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Brasileirão - 2021

Hoje técnico do Athletico, Valentim deu voadora em torcedor em jogo do Flu

Agora técnico do Athletico-PR, Alberto Valentim dá voadora em torcedor do Fluminense em briga nas Laranjeiras em 1996 - Zeca Fonseca/Agência O Globo/Zeca Fonseca/Agência O Globo
Agora técnico do Athletico-PR, Alberto Valentim dá voadora em torcedor do Fluminense em briga nas Laranjeiras em 1996 Imagem: Zeca Fonseca/Agência O Globo/Zeca Fonseca/Agência O Globo

Caio Blois

Do UOL, no Rio de Janeiro

17/10/2021 04h00

Fluminense e Athletico se enfrentam neste domingo, às 16h (de Brasília) na Arena da Baixada, pelo Campeonato Brasileiro, em confronto de certa rivalidade ao longo dos anos. Tudo isso por conta de uma briga histórica em 1996, no Estádio das Laranjeiras.

Hoje técnico do Furacão, Alberto Valentim participou ativamente da confusão — a foto que abre essa matéria mostra ele dando uma voadora em um torcedor que invadiu o campo para agredir os jogadores do time paranaense.

O ambiente era tenso, já que o Tricolor vivia o drama da luta contra o rebaixamento e precisava vencer o rival. Em campo, a vitória por 3 a 2 valeu a liderança para os paranaenses, que tinham um dos melhores times de sua história, além de afundar o Flu.

No segundo tempo, a torcida tricolor presente nas Laranjeiras trocou provocações com o goleiro atleticano Ricardo Pinto, cria do Fluminense. Depois de uma invasão de campo e uma paralisação do jogo, o clima já estava tenso, e em uma saída do gol, Ricardo foi agredido por Leo Percovich, goleiro do Flu que estava na área adversária para tentar um empate.

Briga em 1996 marcou início da rivalidade entre Fluminense e Athletico, que se enfrentam pelo Brasileirão - Reprodução - Reprodução
Briga em 1996 marcou início da rivalidade entre Fluminense e Athletico, que se enfrentam pelo Brasileirão
Imagem: Reprodução

O árbitro Antônio Vidal da Silva deu apenas amarelo ao uruguaio do Tricolor, e logo depois, uma briga generalizada se formou no gramado do estádio.

Boa parte da torcida que estava atrás do gol invadiu o campo e agrediu covardemente jogadores do Athletico. Ricardo Pinto foi para os vestiários carregado, com um corte na cabeça ao ser atingido pelo mastro de uma bandeira. Depois, acabou na UTI, onde descobriu um coágulo no cérebro.

"Nunca mais pus os pés nas Laranjeiras. Alguns repórteres me procuraram, me convidaram, mas não é uma coisa que me agrade. Talvez não agrade também aos tricolores. Mas não sinto falta, apesar de ter passado uma grande parte da minha vida lá. Ficaram poucos vínculos com o Fluminense, apesar de ter sido o clube que me projetou, que me deu oportunidade no futebol. Fui campeão da Copa São Paulo em 1986, em 88 teve aquele campeonato que tinha decisão por pênaltis e eu fiquei até 93 jogando", declarou o goleiro, ao UOL Esporte, em 2018.

Na confusão, Alberto Valentim, então lateral-direito da equipe paranaense, deu uma voadora em Leo Percovich e também se defendeu de torcedores, que invadiram o campo, obviamente em maior número. Para garantir sua integridade física, jogadores do Athletico precisaram brigar com a torcida do Flu, em uma época de muito menos preocupação com segurança e protocolos no futebol brasileiro.

O Fluminense perdeu justamente os mandos de campo e precisou mandar seus jogos finais no Espírito Santo. No final da competição, a polêmica entre as duas equipes prosseguiu, já que o Jornal Nacional, da TV Globo, deflagrou o Caso Ivens Mendes, onde Corinthians e Athletico compraram resultados junto do presidente da CONAF (Comissão Nacional de Arbitragem de Futebol).

Apesar das gravações incriminarem os presidentes Alberto Dualib e Mario Celso Petraglia, nada aconteceu com eles. O time paranaense começou a disputa do Brasileirão de 1997 com menos cinco pontos por decisão do STJD. A pena aos dirigentes foi extinta, mas o Furacão não reaveu a pontuação, adiando em alguns anos o sonho de ser campeão do Brasileirão, o que aconteceria em 2001.

Ivens Mendes foi banido do futebol. Fluminense e Bragantino, dois últimos colocados em 1996, não foram rebaixados à Série B, e a Série A teve 26 clubes no ano seguinte. O Flu voltou a ser rebaixado em 1997 e depois em 1998, quando caiu para a Série C — e foi campeão, em 1999.

De lá para cá, as duas equipes se enfrentaram algumas vezes em confrontos decisivos: em 2001, o Furacão levou a melhor na semifinal contra o Tricolor e no fim, acabou campeão brasileiro. Em 2007, pelas quartas da Copa do Brasil, deu Flu, que ficou com o título. Em 2016, na final da Copa da Primeira Liga, o Fluminense venceu em Juiz de Fora e ficou com a taça. Em 2018, novo embate, desta vez na semifinal da Copa Sul-Americana. Novamente o Athletico se saiu melhor, venceu as duas e conquistou a competição.

Flu quer voltar a vencer; Athletico deve ter reservas

Em 2021, o confronto promete ser mais morno. Sem vencer ou marcar gols há três jogos no Brasileirão, o Fluminense quer reencontrar as vitórias contra um Athletico que deve ter reservas, de olho na semifinal da Copa do Brasil contra o Flamengo, na quarta (20).

Marcão promoverá mudanças na equipe, que terá David Braz mantido na zaga, Marlon na lateral-esquerda, Arias no meio e John Kennedy no ataque, conforme antecipou o UOL Esporte. Já Valentim deve dar chances a Christian e Pedro Rocha, modificando um pouco o time que vem de sequência irregular na competição.

FICHA TÉCNICA

CAMPEONATO BRASILEIRO 2021

ATHLETICO x FLUMINENSE

Data e horário: 17/10/2021, às 16h
Local: Arena da Baixada, Curitiba (PR)
Árbitro: Felipe Fernandes de Lima (MG)
Assistentes: Guilherme Dias (MG) e Ricardo Junior (MG)
Árbitro de vídeo: Igor Junio Benevenuto (MG)
Onde assistir: TV Globo, Premiere e Tempo Real do Placar UOL.

ATHLETICO-PR: Santos; Thiago Heleno (Zé Ivaldo), Lucas Fasson e Nicolás Hernandez; Khellven, Richard (Erick), Christian e Pedrinho; Carlos Eduardo, Pedro Rocha e Bissoli. Técnico: Alberto Valentim.

FLUMINENSE: Marcos Felipe; Samuel Xavier, Nino, David Braz, Marlon; André, Yago e Arias; Luiz Henrique, Caio Paulista e John Kennedy. Técnico: Marcão.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do que foi informado no texto, a final da Copa da Primeira Liga disputada pelo Fluminense foi em 2016, e não 2015. O erro foi corrigido.
Diferentemente do que foi informado no texto, o Athletico-PR deve ter reservas em campo contra o Fluminense por conta da semifinal da Copa do Brasil (nesta quarta), e não por causa da final da Copa Sul-Americana (em novembro). O erro foi corrigido.