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Argentina, Conmebol, Fifa e CBF sabiam que descumpriam ordens, diz Vecina

Do UOL, em São Paulo

06/09/2021 10h34Atualizada em 06/09/2021 11h10

O médico sanitarista Gonzalo Vecina Neto, ex-presidente da Anvisa, diz que a Agência cumpriu a lei ao interromper a partida entre Brasil e Argentina que seria realizada no domingo (05) em São Paulo. Para ele, o correto seria ter deportado os quatro jogadores que apresentaram informações falsas para entrar no país.

"A determinação é do Ministério da Saúde. A Anvisa cumpre essas ordens. A Argentina e todos os outros atores, Conmbebol, Fifa e CBF descumpriram as ordens, sabendo que estavam descumprindo essas regras", declarou o médico durante participação no UOL News de hoje.

Segundo Vecina, em uma reunião prévia que teria sido realizada na sexta-feira todos os envolvidos foram avisados das regras impostas no país. "Ao entrar no Brasil, a equipe Argentina já omitiu dados de que aqueles jogadores tinham vindo da Inglaterra", disse o médico.

De acordo com as medidas do Ministério da Saúde, viajantes que chegam ao país vindos da Inglaterra, África do Sul, Índia e Irlanda precisam fazer uma quarentena de 14 dias.

"Esses caras deveriam ter sido banidos país, deportados do Brasil com todas as consequências jurídicas, mas foi permitindo que eles fossem embora", disse Vecina.

Para o médico, a Anvisa(Agência Nacional de Vigilância Sanitária) cumpriu com a regra em vigor, mas os "descumprimentos aos ordenamentos jurídicos foram seguidos por essas autoridades futebolísticas".

Segundo apurado pelo UOL, no alto escalão da Conmebol, a versão é que houve um acordo com as autoridades brasileiras para que os jogadores participassem da partida mesmo sem ter seguido a quarentena. O discurso que vem da entidade sul-americana é que no sábado o ministro da Saúde deu as garantias que o jogo fosse disputado.