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Empresa do VAR do Carioca 2020 aciona Ferj na Justiça e cobra R$ 450 mil

O árbitro Alexandre Tavares faz consulta ao VAR durante Portuguesa x Fluminense, no Luso Brasileiro, pelo Carioca 2021 - Jorge Rodrigues/AGIF
O árbitro Alexandre Tavares faz consulta ao VAR durante Portuguesa x Fluminense, no Luso Brasileiro, pelo Carioca 2021 Imagem: Jorge Rodrigues/AGIF

Alexandre Araújo e Thiago Braga

Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP)

14/07/2021 20h16

A Hawk-Eye Innovations Limited, empresa que pertence ao Grupo Sony e que fornece tecnologia para o uso do VAR, acionou a Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj) na Justiça para a cobrança de uma dívida de pouco mais de R$ 450 mil, referente à utilização do serviço em partidas do Campeonato Carioca do ano passado.

Na ação, a Hawk-Eye cita 13 jogos em que o VAR esteve disponível, com valores de R$ 40 mil e R$ 25 mil cada, e uma troca de e-mails em que a Ferj concordava que o pagamento acontecesse até março deste ano. A informação foi publicada, primeiramente, pelo "ge" e confirmada pelo UOL Esporte.

Ainda no documento, a empresa demonstra que foi procurada pela federação para que pudesse prestar serviço no Estadual desta temporada. Porém, para que o acordo pudesse ser firmado, a Hawk-Eye apontou a necessidade de a dívida referente ao Carioca 2020 ser quitada e a quantia de 2021 ser paga de forma antecipada. O novo contrato acabou não sendo alinhado entre as partes.

Hawk-Eye acionou Ferj na Justiça por dívida referente ao Carioca de 2020 - Reprodução - Reprodução
Imagem: Reprodução

"A requerente manifestou sua disponibilidade para prestar os serviços e fornecer a tecnologia para os jogos do ano de 2021, com a mesma qualidade operacional e técnica já disponibilizada anteriormente à requerida, mediante a condição de que a pendência financeira referente ao ano de 2020 fosse solucionada e que os valores relativos às partidas da temporada 2021 fossem antecipadamente quitadas, o que jamais se verificou, apesar das reiteradas solicitações da requerente e das infundadas promessas de pagamentos por parte da requerida", diz trecho da ação.

Sem sucesso nas negociações para uma "composição amigável", a empresa, então, acionou a Justiça e pede que o pagamento seja feito em um prazo de 15 dias a partir da data em que a Ferj for notificada.

"Ante todo o exposto, pugna a requerente para que seja expedido o competente mandado monitório, nos moldes do artigo 701 do Código de Processo Civil, para que a requerida efetue o pagamento do valor de R$ 450.532,54 (quatrocentos e cinquenta mil quinhentos e trinta e dois reais e cinquenta e quatro centavos), devidamente acrescido de correção monetária desde a data de ajuizamento da ação e de juros de mora desde a citação, no prazo de 15 dias (quinze dias)".

Procurada, a Ferj divulgou uma nota em que admite a dívida com a Hawk Eye, mas ressalta as consequências econômicas da pandemia de coronavírus, com os jogos sem a presença de público, e aponta que ainda não recebeu a última cota referente ao Carioca 2020.

"É fato mais do que sabido que a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro não recebeu o pagamento da última cota do Campeonato Carioca de 2020. Esse fato, aliado à ausência de receita pelos jogos sem público, teve como consequência a impossibilidade de cumprir o compromisso com a Hawk Eye, situação que será sanada tão logo seja possível. A Ferj vem desenvolvendo esforços nesse sentido, pede desculpa pelo transtorno causado e reafirma que não deixará de honrar seus acordos"