Topo

Barcos diz que saiu de Palmeiras e Grêmio contra vontade: 'Tive que ir'

Barcos em ação pelo Cruzeiro, seu último time no Brasil - Paulo Whitaker/Reuters
Barcos em ação pelo Cruzeiro, seu último time no Brasil Imagem: Paulo Whitaker/Reuters

Colaboração para o UOL, em São Paulo

01/10/2021 10h15

O atacante Hernán Barcos, de passagens de sucesso por Palmeiras (2012-13), Grêmio (2013-15) e Cruzeiro (2018-19), e hoje no Alianza Lima, do Peru, afirmou que suas saídas dos clubes brasileiros foram contra sua vontade. O jogador disse que como as ofertas por ele eram boas para as equipes na época, ele não teve escolha.

O jogador argentino disse que, quando estava no Palmeiras, o Grêmio "colocou o dinheiro na mesa" e ele teve que ir, apesar de estar bem no clube alviverde. Já no time gaúcho, a proposta irrecusável veio da China.

"Normalmente, acontece com os atacantes que se você andar muito bem, você tem um milhão de ofertas e eles te vendem. E se você estiver errado, eles o expulsam. Sempre há opções. É muito difícil ficar muito tempo. Quando cheguei ao Grêmio, onde estive dois anos, estava muito bem, muito tranquilo, eu era o capitão, e veio uma oferta da China que o clube não pôde recusar. O que faz? Você tem que ir, e assim por diante, muitas vezes. No Palmeiras mesmo, foi muito bom, mas o Grêmio chegou, colocou o dinheiro na mesa e eu tive que ir", declarou Barcos em entrevista à publicação espanhola "As".

"O jogador geralmente é culpado quando sai. A realidade, porém, indica que quem tem menos força é o jogador. Se o clube quer vender você, ele vende você. Acontece com todos nós, qualquer um pode se sentir identificado. É normal, porque o clube tem que fazer a sua parte e o jogador, a sua. A verdade nem sempre é revelada", ponderou.

Barcos ainda disse que só começou a ganhar "um bom dinheiro" aos 27 anos, aproximadamente oito anos após ser lançado como profissional pelo Racing (ARG). No início da carreira, o atacante conviveu com vários empréstimos até se firmar na LDU (EQU).

"Não é fácil. Pensam que tudo são rosas, porque ganhamos bem e a vida nos sorri. Este não é necessariamente o caso. É um sacrifício. Comecei a ganhar um bom dinheiro aos 27 anos, mas saí de casa aos 15. Durante 12 anos, trabalhei e remei até ter uma condição melhor. Jogadores que encerram suas carreiras ricos não são a maioria. Messi, Neymar e Ronaldo são poucos", disse.

"Você tem que aproveitar os momentos que tem, o dinheiro que ganha para saber como investir, porque ficamos sem trabalho, em tese, muito jovens, com uma vida inteira pela frente, e se você não soubesse como para administrar em toda a sua carreira, você tem que sair para trabalhar novamente. Neste caso, tomei a decisão de vir para Alianza Lima ganhar pouco, em comparação com o que vinha ganhando… Tem momentos em que a necessidade te move e outros em que o prazer te move. Desta vez, pude escolher, independentemente de quanto cobraria", completou.