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OPINIÃO

Mauro Cezar: Carille pode ajustar o Santos, mas o começo é muito esquisito

Do UOL, em São Paulo

27/09/2021 19h13

O Santos perdeu por 3 a 0 para o Juventude em Caxias do Sul e se aproximou da zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. O time chegou ao terceiro jogo sob o comando de Fábio Carille sem conseguir vencer e nem mesmo marcar gols, além de falhar no aspecto defensivo, com a defesa vazada três vezes diante de um adversário que hoje é concorrente direto para fugir do Z4.

No podcast Posse de Bola #164, Mauro Cezar Pereira afirma que o Santos tem condições de melhorar, mas começa de forma preocupante, além de vir de um histórico recente de trocas envolvendo treinadores de estilos muito diferentes. O clube iniciou o ano com Cuca, depois teve o argentino Ariel Holan, seguido de Fernando Diniz e agora Fábio Carille, além do interino Marcelo Fernandes.

"É bem delicado, o Santos está se aproximando muito do Grêmio e é um clube também que tem muitos problemas fora, problemas políticos, problemas financeiros, dificuldades para poder contratar, vem enfrentando [problemas] há algum tempo, perde muitos jogadores, vai ficando mais fraco. As mudanças de treinador também foram muito constantes e [para] estilos bem diferentes", diz Mauro Cezar.

"Cuca no Santos era um técnico bem agressivo, o time jogava mais solto, Marinho, Soteldo, aquela coisa toda, ainda tinha lá, eventualmente, o Kaio Jorge, que foi embora para a Juventus. Aí entra o Holan, ficou pouco tempo, o Fernando Diniz, agora Carille. Olha só a montanha-russa do Santos, as mudanças são muito bruscas, então, a cada troca de treinador, o elenco se depara com outra visão de futebol, outras ideias, outra maneira de postar a equipe. Bem complicado, bem perigoso. Claro que ainda falta muito campeonato, mas é um caminho bem perigoso", completa.

Mauro cita o fato de o Juventude estar na mesma faixa de classificação que o Santos, o que dá um peso ainda maior à derrota sofrida pelo Alvinegro em Caxias do Sul.

"O Santos não consegue fazer gol com o Carille e em um duelo com um time que está ali na mesma faixa da tabela, ou seja, é uma derrota que tem consequências um pouco mais graves. Acho que esse começo do Carille serve também para desfazer um pouco aquela ideia que muita gente tem de que colocar um técnico com características mais defensivas, ou que tenha esse rótulo, essa fama, soluciona tudo. 'Põe um cara que fecha a casinha'. Pois é, a casinha não está fechada e o time não faz gol, pelo contrário, tomou de 3", diz o jornalista.

"Se o Carille conseguir ajustar o time e tudo mais, o Santos fizer uns pontinhos aí, escapa, claro, mas o começo é muito esquisito, muito estranho, e essa derrota eu acho que é muito marcante pelas circunstâncias e pelo adversário ser uma equipe que também briga pelo mesmo objetivo, porque hoje o Santos briga para não ser rebaixado, é só isso o que o Santos faz no Brasileiro, e a mesma coisa acontece com o Juventude, ele veio da Série B. A primeira meta do Juventude hoje é não cair, se pegar uma Sul-Americana vai achar legal, mas a ideia é não cair, e o Santos perdeu e perdeu feio", conclui.

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