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R$ 33 mi para ir à final valem muito até para ricos Atlético-MG e Palmeiras

A cobiçada Taça Libertadores  - Manuel Velasquez/Getty Images
A cobiçada Taça Libertadores Imagem: Manuel Velasquez/Getty Images

Diego Iwata Lima e Henrique André

De São Paulo e Belo Horizonte

28/09/2021 04h00

Chegou a hora da verdade para Atlético-MG e Palmeiras na Libertadores. Semifinalistas do torneio de clubes mais importante da América do Sul, os rivais, que também disputam a liderança do Campeonato Brasileiro, entram em campo hoje (28) e, além da vaga na decisão, buscam garantir a premiação mínima que se aproxima dos R$ 34 milhões, que é o valor dado pela Conmebol ao vice-campeão.

Apesar de o Galo contar com o forte apoio do mecenas Rubens Menin, enquanto o Palmeiras desfruta de um dos maiores patrocínios do país —Crefisa e da FAM, empresas da futura presidente Leila Pereira—, os dois times sabem que este dinheiro será de grande valia para seu planejamento financeiro. Principalmente com o prejuízo gerado durante um período de pandemia que resultou em carência de receitas.

Agora, reforçando: R$ 33 milhões seriam o prêmio mínimo baseando-se pelo câmbio de hoje. O time que se sair campeão em Montevidéu, palco da final única deste ano, embolsaria R$ 80 milhões.

Premiação equivale a "um Nacho"

No caso do Atlético-MG, mandante do confronto marcado para as 21h30 (de Brasília), no Mineirão, a premiação mínima em caso de classificação equivale ao investimento feito para contratar uma das principais peças da equipe comandada pelo técnico Cuca. Em fevereiro, os mineiros pagaram cerca de R$ 32 milhões para tirar o meia Nacho Fernández, de 31 anos, do River Plate, da Argentina.

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Nacho Fernández começou sua passagem pelo Galo se destacando por gols e assistências
Imagem: Pedro Souza/Atlético-MG

Considerado o "cérebro" da equipe, Nacho se tornou o capitão na Libertadores. Ele, inclusive, se mostrou bastante importante nas classificações contra Boca e River, nas oitavas e quartas de final da competição. Em 35 jogos pelo Galo, o argentino anotou oito gols e, com os passes diferenciados, também é um perigo na articulação ofensiva, contribuindo de modo significativo para a excelente campanha do time na temporada.

Outro ponto é a folha salarial. Assim como o Palmeiras, o Galo tem vencimentos na casa dos R$ 14 milhões mensais. Com isso, superar o time de Abel Ferreira e seguir vivo na busca pelo caneco mais importante do continente significaria, também, dois meses de salários em dia.

Prêmio de "quase um Dudu" cobriria frustração com negociações

Ir à final da Libertadores, financeiramente falando, significaria tapar o buraco deixado pela decepção com negociações que não aconteceram e que eram cruciais no plano de austeridade financeira da diretoria de Mauricio Galiotte.

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Dudu em ação durante o duelo entre Palmeiras x Atlético-MG
Imagem: Conmebol

O Palmeiras começou o ano precisando vender R$ 80 milhões em jogadores. Para chegar a esse montante, contava e se conformava em perder ao menos uma de suas revelações entre Gabriel Menino, Patrick de Paula, Wesley e Danilo.

Além disso, dava como certa a negociação de Dudu, já que os qataris do Al Duhail já tinham pagado 7 milhões de euros por seu empréstimo de um ano e ficariam com 80% do jogador se pagassem mais 6 milhões de euros (R$ 37,5 milhões). Nada disso aconteceu. E, além de não negociar Dudu, o Palmeiras teve que reabsorver seus vencimentos, onerando a folha salarial em cerca de mais R$ 1 milhão mensal.

No fim das contas, só dois jogadores do elenco que começou 2021 foram negociados gerando receita. Emerson Santos, volante e zagueiro reserva, saiu por US$ 1,5 milhão (R$ 8 milhões) para o Kashiwa Reysol (JAP), em março. E Viña foi negociado com a Roma (ITA), por 11 milhões de euros. Como o Palmeiras detinha só 57,5% dos direitos, US$ 6,75 milhões (R$ 41 milhões) vieram para seu caixa.