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Denílson diz que má fase e festas atrapalharam passagem pelo Flamengo

Denilson teve passagem pelo Flamengo - Ana Carolina Fernandes/Folhapress/Digita
Denilson teve passagem pelo Flamengo Imagem: Ana Carolina Fernandes/Folhapress/Digita

Colaboração para o UOL, em São Paulo

20/10/2021 10h35

Comentarista da TV Band, Denílson acumulou sucessos em sua carreira como jogador. Revelado pelo São Paulo, o ex-atacante teve boas passagens por clubes como Bétis, Bordeaux e Palmeiras, além de defender a seleção brasileira nas Copas do Mundo de 1998 e 2002 - sendo vice-campeão na primeira e campeão na segunda. No Flamengo, porém, ele não deixou saudades e admite que teve grande parte da culpa.

Denílson defendeu o time rubro-negro em 2000, emprestado pelo Bétis. Em entrevista ao canal "Flow Sport Club", no YouTube, o comentarista disse que não soube separar os problemas extracampo - incluindo a falta de pagamentos e as noitadas - do que poderia fazer dentro das quatro linhas.

"Quando eu vim para o Flamengo, eu não consegui dar um chute. Eu estava jogando mal no Bétis - o Bétis caiu para a segunda divisão -, aí eu venho para o Flamengo porque eu pensei na visibilidade, que precisava disso para voltar à seleção. Não dei um chute no Flamengo porque eu já vim da 'desgrama' da Espanha para cá, estava mal 'para cara***' lá e continuei mal aqui", disse.

"O flamenguista tem a imagem de que eu passei lá e não fiz nada. O flamenguista tem razão. O maior culpado sou eu. Às vezes, a gente se escora no presidente que não pagou, na gestão que não é boa e transfere a responsabilidade. Não. Eu entendi, depois de muito tempo, que o maior culpado fui eu. A imagem era minha, o talento era meu e quem estava sendo criticado era eu, não a gestão da época. Era eu, o time, no geral", continuou.

O ex-jogador avaliou que os torcedores flamenguistas podem até considerá-lo um comentarista legal, mas disse entender que não sintam saudade dele enquanto atleta.

"Eu tinha a maior responsabilidade. Naquele momento, eu tinha que separar o que era uma questão burocrática do meu desempenho em campo. eu tinha que entregar o que eu podia, depois resolvia fora de campo. Se eu pensasse desse jeito, teria dado certo no Flamengo. Seis meses? Talvez, mas o torcedor diria: 'Queria que ele tivesse ficado mais tempo'. Hoje, agradecem porque eu saí. E eu não tiro a razão", ponderou.

"O flamenguista pode até achar que eu sou gente boa, divertido na TV, mas os mais antigos, se lembrarem da minha passagem pelo time, querem me matar. Eu não dei um chute. E aí, tem outros motivos também que...Agora eu estou bem casado. Juntou tudo, a fase ruim, os 'corpos'. O Rio de Janeiro é terrível, é um sol para cada um", finalizou.