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Diretor do SPFC projeta desafio para Ceni em 22: Difícil conquistar títulos

Do UOL, em São Paulo

11/11/2021 15h06

O São Paulo encerrou em 2021 o jejum de títulos que durava desde a Copa Sul-Americana de 2012 ao conquistar o título paulista, mas o que parecia uma temporada promissora acabou em campanha abaixo da expectativa no Campeonato Brasileiro, com a saída do principal nome do elenco, na rescisão do contrato de Daniel Alves e até na troca de técnico, com a saída do argentino Hernán Crespo e a sua comissão para a volta de Rogério Ceni, ídolo do clube.

Em entrevista a Mauro Cezar Pereira no programa Dividida, do Canal UOL, o diretor de futebol Carlos Belmonte fala sobre as dificuldades encaradas pelo clube na temporada, os problemas financeiros, a aposta nas categorias de base e a perspectiva de uma postura mais modesta no mercado para a próxima temporada, ao mesmo tempo em que o clube não coloca a pressão no trabalho de Rogério Ceni, admitindo que não será fácil conquistar títulos com o poder de investimento atual, além da esperança de manter o treinador até o fim do mandato da diretoria.

"Estou verdadeiramente impressionado com o trabalho do Rogério, o Rogério chega aqui às 7h, sai às 21h, o trabalho é intenso, estuda os adversários, a gente está muito satisfeito. O que eu espero do Rogério, isso é o que a gente espera, mas sempre a gente sabe como é o futebol, eu espero terminar os dois anos que nós temos aí pela frente com o Rogério, essa é a nossa expectativa. A expectativa sempre é positiva e em se tratando de um ídolo, se tratando de alguém que faz o trabalho que ele faz", afirma Belmonte.

"Também tem o São Paulo a consciência, para a gente é muito difícil conquistar títulos, vai ter que trabalhar muito, então a gente também tem que ter essa consciência. Não adianta, eu lembro o que aconteceu aqui com o Aguirre, que liderou o Campeonato Brasileiro aqui no São Paulo um tempo, mas claramente aquele time não era para liderar, o time não estava pronto para liderar, tinha times mais fortes. Quando o time cai para quarto ou quinto lugar, aí o Aguirre não serve mais, mas espera, aquele time era para ser quartos quinto lugar. O que eu estou querendo dizer é que nós temos que ter a consciência do que é possível para o São Paulo", completa.

Essa expectativa de dificuldade na disputa por títulos também se explica pelo que é projetado como postura do São Paulo no mercado para a próxima temporada, quando o diretor admite que não deve fazer grandes contratações devido à realidade financeira do clube tricolor.

"A gente vai ter que dizer isso ao torcedor. Claro, um time com o tamanho do São Paulo não pode entrar em campeonato sem a pretensão de disputá-lo para ganhar, a gente sabe disso, mas nós teremos que ser muito mais modestos do ponto de vista do mercado, com muito mais acertos de contratações, nós não temos recursos para contratar jogadores de ponta", diz Belmonte.

"Nós teremos que contratar jogadores que estão despontando, jogadores que possam se encaixar dentro do nosso time mesmo que tecnicamente não sejam jogadores que já tenham destaques, mas jogadores que possam vir aqui e agregar no nosso elenco. Então nós não temos recursos, estamos em uma situação financeira muito difícil, então a gente tem que ter muita calma e isso, por isso eu acredito muito no trabalho do Muricy, no trabalho do Rogério, no trabalho dos nossos scouts, é assim que nós vamos trabalhar nessa temporada, nós não temos recursos para grandes contratações, então vamos trabalhar tentando reforçar o nosso elenco", completa.

Chegada relâmpago de Ceni após a saída de Crespo

Sobre a contratação de Rogério Ceni para o lugar de Hernán Crespo, o diretor nega que o ex-goleiro do clube já estivesse contratado quando houve o anúncio da saída do argentino. Belmonte afirma que o nome do ídolo são-paulino era o primeiro da lista a partir da definição pela troca no comando técnico, mas ainda não havia o contato, destacando a rapidez no acerto do presidente Julio Casares com o treinador.

"Chegamos às 4h da manhã, viemos para o CT, fizemos a reunião na terça e tomamos a decisão, isso lá por 16h, 17h de que nós comunicaríamos a saída do Crespo na quarta-feira e o Rogério é que seria procurado. Então, nós na quarta-feira, o Julio não veio para a Barra Funda, eu, o Muricy e o Rui sim, nós fizemos a comunicação ao Crespo, a gente conversou com ele e imediatamente eu liguei para o presidente, isso era umas 15h, para o presidente ligar para o Rogério para fazer o primeiro contato. Continuamos aqui porque o Rogério podia recusar e aí nós teríamos que iniciar o trabalho, pensar em outros nomes", diz Belmonte.

"Umas 15h10 o presidente ligou direto, porque já tinha uma relação com o Rogério, conversou com o Rogério e o Rogério entendeu como uma convocação, o Rogério só queria trabalhar a partir de 2022, mas em se tratando de São Paulo, para um ídolo, maior ídolo da história do São Paulo, se transformou imediatamente em convocação. A gente tinha um treino marcado aqui às 16h30, que quem daria seria o Vizolli, os jogadores já estavam trocados, o Rogério pediu se dava para treinar no Morumbi por causa da iluminação à noite no mesmo dia. Nós pusemos os jogadores trocados aqui no ônibus no CT e fomos para o Morumbi", conclui.

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