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Exposição na TV aberta atrai empresas e clubes fecham patrocínios pontuais

Arboleda, zagueiro do São Paulo, com taça do Paulistão - Reprodução/Instagram
Arboleda, zagueiro do São Paulo, com taça do Paulistão Imagem: Reprodução/Instagram

Henrique André

Do UOL, em Belo Horizonte

18/07/2021 11h52

Os acordos de patrocínio sempre foram de extrema importância para o orçamento dos clubes brasileiros. Com as receitas impactadas pela pandemia, os investimentos feitos pelas empresas ganharam força e as grandes decisões ou confrontos transmitidos na TV aberta atraem os empresários que buscam visibilidade das marcas. Em 2021, diversas agremiações da elite do futebol brasileiro já costuraram algum tipo de acordo para estampar uma logomarca de forma temporária.

Na final do Campeonato Paulista, o São Paulo assinou com a LG, empresa que teve passagem pela instituição em outros momentos vitoriosos. Já para a Libertadores, o tricolor paulista jogou com o logo da Amazon estampado no espaço principal do uniforme. Com a mesma empresa, o Flamengo promoveu ação similar durante a final da Supercopa do Brasil.

Ainda no Sudeste, o Atlético-MG teve o Posto Ale como patrocinador pontual na final do Campeonato Mineiro, quando despachou o América-MG e ficou com o caneco da competição. Na ocasião, a empresa teve sua marca estampada na lateral da camisa, na altura da cintura.

"As ativações são interessantes quando uma empresa busca a divulgação de um produto ou entrada em um novo mercado. A estratégia é viável para se aproximar dos times e almejar parcerias concretas. Com cautela, pode ser um plano rentável, mas não é a principal forma de massificação de uma marca no futebol", conta Fernando Lamounier, diretor de marketing da Multimarcas Consórcios.

No Nordeste, o Fortaleza seguiu uma linha parecida no mercado. Na busca por minimizar os impactos da ausência dos torcedores no estádio, o Tricolor do Pici assinou acordos provisórios para a Copa do Nordeste, mas também conseguiu acertar com o novo patrocinador máster para a sequência do ano.

"Estas parcerias são importantes, o acréscimo na receita facilita o planejamento financeiro do clube. Quando as partidas são transmitidas em Rede Nacional, os espaços são mais valorizados, as agências entram em contato com o departamento de marketing para esta capitalização. O Fortaleza não trabalha com metas, os patrocínios pontuais possuem o seu valor, mas os contratos permanentes são mais importantes a longo prazo para o fluxo de caixa", afirma Marcelo Paz, presidente do Leão.

Já a Chapecoense possui um caso curioso, a equipe de Santa Catarina disponibilizou três ''espaços'' na camisa e estipulou arrecadar R$3 milhões durante o Brasileirão. Nas partidas selecionadas, as empresas podem comprar esse espaço para a divulgação no uniforme. Para Renê Salviano, especialista em marketing, estas alternativas podem ser positivas, mas devem ser trabalhadas de forma profissional.

"No momento em que estamos vivendo, as novas fontes de receitas são muito importantes para os times. O uniforme possui grande força de prospecção e deve ser aproveitado. A exposição da logomarca na camisa é muito valiosa, mas as instituições precisam trabalhar em ativações para concretizar estas parcerias e entregar um bom produto final ao patrocinador", afirma o fundador da HeatMap.

De volta à Série A em 2021, o Juventude conseguiu alavancar as receitas com novas relações comerciais para a disputa da primeira divisão. Para a partida contra o Palmeiras, exibida em horário nobre para quase todo o país, o clube gaúcho estampou um acordo pontual e fez a estreia do patrocínio máster.

"A procura por patrocínios deste tipo é recorrente durante o campeonato. Nos principais jogos, as empresas trabalham algumas ativações regionalmente e usam o uniforme como forma de exposição. Para esta edição, estimamos arrecadar 5% em acordos pontuais da cota total estabelecida para este tipo de investimento", relata Fábio Pizzamiglio, vice-presidente de marketing do Juventude.

A crise vivida pelo país em meio ao início da pandemia causada pela Covid-19 parece não ter afetado a relação dos patrocinadores com os clubes de futebol. Depois de 15 meses desde que o vírus chegou ao país e as competições foram paralisadas, em março de 2020, mais de 120 novos acordos ou renovações de patrocínios aconteceram entre os clubes da série A.

"Durante a pandemia mantivemos nossos contratos de patrocínio e ampliamos a exposição da marca com parceiros, por meio da exposição e ativação das redes sociais. A manutenção do vínculo com nosso patrocinador máster, em um momento crucial vivido pelo país, foi um fator importante da nossa gestão, levado em conta pelo papel de protagonismo e profissionalização que pretendemos colocar em prática em nosso mandato", explicou Alessandro Barcellos, presidente do Internacional.

Além da Americanas, o Colorado fechou recentemente um acordo com a empresa de apostas Betsul.