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Cruzeiro pode seguir longe de Belo Horizonte após duelo com o Operário

Arena do Jacaré, em Sete Lagoas-MG, receberá pelo menos mais um jogo do Cruzeiro na Série B de  2021 - Gustavo Aleixo/Cruzeiro
Arena do Jacaré, em Sete Lagoas-MG, receberá pelo menos mais um jogo do Cruzeiro na Série B de 2021 Imagem: Gustavo Aleixo/Cruzeiro

Guilherme Piu

Do UOL, em Belo Horizonte

12/09/2021 04h00

O Cruzeiro tem acordo para mandar mais uma partida na Arena do Jacaré: contra o Operário, na quinta-feira (16), às 19h, pela 24ª rodada da Série B. Porém, o clube vai estudar a possibilidade de fazer mais jogos como mandante no estádio de Sete Lagoas, que fica a cerca de 70 km de Belo Horizonte.

Diretoria, comissão técnica e até mesmo os jogadores da Raposa não escondem insatisfação com a volta de público aos estádios de Belo Horizonte em meio à pandemia de covid-19. A decisão do prefeito Alexandre Kalil (PSD) irritou cruzeirenses, já que a liberação se deu após o clube definir Sete Lagoas como "sua casa" por pelo menos dois jogos.

"Vou conversar com o presidente. Liberaram o Mineirão agora para a gente jogar lá né, e de repente aqui [Arena do Jacaré] pode ser nossa casa, ao invés de ser no Mineirão, pode ser aqui. Até os 6 a 1 contra o Atlético-MG que o Cruzeiro não caiu foi aqui. De repente eles vão liberar e a gente não precisa ir para lá [Belo Horizonte] se melhorarem o gramado aqui. É uma discussão que tem que existir para as pessoas entenderem que não somos idiotas, então tem que ser uma coisa bem pensada", disparou o técnico Vanderlei Luxemburgo.

Apesar de ter vencido a Ponte Preta ontem, o Cruzeiro teve dificuldades para jogar em um gramado que não está em suas melhores condições. Tanto que o piso da Arena do Jacaré foi motivo de críticas por parte do volante Rômulo, ítalo-brasileiro que, na Europa, atuou nos melhores campos do mundo.

"Sabemos que as condições do campo são precárias. Um dos piores campos, porque não deu tempo de arrumar", declarou, ainda no intervalo da partida contra a Macaca, em entrevista ao canal Premiere.

Luxemburgo ponderou sobre a discussão que envolve a qualidade do gramado do estádio de Sete Lagoas. O treinador lembrou que o estado era bem pior antes de o Cruzeiro, junto com a empresa que faz a manutenção dos campos nos centros de treinamento do clube, assumir a responsabilidade pela manutenção do espaço.

"A escolha daqui foi feita antes, mandamos uma empresa para cuidar do gramado. Ele melhorou 70%. Aqui é um campo apertado, e se abrir para mais torcedores, é melhor", opinou.

Mesmo com a questão do gramado, Luxa discutirá com a diretoria se após o jogo contra o Operário o clube se manterá na Arena do Jacaré mesmo com o Mineirão liberado para receber jogos com torcedores.

O fato de as autoridades liberarem o estádio apenas quando não havia tempo hábil para o Cruzeiro alterar sua logística de partidas virou motivo de críticas do comandante.

"O calor do torcedor, o centroavante da equipe que falo, é muito importante. As pessoas têm que entender que o futebol é cheio de artifícios e artimanhas, uma série de coisas que são colocadas em prática, e aí subestimam a inteligência das pessoas, né. Essa liberação para o torcedor no Mineirão, onde não havia tempo hábil para nós trocarmos os jogos, é estratégia. Esperteza, uma série de coisas que vemos no futebol. Um procedimento que acontece corriqueiramente, usando com inteligência as datas para não ter condição de fazer aquilo que você pode fazer [troca de jogo]. A política entra no futebol e ajuda a fazer isso", lamentou.

Os índices baixos de transmissão da covid-19 em Belo Horizonte motivaram a prefeitura a tomar a decisão. O fato de as duas partidas que funcionaram como jogo-teste no Mineirão não terem aumentando os índices também colaborou para tal.

"Não tenho crítica a ninguém, cada um faz do jeito que tem que fazer, mas isso deveria ser colocado de fora. Ganha quem tem que ganhar, joga bem ou mal, mas não tivemos tempo hábil. Liberaram na quinta-feira, e aí, o que adiantou? Só quem será beneficiado são os outros, não nós. Teremos que jogar aqui porque já estava firmado e não pode mudar antes de dez dias", disse o treinador.

Ainda no intervalo do jogo entre Cruzeiro x Ponte Preta, o volante Rômulo também fez críticas ao prefeito de Belo Horizonte.

"Que o nosso prefeito possa ter as decisões um pouco antes para que a gente consiga se programar um pouco melhor", reclamou Rômulo, em entrevista ao canal Premiere.

Oficialmente, o Cruzeiro ainda não tomou a decisão final sobre onde o clube mandará suas demais partidas na Série B após o confronto com o Operário.

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