Topo

Jesus diz que mudou 'jogo sem bola' no Brasil: 'Não conheciam tão bem'

Técnico português ressaltou sua passagem vitoriosa pelo Flamengo entre 2019 e 2020 - Valentyn Ogirenko/Reuters
Técnico português ressaltou sua passagem vitoriosa pelo Flamengo entre 2019 e 2020 Imagem: Valentyn Ogirenko/Reuters

Do UOL, em São Paulo

13/10/2021 10h00Atualizada em 13/10/2021 11h55

Hoje no Benfica, o técnico Jorge Jesus, que trabalhou no Flamengo entre 2019 e 2020, disse que o futebol brasileiro passou a valorizar o "jogo sem bola" depois de sua passagem pelo país.

O pensamento do treinador foi explanado ontem, em discurso ao Global Football Management, evento de gestão esportiva realizado em Lisboa.

"O jogador brasileiro, quando tem a posse de bola, não se preocupa. Ele sabe conviver com a bola, independente do fato de ter um, dois ou três marcando. O convívio com a bola sempre foi mais importante que outros aspectos do jogo. Mas é preciso saber jogar sem a bola", iniciou Jesus.

"Os jogadores brasileiros não conheciam tão bem o jogo sem bola, [não entendiam] que a tática é tão importante quanto a parte técnica. Foi preciso muito trabalho para fazê-los entender. Sem vaidade, isso começou a mudar depois da nossa passagem pelo Brasil", prosseguiu o treinador.

Jesus ainda detalhou parte do trabalho de sucesso realizado no Flamengo. Para ele, a compactação foi um dos itens do sucesso da equipe, que venceu, em 2019, a Libertadores e o Campeonato Brasileiro - a equipe ainda foi bicampeã nacional em 2020, já sem o português no comando.

Jorge Jesus é considerado ídolo do Flamengo após passagem vitoriosa no clube - Thiago Ribeiro/AGIF - Thiago Ribeiro/AGIF
Jorge Jesus é considerado ídolo do Flamengo após passagem vitoriosa no clube
Imagem: Thiago Ribeiro/AGIF

"O que tentamos passar quando estivemos no Flamengo é que a equipe precisava jogar mais ligada, mais próxima e compactada. Isso fez com que o nosso jogo ficasse mais rápido. É verdade que o jogo por aqui se torna mais difícil pela qualidade tática dos treinadores portugueses. São técnicos muito imbuídos taticamente em anular as qualidades do adversário", disse.

"Aqui na Europa os jogadores notam que há menos tempo e espaço para pensar. No Brasil tem mais espaço, mas isso está mudando com o tempo. Já não há mais apenas só o posicionamento tático, há muita pressão sobre quem tem a bola. Com pegada ou não, os jogadores brasileiros têm muito talento individual. E as vezes não há tática que resista ao talento individual, completou o técnico ao falar no evento esportivo.