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Scarpa diz que buscou 'solução interna' para render mais após quase sair

Gustavo Scarpa controla a bola em partida do Palmeiras contra o Defensa y Justicia - Marcello Zambrana/AGIF
Gustavo Scarpa controla a bola em partida do Palmeiras contra o Defensa y Justicia Imagem: Marcello Zambrana/AGIF

Colaboração para o UOL, em São Paulo

15/07/2021 13h26

No início do ano passado, Gustavo Scarpa quase foi vendido ao Almería, clube da segunda divisão espanhola. Após a negociação frustrada, o meia conquistou três títulos pelo Palmeiras e, em 2021, vive seu melhor momento no clube. O jogador disse que hoje é grato por não ter saído e contou que mudou internamente para atingir seu melhor rendimento após esperar algum tempo por mudanças externas.

"Todo mundo sonha em jogar em um grande clube europeu. Os anos estão passando. Não estou ficando mais novo. Claro que se aparecesse uma proposta da primeira divisão da Espanha, eu iria preferir, mas apareceu da segunda divisão. Qual foi meu pensamento? Quantos jogadores não deram um passo para trás, pisaram na Europa, em um clube de menor expressão? E eu queria pisar na Europa. Aí, apareceu o Almería, eu pesquisei, cidade legal. Queria realizar o sonho de jogar na Europa, queria sair um pouco do Brasil, estou de saco cheio dessa cultura nossa. Não deu certo, mas seja o que Deus quiser", contou Scarpa em entrevista ao TNT Sports, no YouTube.

"Estou de saco cheio da cultura brasileira. Torcida, tem umas reclamações nada a ver enquanto eu jogava fora de posição. Da falta de educação, enfim. O que eu pensei: 'eu quero ir para um lugar onde se eu nem saber o que está acontecendo, está bom. Preciso de um tempo para minha mente'. Esse tempo não veio e eu agradeço demais. Às vezes, a gente espera uma solução muito externa e a solução é interna. Eu que mudei", completou.

Solução pessoal assumindo riscos

Scarpa não esconde que não estava satisfeito em jogar fora de sua posição e contou que decidiu assumir riscos e experimentar coisas novas dentro de campo no Campeonato Paulista, onde teve sequência como meia, mesmo atuando entre os reservas. A tática funcionou e o jogador se destacou na competição a ponto de ganhar um lugar entre os titulares a partir do início do Brasileirão.

"Como eu não era titular, não ia jogar de meia na Libertadores, pensei em fazer o meu máximo no Paulista, ir para cima, tentar fazer coisas novas, já não tinha nada. Contra o Santos, por exemplo, no Paulista, eu dei um chapéu para trás. Eu nunca fiz isso. E tinha gente que falava: 'Você é habilidoso, você precisa se soltar, dar elástico, caneta, chapéu'. Quando você acerta uma coisa dessas, você ganha um duelo do adversário e isso te dá uma confiança inexplicável", disse.

"Eu não era titular, entrava com receio de errar e mesmo assim saía do time, não tinha sequência, então tentei inovar, fazer o que não estava fazendo para ver se dava resultado. É uma batalha 'sinistra' na mente. Você já entra em campo pensando na pressão que é o Palmeiras, no massacre que vem da internet com um erro, torcida pichando o nome no muro. Pensei em ir para cima. Deu certo", complementou.

Sobre o período em que atuou improvisado em outras funções no Palmeiras, Gustavo Scarpa destacou que sempre preferiu jogar como lateral que como ponta. O meia disse que o motivo é que nessa posição ele entende ser mais fácil fazer a marcação.

"Eu sempre tive facilidade para jogar de lateral. Prefiro jogar de lateral do que de ponta. Se for para improvisar, me sinto mais à vontade de lateral. Apesar de a região em que o lateral joga ser mais perigosa caso ele seja driblado, ele está sempre de frente para o jogo com a bola. E, apesar de as distâncias serem mais longas, acho mais fácil marcar um ponta jogando como lateral do que marcar lateral jogando como ponta. (...) Mas sou profissional, tenho que me adaptar", completou.

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