Responsável por aportes financeiros no Atlético-MG, o empresário Rubens Menin declarou ontem que o elenco do clube é melhor e menos custoso que o do Palmeiras, que será o adversário nas semifinais da Copa Libertadores na próxima semana, declarações que Mauro Cezar Pereira considera uma tentativa de desviar o assunto principal, o endividamento do Galo e a dependência financeira em relação a Menin.
No UOL News Esporte, Mauro Cezar chama a atenção para o balancete divulgado pelo Atlético-MG na última semana e o valor maior na dívida que o clube tem, enquanto segue com um elenco caro bancado por mecenato e a construção de um estádio.
"O que o Rubens Menin fala para mim não tem a menor relevância. Ele é apenas um milionário que está se tornando dono do Atlético-MG porque ele que põe o dinheiro no Atlético-MG. Eu acho que mais importante do que isso é que finalmente foi revelado semana passada o balancete do primeiro semestre, que mostra a dívida do Atlético-MG, R$ 1,3 bilhão, já subiu novamente. Ou seja, o Galo se endivida, tem um time que a sua receita não permite, o torcedor em sua maioria parece que não liga para isso apesar do que já aconteceu com outros clubes importantes", diz Mauro.
"Uma maneira de disfarçar isso tudo e mudar o assunto é criar aí uma espécie de uma rota de colisão com o Palmeiras, tirando até proveito de um momento muito ruim do Palmeiras, que vem acumulando maus resultados, perdeu inclusive para o Atlético-MG no Brasileirão recentemente, perdeu em casa para o Flamengo, perdeu em casa para o Cuiabá, perdeu em casa para o Fortaleza, então é o momento de tentar crescer um pouco. Essa tática é velha, mas acho que mais importante do que isso é tentar entender o que vai ser do Atlético-MG se um dia o Menin não quiser mais participar dessa brincadeira", completa.
O jornalista pontua que a situação vivida pelo Atlético-MG já se mostrou perigosa em outros momentos com diferentes clubes e há o risco de uma dependência financeira no longo prazo, enquanto a questão deixa de ser abordada muitas vezes em razão do sucesso esportivo.
"É um homem milionário e que resolveu agora fazer do Atlético-MG quase como se fosse uma empresa dele, porque sem o dinheiro dele e de outros mecenas é só olhar as receitas do Atlético-MG nos últimos anos, não teria essa condição. Um caminho perigoso, sempre é bom frisar, porque no curto prazo você tem resultado, você vai ter um elenco forte, pode ganhar títulos, mas no médio e longo prazo você passa a ser refém de uma situação ou de algumas pessoas ou de uma pessoa, o que eu acho muito complicado para um clube tão importante, tão tradicional e com tantos torcedores", diz Mauro.
"O fato é que o Atlético-MG tem uma dívida de curto prazo ainda muito alta, bate mais ou menos o triplo da receita do Atlético-MG ano passado, acho que esses são assuntos mais sérios e não existem muitas explicações porque vai explicar o quê? Sem o dinheiro dos mecenas o Atlético-MG não consegue respirar neste momento em que tem tantos jogadores caros e constrói estádio, faz tudo literalmente ao mesmo tempo", conclui.
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