Topo

Atlético-MG

Atlético-MG não teme punição na Libertadores e espera paz contra o River

O Atlético-MG voltará a Argentina, desta vez nas quartas de final da Libertadores - Pedro Souza/Atlético
O Atlético-MG voltará a Argentina, desta vez nas quartas de final da Libertadores Imagem: Pedro Souza/Atlético

Henrique André

Do UOL, em Belo Horizonte

21/07/2021 11h00

"Foi um sentimento de pavor, de insegurança pela forma que eles vieram em nossa direção, já dentro do vestiário. Foi algo inacreditável. Os atos de vandalismo foram impressionantes". Com estas palavras, Rodrigo Caetano, diretor executivo do Atlético-MG, traduziu o sentimento de jogadores, comissão técnica e diretoria ao presenciarem a fúria do Boca Juniors-ARG após a eliminação nas oitavas de final da Libertadores. Projetando o futuro no torneio, os mineiros estão em alerta, já que o próximo adversário também será argentino: nesta quarta-feira (21), o River Plate venceu o Argentinos Juniors por 2 a 0 e segue na competição.

Caetano, que se esquivou de uma barra de ferro utilizada pelo atacante Briasco para tentar agredi-lo, nunca vivenciou algo parecido no futebol, como ele mesmo relatou em entrevista coletiva realizada na tarde de ontem (21), na sede do Alvinegro. Contudo, mesmo aguardando punição exemplar aos Xeneizes e preferindo pensar que fora um fato isolado, ele sabe que o risco de o clima no país hermano ser mais hostil existe. Por isso, deixou claro que a Conmebol precisa entrar em ação, por considerar que o Boca foi o culpado das cenas lamentáveis ocorridas no Mineirão.

Para evidenciar que a delegação do Atlético-MG em momento algum quis que a rivalidade extrapolasse as quatros linhas, o dirigente contou que, pensando em transformar o caos em calmaria, o presidente Sérgio Batista Coelho não criou dificuldades para que os R$ 6 mil reais —valor da fiança cobrada pela polícia para liberar os detidos— saíssem dos cofres do clube, em empréstimo aos Xeneizes, que não tinham o montante disponível. Até a noite de ontem, inclusive, o pagamento não tinha sido feito pelos argentinos.

"Nós respeitamos as regras do jogo e esperamos que tenha sido apenas um episódio isolado. Estamos aqui representando a instituição e exigimos uma punição exemplar ao Boca Juniors pela depredação de patrimônio, pelas ameaças e por tudo o que presenciamos na noite de ontem", destacou Caetano durante a coletiva.

Independentemente do próximo adversário, que tenhamos o jogo transcorrendo apenas dentro de campo, sem que a integridade de todos nós esteja em risco. Contratamos inúmeros atletas e técnicos argentinos, porque admiramos o futebol deles. Por isso, esperamos que tudo o que aconteceu ontem tenha ficado no passado. Estaremos fiscalizando a Conmebol para que as atenções estejam voltadas apenas para o campo de jogo", acrescentou o executivo.

Ainda de acordo com Caetano, a logística para a Argentina não será alterada. O clube seguirá com 55 pessoas na delegação (limite estipulado pela Conmebol) e, se preciso, contratará seguranças argentinos para reforçar a sua equipe particular.

Medo de punição?

Sobre a tentativa do Boca Juniors-ARG de uma punição ao clube mineiro, por ser mandante e não atuar com mais eficácia durante todo o tumulto, Rodrigo Caetano usou o termo "absurdo".

"Bom, do futebol se espera tudo, mas não passa pela cabeça de ninguém que, depois de todo o ocorrido, não se vê um integrante do Galo adentrando no espaço que não era seu. Não houve nenhum tipo de situação diferente no campo de jogo. Se pegar as imagens do jogo, vocês verão quem eram os personagens próximos ao VAR", disse.

"Não passa pela cabeça que eles [Conmebol] vão chegar ao cúmulo do absurdo de qualquer punição ao Galo. Se isso acontecer, nós temos o nosso departamento jurídico extremamente competente. Apesar de tudo isso que se fala, as instituições CBF, Conmebol e Atlético têm boa relação. A gente acredita na lisura da competição".

Atlético-MG