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Eliminatórias Sul-Americanas

Fifa terá reuniões com Premier League e governo por convocados; CBF aguarda

Gabriel Jesus e Ederson em chegada à Granja Comary, em Teresópolis - Lucas Figueiredo/CBF
Gabriel Jesus e Ederson em chegada à Granja Comary, em Teresópolis Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Igor Siqueira

Do UOL, no Rio de Janeiro

14/09/2021 18h41

A Fifa tem amanhã (15) uma reunião com a Premier League para tratar da liberação de jogadores para os compromissos das seleções nacionais no mês de outubro. Sobre esse mesmo assunto ainda haverá outro encontro, na sexta-feira (17), com o governo britânico. A CBF acompanha as tratativas e espera retorno dos dirigentes da Fifa. Há otimismo.

O técnico Tite vai convocar na mesma sexta (17) a seleção brasileira para os jogos contra Venezuela, Colômbia e Uruguai, nos dias 7, 10 e 14. Qualquer que seja o desfecho, a ideia é colocar na lista o contingente que atua no futebol inglês, até para novamente marcar posição frente aos clubes.

Mas há um clima de trégua entre as partes, sinalizada pelo recuo da CBF em pedir à Fifa que aplicasse — conforme previsto em regulamento — uma "suspensão" de cinco dias aos jogadores vetados para vir ao Brasil disputar os três jogos de Eliminatórias no começo do mês.

Caso levasse a demanda pela sanção adiante, isso afetaria Alisson, Firmino e Fabinho, do Liverpool, Thiago Silva, do Chelsea, Gabriel Jesus e Ederson, do Manchester City, Fred, do Manchester United e Raphinha, do Leeds — além de Malcom e Claudinho, do Zenit, da Rússia.

A CBF, inicialmente, só tinha poupado o Everton, de Richarlison, já que o clube havia liberado o atacante para os Jogos Olímpicos. A alegação dos clubes para o veto foi a necessidade de que os convocados cumprissem quarentena na volta do Brasil, que está na "lista vermelha" do Reino Unido em decorrência dos números de covid-19 —perderiam, assim, partidas no concorrido calendário inglês.

Em comunicado publicado sexta-feira, a Fifa citou que há "sinais positivos e um diálogo construtivo" com o governo britânico. A entidade ainda colocou a desistência do pedido de punição por parte de Brasil, Chile, México e Paraguai como um "sinal de boa-fé, boa vontade e cooperação".

A Fifa ainda contou que em 8 de setembro mandou ao governo britânico uma carta conjunta, ao lado da própria Premier League e da Football Association (a CBF da Inglaterra). Pela descrição da Fifa, as autoridades estariam "abertas para achar uma solução razoável".

Em outra frente, a CBF já engatilha o pedido de excepcionalidade às autoridades brasileiras para que quem vier da Inglaterra não precise cumprir quarentena na chegada ao Brasil. A portaria interministerial 655, de 23 de junho, estabelece isolamento de 14 dias para quem vier do Reino Unido, mas estabelece exceção, caso haja um pedido expresso. Foi por esse dispositivo legal que quatro jogadores da seleção argentina foram notificados, já que não cumpriram quarentena e nem sequer informaram às autoridades que estavam vindo do território inglês.

"Aqui, resolvemos com a portaria extraordinária em que passamos ao Centro de Informações Estratégicas e Resposta de Vigilância em Saúde (CIEVS) toda a programação. Mantemos os jogadores em concentração, tipo bolha, e enviamos relatórios diários sobre os atletas, além da testagem periódica. Assumimos e cumprimos essa responsabilidade com as autoridades sanitárias federais. Não é um simples pedido, mas o cumprimento à risca das determinações", explicou Jorge Pagura, presidente da Comissão Médica da CBF, ao UOL Esporte.