disse que Adriano Imperador e Alexandre Pato tinham potencial para se tornarem os "maiores centroavantes da história do futebol". O ex-defensor, que teve passagens por São Paulo, Palmeiras, Roma e Milan, lamentou a falta de sequência de ambos e contou que apostava que eles seriam protagonistas do ataque da seleção brasileira.

"São dois caras que nós apostamos muito, que se tivessem dado sequência da maneira que nós vimos no começo da carreira... Um se chama Pato e o outro se chama Adriano. [A gente dizia] Se esses dois caras resolverem jogar bola e se comprometerem do jeito que nós achamos que podem, eles vão ser os dois maiores centroavantes da história do futebol", contou Cafu em entrevista ao "PodPah", no YouTube.

Pato imparável

Cafu recordou que Alexandre Pato impressionou todos os defensores do Milan quando chegou ao clube italiano e que o atacante era considerado "imparável" por companheiros como Paolo Maldini e Kaladze. O ex-lateral direito ainda revelou que testes feitos no clube de Milão apontaram que o hoje jogador do Orlando City tinha mais explosão que Ronaldo Fenômeno.

"O Pato chegou no Milan, e era incrível. A gente 'dava de mão nele'. A gente batia nele. Era eu, o Maldini e o Kaladze, que, às vezes, apelava com o Pato, chegava bem mais forte. A gente se olhava e balançava a cabeça: 'Não dá para pegar'. Não dava. Ele chegava perto, tirava para os dois lados, roubava nosso tempo de bola. Eu dizia para o Maldini: 'Acho que o Brasil achou o cara'", declarou Cafu.

"Ele estava voando. Eu fui embora e, depois de cinco meses, o Pato machucou. Não jogou mais. Eu falei: 'Ah, não é possível'. Ele tinha mais força que o Ronaldo. A explosão dele era maior que a do Ronaldo. Os caras mediram no Milan. Era impressionante. Ele batia com a esquerda e com a direita na mesma potência, rápido, cabeceava bem e ainda batia falta. E driblava bem, era habilidoso", continuou.

Adriano 'chato de marcar'

A convivência de Cafu com Adriano foi na seleção brasileira e como adversário, já que o Imperador atuava pela Inter de Milão. O ex-lateral direito lamentou que ele tenha parado cedo e disse que o grande diferencial dele era ser canhoto.

"O Adriano, mesma coisa. Eu falava: 'Adriano, joga bola. Se você jogar, esquece. Você não tem noção'. Primeiro, que a gente não tem centroavante canhoto. Dificilmente o Brasil produz um centroavante nato canhoto. É difícil. Dá para contar nos dedos. Antes do Lukaku, era o Adriano. E é difícil de marcar. O Adriano tinha um potencial impressionante, joguei contra ele várias vezes. Era chato de marcar. Ele parecia lento, pesado, e não era. Ele protegia a bola. Não tinha quem pegasse ele. Um baita centroavante", avaliou.

"Mas o Adriano parou cedo e o Pato acabou não dando sequência porque teve um monte de lesão. Foi uma pena. A gente realmente achou que tinha achado o centroavante que o Brasil precisava", concluiu.