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Por que atacante da seleção chilena ainda não conquistou espaço no Inter

Carlos Palacios ainda busca adaptação ao Inter e mais espaço no time - Ricardo Duarte/Inter
Carlos Palacios ainda busca adaptação ao Inter e mais espaço no time Imagem: Ricardo Duarte/Inter

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

30/10/2021 04h00

Carlos Palacios foi o primeiro reforço do Inter nesta temporada. O atacante de 21 anos foi contratado com a convicção de que poderia se firmar rapidamente e desempenhar todo potencial que motivou o clube a investir US$ 3 milhões (R$ 17 milhões na cotação atual) na contratação dele. Mas, passados sete meses, o chileno ainda não desabrochou por problemas de adaptação, mudanças de modelo e concorrência forte no time e no banco.

Palacios chegou ao Inter sob grande expectativa. Considerado atleta mais promissor da nova geração chilena, já atuava na seleção principal e recebia elogios de nomes importantes no país, como Vidal, Vargas e Aránguiz.

Mas a experiência era curta. Na carreira, ele havia defendido apenas o Unión Española, que é um clube bem menor que o Inter em estrutura e projeção. Ainda que tivesse disputado jogos de Libertadores e com a seleção, jamais havia atuado em outro país ou esbarrado em diferenças de idioma e cultura.

Foi exatamente a adaptação que brecou o atleta logo de início. Longe da família, ele ganhou apoio do então técnico do time, Miguel Ángel Ramírez, no princípio da jornada.

"Às vezes, esquecemos que jogadores são pessoas. Ele está sozinho [no Brasil], longe da família, tem um bebê de quatro meses, e está longe de seu bebê, de sua companheira. Imagina você, com 20 anos, em um país novo. Se já é difícil para mim, que tenho 36, imagina para ele", opinou o treinador. "Às vezes, não se pensa que nós somos pessoas, que sofremos, que temos dificuldades também", completou o técnico, que não demorou a ser demitido.

As características de jogo de Palacios foram pensadas para o modelo de Miguel Ángel Ramírez. Um atacante de lado com característica de buscar o jogo apoiado aos companheiros e procurar mais a assistência do que o gol. Sem tanta velocidade, mas com drible para desequilibrar a defesa rival. Quando o técnico saiu, ele também sentiu os efeitos da mudança.

Diego Aguirre, contratado em seguida, procura outras atribuições em seus jogadores de lado. É necessário maior capacidade defensiva para recompor rapidamente, e velocidade para buscar jogadas em profundidade. Desta forma, ele sofreu.

Restou a favor de Palacios seus melhores momentos pelo Inter em uma posição em que não recebeu sequência: como armador. Nos minutos que melhor rendeu, ele esteve centralizado atrás do centroavante. Mas não ganhou novas chances neste espaço de campo.

Além disso, outros jogadores ocuparam os lugares em que ele poderia estar. Edenilson se firmou aberto pela direita, Patrick pela esquerda e Taison como armador. Até mesmo na reserva a concorrência o deixou para trás. A primeira opção, praticamente em qualquer posição, é Mauricio.

Percebendo a demora para engrenar do chileno, o Colorado apostou em outra chegada. Gustavo Maia começa a ganhar espaço a partir do golaço marcado contra o Corinthians. É mais um que poderá subir na hierarquia técnica, deixando o colega para trás.

O tempo ainda não serviu para adaptar Palacios. Porém, como possui vínculo até 2025, ele terá chance de atingir o nível esperado e o potencial que o faz ser convocado para a seleção até hoje, mesmo na reserva, com somente uma assistência e nenhum gol marcado em 26 jogos pelo Inter.

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