Topo

Executivo da Globo: Lei do Mandante é vista com bons olhos, como evolução

Do UOL, em São Paulo

09/10/2021 04h00

Idealizada a partir do movimento dos clubes, a Lei do Mandante foi sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), em 20 de setembro, para alterar as regras de comercialização dos direitos de transmissão no futebol brasileiro. Detentora dos direitos de TV aberta dos 20 clubes da Série A do Brasileirão, a Globo considera a mudança uma evolução.

Em entrevista a Mauro Cezar Pereira no programa Dividida, do Canal UOL, Fernando Manuel Pinto, diretor responsável pela negociação de direitos esportivos no Grupo Globo, lembra que a forma de negociação já passou por diversas mudanças e que com a nova legislação o mais importante é a busca por uma negociação em conjunto dos clubes e não individualizada.

"Acima de tudo, a negociação será conduzida da maneira como os vendedores assim determinarem, os vendedores assim escolherem. Há diversos países do mundo onde você tem um direito natural que inicia no clube mandante, mas esses clubes mandantes o que resolveram fazer com esse direito individual? Transformaram esse direito individual em um elemento de uma agenda, de um pacote coletivo, através de Ligas, e comercializados junto ao mercado de maneira centralizada", afirma o executivo.

"Infelizmente, essa questão acabou ficando de fato muito misturada porque você tem no Brasil uma situação atípica, de uma negociação de uma propriedade tão complexa e tão importante como o Campeonato Brasileiro. E essa negociação foi forçosamente feita de maneira individualizada, então você tem contratos individualizados por mídias e contratos individualizados por clubes", completa.

Fernando Manuel cita uma carta divulgada pelo Grupo Globo em relação à Lei do Mandante para ressaltar que a norma é vista com bons olhos, mas também com os devidos cuidados para evitar armadilhas e manter o negócio do futebol sustentável.

"A Globo não tem absolutamente nada contra o direito ser do mandante, muito pelo contrário, a Globo entende que isso pode e deve sim representar uma evolução para o futebol brasileiro, desde que a gente não caia em uma armadilha de achar que isso traz só a liberdade, a segurança de qual é o jogo que está vendido, sem considerar a sustentabilidade dos negócios e a necessidade que tanto o mercado, quanto o futebol, precisam da organização, da distribuição e venda dos direitos", afirma o executivo.

"A Lei do Mandante é vista com bons olhos, como uma evolução e com a Globo e eu próprio fazendo muitos votos aqui de que os clubes utilizem todo esse debate, façam uso de todo esse debate sobre os direitos, a consolidação de um novo ordenamento jurídico com base no direito do mandante, na verdade para construir uma centralização desses direitos para o futuro", conclui.

O Dividida vai ao ar às quintas-feiras, às 14h, sempre com transmissão em vídeo pela home do UOL e no canal do UOL Esporte no Youtube. Você também pode ouvir o Dividida no Spotify, Apple Podcasts, Google Podcasts e Amazon Music.