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Cris lamenta 'improvisos' na seleção e diz que podia estar nos Jogos

Cris foi comentarista da Globo durante Olimpíadas - Reprodução/Twitter
Cris foi comentarista da Globo durante Olimpíadas Imagem: Reprodução/Twitter

Colaboração para o UOL

13/08/2021 11h27

Fora da lista da seleção brasileira feminina para as Olimpíadas de Tóquio, a atacante Cris Rozeira disse, em entrevista à revista TPM, que tinha condições de fazer parte do grupo e também criticou os "improvisos" feitos pela técnica Pia Sundhage.

"Foi difícil, porque não foi uma decisão minha. Geralmente, é pedido para cada atleta alguns dados, algumas metas que ele precisa alcançar. E eu alcancei todos, inclusive com números até melhores do que os da Copa do Mundo, que eu fui convocada. Então me deixou bastante chateada a maneira como foi, porque eu sabia que tinha condições de compor o grupo, tinha experiência pra isso", disse a jogadora.

"Mesmo que eu ficasse no banco, acho que faria diferença. Porque quando você tem um histórico dentro do esporte, você traz uma preocupação maior para as equipes com as quais você está competindo. Mas, infelizmente, as coisas fugiram dos meus planos. Teve até gente que disse que eu estava fora porque eu fui mãe, mas não foi nada disso", completou.

Para Cris, que atuou como comentarista da Rede Globo durante os Jogos, a campanha foi uma consequência das opções tomadas pela comissão técnica.

"Na minha opinião, acho que foram tomadas decisões erradas, atletas com total condições de jogarem bem em suas posições que estavam improvisadas. E aí obviamente você acaba não rendendo muito, porque não dá pra estalar os dedos e falar: 'Você é zagueira e agora virou lateral'. A gente não é como as europeias, que desde criança são criadas para fazer várias posições. Precisa ter um pouco mais de sensibilidade sobre isso quando estamos falando do Brasil. Ver essa improvisação sabendo da qualidade das meninas me deixou um pouquinho chateada", disse ela.

Na entrevista, a atacante ponderou que a técnica Pia pode não ter tido a "sensibilidade" de entender que os improvisos não permitiram usar o potencial máximo das brasileiras.

"Cada treinador tem uma visão diferente e nós temos que respeitar todos os profissionais que trabalham com a gente. Normalmente, o treinador vem com um plano que ele acredita ser ideal e ambos os lados têm que se adaptar", disse.

"Só que eu senti que não teve tanto essa sensibilidade do outro lado. De entender: 'Caramba, não vou improvisar você, a sua qualidade é essa, eu consigo tirar o melhor de você nessa posição'. Acho que esse lado de improviso não usou 100% da qualidade das meninas que temos na seleção", completou.