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Hulk nunca teve o reconhecimento merecido no Brasil, diz Rafael Oliveira

Do UOL, em São Paulo

20/07/2021 04h00

Apesar da boa fase do Atlético-MG no Brasileirão —venceu as últimas cinco partidas e ocupa a vice-liderança—, o desempenho no primeiro jogo das oitavas de final contra o Boca Juniors ficou a desejar. Para garantir a classificação às quartas da Copa Libertadores, o Galo precisa melhorar o coletivo e não depender apenas da boa fase do atacante Hulk. O time comando por Cuca encara hoje (20) os argentinos, às 19h15, no estádio Mineirão.

No Fim de Papo Libertadores, live do UOL Esporte para analisar os confrontos de volta do mata-mata pelas oitavas de final da competição continental — com os jornalistas Mauro Cezar Pereira, Julio Gomes e Rafael Oliveira —, os comentaristas apontaram as atuações distintas do Galo nas duas competições e o momento em alta do camisa 7.

Para Rafael Oliveira, o atacante nunca teve o merecido reconhecimento no Brasil e é tardio o enaltecimento ao seu futebol com base na boa fase no time mineiro.

"Acho muito curiosa a discussão que começa a surgir em relação ao Hulk no futebol brasileiro, porque ela é o reconhecimento de um jogador acima da média e que está mostrando isso. Mas ela também é um atestado de como o reconhecimento muitas vezes é tardio quando o jogador não tem vínculo com os clubes brasileiros. O Hulk foi por anos ridicularizado quando era convocado para a seleção brasileira, sendo um dos principais atacantes de lado da Europa", disse.

"Agora que ele está mais próximo do dia a dia, que desequilibra jogos, não estando mais no auge da carreira, já começa o papo de como ele sobra na turma, de como ele é acima do resto, que é um atacante de seleção. Acho que isso diz muito sobre a gente, o Brasil, a forma de encarar os jogadores e muitas vezes menosprezar por desconhecimento, por não acompanhar o jogador. O Hulk teve uma carreira diferente, que poderia ter tido outros rumos. É compreensível. Em vários momentos ele optou por propostas economicamente melhores e não tem nenhum problema nisso", acrescentou.

O peso de Hulk

Na vitória sobre o Corinthians por 2 a 1, no último sábado (17), pelo Brasileirão, Hulk foi fundamental ao fazer os dois gols do Galo e encerrou um jejum de mais de dois meses sem balançar as redes. Apesar da seca, o camisa 7 deu cinco assistências e ajudou na construção de outros gols ao longo deste período.

Desta forma, o comentarista Mauro Cezar fez uma ressalva ao afirmar que o Atlético-MG tem dependido muito das boas apresentações do jogador, que chegou a 20 partidas consecutivas sem ser poupado pelo técnico Cuca.

"Ele literalmente está carregando o time. Sábado, contra o Corinthians, fez o gol da vitória e o gol de falta [no empate do Galo, aos 18 minutos do segundo tempo]. Ele dá assistências. A individualidade dele, a força, a técnica e o poder de finalização têm sido fundamentais para o Atlético. Se você imaginar o Atlético sem o Hulk, a coisa complica", analisou.

"Claro que tem outros bons jogadores, o Nacho [Fernández] se machucou, mas jogou contra o Boca. Mas o Hulk tem sido o ponto de desequilíbrio, é o cara que tem resolvido os problemas do Atlético. Mas coletivamente, o time foi muito mal [em La Bombonera]. Me surpreendeu positivamente o posicionamento do time argentino, que foi melhor que o Atlético", disse.

Com o empate em 0 a 0 em Buenos Aires, qualquer igualdade com gols dá a classificação ao Boca. Se o placar da semana passada se repetir, a vaga será decidida nos pênaltis. O time que vencer por qualquer resultado avança às quartas de final.