O governador João Doria (PSDB) anunciou na noite de ontem (23) a autorização para o retorno do público aos jogos de futebol no Estado de São Paulo a partir do dia 4 de outubro. Isso em uma semana na qual o Palmeiras jogou sem seu torcedor na semifinal da Libertadores diante do Atlético-MG no Allianz Parque, tendo de fazer a partida de volta diante da torcida atleticana.
No podcast Posse de Bola #163, Mauro Cezar Pereira chama a atenção para a passividade da direção palmeirense em relação ao tema e diz que o clube se mostrou mais incomodado com a liminar obtida pelo Flamengo para ter torcida em seus jogos no Brasileirão do que na desigualdade de condições em relação ao confronto com o Atlético-MG.
"O que me chama a atenção é a passividade do Palmeiras. Eu conversei com um dirigente de um clube aqui de São Paulo, da primeira divisão, e ele dizia 'a gente está tentando uma estratégia agora de não ir para o confronto'. Eu falei 'sim, mas vocês não precisam ir para o confronto, mas poderiam publicamente manifestar insatisfação'. Todos querem que tenha público, então, pelo menos com educação, respeito ao governador e às autoridades, 'olha, achamos que é possível', mas não, ficaram no confronto com o Flamengo, cujos métodos também não concordo, deveria ter ido na reunião, debatido isso e não o fez", diz Mauro.
"Por que o Palmeiras não se manifesta? O Grêmio reagiu quando o Flamengo anunciou que iria ter público na Copa do Brasil. Depois, não levou adiante porque viu que não iria dar em nada porque tinha a tal da liminar e tal. Certamente, ali, o Grêmio percebeu que seria uma briga perdida, preocupou com o jogo do domingo e ganhou no domingo, que era o mais importante para o Grêmio, porque na Copa do Brasil tinha tomado de 4 a 0 e a vaca já tinha ido para o brejo. Os pontos no Brasileiro eram muito importantes e foram conquistados, então, o Grêmio teve essa estratégia de desistir de ameaçar não levar o time a campo, até isso houve", completa.
O jornalista cita que o Palmeiras esteve mais preocupado em relação à liminar do Flamengo, enquanto o Atlético-MG, que se posicionou de forma contrária à liberação para o clube rubro-negro no Brasileirão, terá o seu segundo confronto eliminatório de Libertadores na qual leva público como mandante enquanto o seu adversário joga com o estádio sem os torcedores.
"O Palmeiras aceita passivamente. É engraçado, o Palmeiras estava mais incomodado com o público do Flamengo contra o Grêmio do que com o público do Atlético-MG contra o Palmeiras, e o Atlético-MG, que tanto falou em fair play esportivo, vai colocar público de novo, como fez contra o River Plate, igual o Flamengo fez contra o Grêmio e o Flamengo fez contra o Defensa y Justicia", diz Mauro.
"Qual a diferença nesse rolo de Flamengo para Atlético-MG? Um não está fazendo a menor questão de não ser antipático, para dizer o mínimo, o Flamengo, 'vou fazer assim e acabou'. O outro quer posar de bom moço, que é o Atlético-MG, 'não, nós temos o fair play'. Tem nada, vão colocar sei lá quantas mil pessoas no Mineirão terça-feira e fazer pressão em cima do Palmeiras", conclui.
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