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Técnico sensação da Série B foi 1ª aposta de Eurico e "desistiu" do Vasco

Técnico do Náutico, Hélio dos Anjos comandou o Vasco em 2001, mas deixou o clube alegando salários atrasados - CAIO FALCãO/NáUTICO
Técnico do Náutico, Hélio dos Anjos comandou o Vasco em 2001, mas deixou o clube alegando salários atrasados Imagem: CAIO FALCãO/NáUTICO

Alexandre Araújo e Bruno Braz

Do UOL, no Rio de Janeiro

17/07/2021 04h00

O Vasco terá amanhã (18), às 16h, em São Januário, um duro confronto contra o Náutico, líder isolado da Série B e invicto na competição. No comando do Timbu está o experiente treinador Hélio dos Anjos, velho conhecido do torcedor vascaíno e que foi a primeira —e frustrante— aposta de Eurico Miranda quando assumiu a presidência do clube, em 2001.

Substituindo o lendário ex-presidente Antônio Soares Calçada, Eurico viu no técnico as credenciais necessárias para dar prosseguimento ao elenco que havia acabado de se tornar campeão brasileiro (Taça João Havelange).

Hélio dos Anjos vinha em ascensão após se destacar no Goiás e tinha como conforto o tradicional discurso de Miranda de dar tempo de trabalho aos treinadores independentemente de qualquer pressão. Porém, as coisas acabaram não saindo como o dirigente imaginava.

O técnico ficou menos de dois meses em São Januário. Foram apenas 16 jogos, com oito vitórias, cinco empates e três derrotas. O desligamento partiu do próprio Hélio dos Anjos, que alegou salários atrasados e resolveu retornar para o Goiás, fazendo com que, posteriormente, Eurico Miranda contratasse Paulo César Gusmão —trabalho que também não vingou, durando apenas até o fim de 2001.

Em 2008, ano em que o Vasco viria a ter a primeira de suas quatro quedas para a Série B, Hélio dos Anjos justificou sua decisão de deixar São Januário para retornar ao Goiás.

"Administrativamente eu sabia que o Vasco iria chegar onde está hoje. Era tudo muito complicado. Eu previa isso. E saí de lá porque não me pagaram. Sou um pai de família, vivo da minha profissão. Quando optei por trocar o Vasco pelo Goiás foi porque o Goiás oferecia condições de trabalho", declarou à Rádio Brasil, complementando:

"Um profissional não consegue viver no Rio de Janeiro se ficar três meses e meio sem receber. E foi o que aconteceu. Não vou vender minha alma para trabalhar em clube grande. Entrei na Justiça para receber o que tenho direito. Não quero nada além disso".

Um "cigano da bola"

Hélio dos Anjos tem uma extensa carreira e pode ser considerado um cigano da bola.

Desde 1985 exercendo a carreira de treinador, Hélio nunca ficou um ano sem trabalhar desde então e tem em seu currículo dezenas de equipes comandadas —com destaque a idas e vindas em alguns endereços, casos de Goiás (cinco passagens), Fortaleza (quatro), Juventude (quatro), Sport (três) e Vitória (três).

O treinador está no Náutico desde novembro do ano passado.

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