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Palmeiras soma 11 laterais-esquerdos diferentes desde 2015, recorde interno

Jorge e Piquerez foram apresentados no Palmeiras nesta quarta-feira - Cesar Greco
Jorge e Piquerez foram apresentados no Palmeiras nesta quarta-feira Imagem: Cesar Greco

Diego Iwata Lima

De São Paulo

05/08/2021 04h00

Jorge (camisa 6) e Piquerez (camisa 22), apresentados na quarta-feira (4), como jogadores do Palmeiras, foram os laterais-esquerdos de número sete e oito contratados pelo clube desde 2015. Foi naquele ano, com a chegada do diretor Alexandre Mattos, que o Palmeiras voltou a ser protagonista nas janelas de contratações, competições nacionais e, por consequência, também das internacionais.

O número chama a atenção em comparação com os de outras posições. Laterais-direitos, por exemplo, o Palmeiras só contratou quatro no mesmo período, e dois deles ainda estão no clube: Lucas, Fabiano, Marcos Rocha e Mayke. Sabendo-se que Victor Luis e Lucas Esteves, revelado pelo clube, também ocuparam o setor, o Palmeiras chegou a dez laterais-esquerdos diferentes desde 2015. Onze, se Renan, que vem atuando pelo setor, entrar na conta .Um recorde interno.

Comparativamente a outras posições, o dado também é relevante. Em números absolutos, a posição em que o Palmeiras mais contratou foi a de atacante, com 19. Mas considerando que normalmente três são escalados por jogo, contra apenas um lateral de cada lado, houve uma média de seis atacantes por posição de ataque contratado no período. Vale também ponderar que é comum os elencos terem um número maior de atacantes do que de outras posições.

O excesso vale também para os jogadores de meio-campo. Em especial para a parte de criação, um elenco equilibrado costuma ter mais de um reserva para cada titular. Somados, 27 volantes e ou meias chegaram ao Palmeiras desde 2015. Ou seja, nove para cada lugar costumeiro no jogo — lembrando que o esquema com quatro jogadores no setor também é comum.

E apenas para fechar a conta, três goleiros foram contratados pelo Palmeiras nas últimas sete temporadas: Vagner, Aranha e Weverton.

Posição é considerada uma raridade de mercado

Para além de sua qualidade, Matias Viña era visto como um forte candidato a ser negociado na atual janela de transferências por conta do setor em que atua. O departamento de análise de desempenho do Palmeiras já havia detectado que havia no mercado uma carência de bons laterais-esquerdos, e que Viña despontaria com força como alvo do mercado europeu.

Desse modo, as vindas de Jorge e Piquerez foram encaradas como vitórias na Academia de Futebol. O ex-jogador de Santos e Flamengo é muito bem avaliado pelo clube, e foi o plano A da diretoria. E Piquerez, para todos os efeitos, em especial na seleção uruguaia e como futuro alvo de mercado, é visto como sucessor natural de Matias Viña.

Veja como se saíram os laterais-esquerdos do Palmeiras desde 2015

Zé Roberto

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Zé Roberto marca para o Palmeiras contra o Grêmio em 2017
Imagem: Jeferson Guareze/AGIF

Zé chegou ao clube já veterano, em 2015, para liderar a reconstrução moral do Palmeiras. Seu discurso "O Palmeiras é grande", antes do primeiro jogo daquele time, entrou para a história do clube como um mantra. Zé Roberto foi muito importante nas conquistas da Copa do Brasil de 2015 e no Brasileiro de 2016. No fim de 2017, se aposentou com a camisa do Palmeiras, aos 42 anos. Pouco tempo depois, disputou ainda alguns jogos pela Portuguesa, clube que o revelou.

João Paulo

Também chegou na leva de 2015, sua única temporada pelo clube. Revelado pelo Flamengo, não teve muito brilho e saiu sem deixar saudade na torcida.

Egídio

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Egídio deu assistência para o gol anotado por Bruno Henrique para o Palmeiras
Imagem: Clélio Tomaz/AGIF

Também chegou em 2015, já para a disputa do Brasileiro. Por conta de sua idade e de seu aproveitamento constante no meio-campo, Zé Roberto não era uma presença assídua pela lateral-esquerda. E como João Paulo não estava correspondendo às expectativas, o clube buscou o ex-jogador de Flamengo e Fluminense.

Egídio teve altos e (mais) baixos, e a torcida nunca o engoliu muito, ainda que ele tenha atuações memoráveis no currículo, como no 4 a 0 sobre o São Paulo, pelo Brasileiro de 2015, quando deu três belas assistências. O pênalti desperdiçado, que selou a eliminação na Libertadores de 2017, diante do Barcelona (EQU) foi seu princípio de adeus, que aconteceu no fim daquele ano.

Fabrício

Cuca não topava muito o volante Robinho, e decidiu despachá-lo para o Cruzeiro pouco depois de assumir como técnico, em 2016. Além do volante/meia, o lateral Lucas foi para a Raposa. Na troca, o Palmeiras pegou o lateral-direito Fabiano e o esquerdo Fabrício, que pouco jogou pelo Alviverde. Na campanha de 2016, ele fez seis jogos, e deixou o clube no fim do ano.

Diogo Barbosa

Para repor a saída de Egídio, o Palmeiras investiu 3,2 milhões de euros para tirar Diogo Barbosa do Cruzeiro. O investimento parecia justificado na época, Diogo tinha bom desempenho ofensivo no clube mineiro, tendo se destacado bastante em confrontos pela Copa do Brasil contra o Palmeiras, em 2017.

Mas ele nunca foi o que se esperava. A ponto de a torcida tê-lo batizado de "Egídio Barbosa". Foi campeão brasileiro de 2018, como titular, e paulista de 2020, como reserva. Deixou o clube em setembro de 2020, rumo ao Grêmio, onde ainda está. Os gaúchos pagaram 1,5 milhão de euros por 25% dos seus direitos.

Matias Viña

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Matías Viña comemora seu gol pelo Palmeiras no duelo contra o Santos, pelo Paulistão
Imagem: Cesar Greco

O jovem lateral da seleção uruguaia sempre foi muito querido pela torcida, que o tinha em altíssima conta. Sua saída ainda vem sendo bastante lamentada. Contratado por cerca de 4 milhões de euros (57,5% dos direitos), foi destaque do Palmeiras na conquista da Tríplice Coroa de 2020. Na Libertadores, seu gol na ida da semifinal, contra o River Plate (ARG), fechou a goleada por 3 a 0 em Avellaneda e é lembrado como um dos mais importantes da campanha.

Neste ano, após ser expulso na volta da Recopa Sul-Americana, que o Verdão perdeu nos pênaltis para o Defensa Y Justicia, ficou muito abalado e acabou saindo do time por alguns jogos. Recentemente, esteve na Copa América. Na Roma (ITA), para onde foi negociado por cerca de 13,5 milhões de euros, contando com alguns bônus, ele será comandado pelo também português, assim como Abel Ferreira, José Mourinho.

Victor Luis

No Palmeiras desde o sub-10, Victor foi um dos melhores jogadores do Palmeiras no Brasileiro de 2018, quando Felipão dividiu o elenco em dois times, um para o Nacional, e outro para a Libertadores. Mas sua saga no profissional começou em 2014, no ano em que o time quase foi rebaixado em meio às comemorações do seu centenário de fundação.

Teve bons períodos de empréstimo no Botafogo (2016, 2017 e 2020) e no Ceará (2015). Emplacou 2020 no Palmeiras, disputando posição com Diogo Barbosa, e foi campeão paulista, antes de ser emprestado ao Botafogo. De volta, substituiu Viña durante a Copa América, Paulista e até Libertadores. Mas há algumas rodadas, está sendo preterido por Abel Ferreira, que vem escalando Renan no setor.

Lucas Esteves

Surgiu bem nas categorias de base e tem avaliação muito positiva da diretoria. Mas, nas chances que vem ganhando no Palmeiras desde o ano passado, não correspondeu às expectativas. A ponto de Abel Ferreira tê-lo utilizado como atacante. Foi emprestado ao Colorado Rapids, da MLS, por um ano a partir deste mês de agosto, com valor fixado em US$ 1 milhão (R$ 5,2 milhões) para aquisição de 50% dos seus direitos federativos.

Renan

Atuou pelo setor em alguns jogos da base, mas tem como função prioritária atuar na zaga. Ao ser promovido aos profissionais, estreou como lateral, na derrota por 3 a 1 para o Coritiba, pelo Brasileiro, que derrubou Vanderlei Luxemburgo. Com a queda de rendimento de Victor Luis, voltou a ser escalado por Abel na lateral, sem muito brilho, mas também sem comprometer.