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Sem gols com Carille, Santos despenca na tabela e já vê o Z4 como realidade

Carille observa equipe do Santos no duelo diante do Juventude - Luiz Erbes/AGIF
Carille observa equipe do Santos no duelo diante do Juventude Imagem: Luiz Erbes/AGIF

Colaboração para o UOL, em São Paulo

27/09/2021 04h00

Hoje no Vasco, Fernando Diniz comandou o Santos durante todo o primeiro turno do Brasileirão. Os 22 pontos somados nas primeiras 19 rodadas não agradaram à diretoria, que optou por sua saída após a derrota por 2 a 1 para o Cuiabá. Porém, desde que deixou o treinador deixou o Alvinegro praiano — e que Fábio Carille chegou —, a situação só piorou para os lados da Vila Belmiro.

O tento anotado por Gabriel Pirani, no último dia 4, sobre o time mato-grossense foi, também, a última vez que a torcida festejou algo. Pois, desde então, o Peixe não balançou mais as redes dos adversários. Sob o comando de Carille, já são quatro partidas em branco (três atuações no Brasileiro e uma na Copa do Brasil).

Após dois empates por 0 a 0 no Brasileiro, contra Bahia e Ceará, o time perdeu para o Juventude por 3 a 0, ontem (26), fora de casa. O tropeço na 22ª rodada expôs ainda mais o jejum dos jogadores que atuam na parte mais aguda da equipe.

"Trabalhei muito a questão ofensiva, algo que não tive tempo para fazer nos três primeiros jogos. O resultado foi bom na questão de chegar e finalizar. No primeiro tempo, o Léo de cabeça, finalizações do Jean, do Marinho e segundo tempo mais ainda", avaliou o comandante depois da derrotada em Caxias do Sul (RS).

Nesta última exibição, o treinador inovou na frente: deixou de lado a formação com três atacantes, adotada no clube há anos, para manter os três zagueiros e reforçar o meio-campo com Jean Mota e Sanchéz. Em campo, um time que até criou, mas seguiu sem levar muito perigo.

"O que chamou a atenção no jogo do Ceará foi que chegamos algumas vezes, mas poucos jogadores dentro da área. Chegamos com mais hoje [ontem], essa era a ideia. Funcionou muito bem no primeiro tempo. A criação é algo que não tinha conseguido trabalhar nos outros jogos e assumo toda responsabilidade. Não consigo ver criação sem parte ofensiva para terminar as jogadas. É continuar trabalhando. A resposta foi boa, mas faltou sorte e capricho para fazer os gols", apontou.

A seca de gols também fez a equipe despencar na tabela. Antes da 20ª rodada, o Alvinegro ocupava o 14º lugar e tinha quatro pontos de distância para o América-MG, que era o 17º e abria a zona de rebaixamento. Agora, o time está em 16º, somente com um ponto a mais que o Bahia, que abre a degola. Para piorar a situação, o Grêmio, que está em 18º, ainda tem dois jogos para fazer e, se vencer ao menos um destes, joga o Santos para o temido Z4.

Se os novos problemas assustam o torcedor, um velho fantasma também voltou a aparecer com força: os gols em bolas aéreas assustam desde antes da pandemia. Os dois primeiros gols do Juventude lembram que Jesualdo Ferreira, Cuca, Ariel Holan treinaram e não conseguiram sanar o ponto mais vulnerável da defesa santista.

As falhas, tanto de posicionamento como de tempo, persistem desde que Lucas Veríssimo e Luan Peres eram os titulares absolutos da equipe. Diversos atletas, como Kaiky, Boza, Velázques, Luiz Felipe e Wagner Leonardo, passaram pelo setor nesses dois anos e as falhas pelo alto persistem.

"Dos quatro gols que sofremos, três foram de bolas paradas, um problema que eu já vi e trabalhamos muito. Quando cheguei, tinha muita preocupação na bola aérea e já trabalhei muito esta questão. Infelizmente, aconteceram os gols. Passa também por um pouco de desconcentração e de percepção do que vai acontecer no lance. Vamos seguir trabalhando, porque que bola parada decide jogo e, hoje, foi decisiva", disse Carille após o último revés.

A série sem triunfos amplia a má fase: já são oito rodadas do Brasileiro sem sair de campo com os três pontos. A última vitória ocorreu diante da Chapecoense, fora de casa, por 1 a 0, em 1º de agosto. Por isso, o treinador prega cautela máxima para não prejudicar ainda mais o psicológico do elenco.

"Os números incomodam bastante, principalmente a questão psicológica do grupo. Teremos que ser muito inteligentes para saber como cobrar os jogadores, pois pressionados eles já estão", completou.

Para tentar dar um pouco paz e confiança ao grupo, Carille terá, pela segunda vez seguida, uma semana cheia de trabalho. A pressão por um bom resultado diante do Fluminense, em casa, será enorme. O duelo, da 23ª rodada do Brasileirão, está marcado para domingo (3), às 18h15.

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