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Com Nenê e Xerém, Flu supera falta de Fred e abre vantagem na Libertadores

Nenê comandou o Fluminense com atuação de gala na vitória sobre o Cerro Porteño na Libertadores - Reprodução/Twitter Conmebol
Nenê comandou o Fluminense com atuação de gala na vitória sobre o Cerro Porteño na Libertadores Imagem: Reprodução/Twitter Conmebol

Caio Blois

Do UOL, no Rio de Janeiro

14/07/2021 04h00

O torcedor tricolor coçou a cabeça quando Fred partiu para roubar e levou a mão à coxa. Como nos velhos tempos, o corpo do atacante cobrava a conta, e o Fluminense vivia um drama às vésperas da Libertadores. Em campo, entretanto, o time de Roger Machado não tomou conhecimento do Cerro Porteño, e contou com grande atuação de Nenê e Xerém para abrir vantagem nas oitavas de final.

Dizer que a equipe não sentiu a ausência do camisa 9 seria injusto, mas, dentro das possibilidades, soube superar o desfalque, contando com o importante retorno de Abel Hernández ao time titular.

O uruguaio iniciou seis jogos pelo Flu, e em nenhum deles o time foi derrotado. Outros jogadores também se destacam no retrospecto: Egídio, que fez seu primeiro gol pelo Tricolor, só tem três derrotas nas últimas 35 partidas. Caio Paulista, mais uma vez destaque com duas assistências, sofreu apenas dois reveses nos 18 jogos como titular.

Já um clichê nas análises do Fluminense, a mescla mais uma vez funcionou. Se os experientes Nenê e Egídio balançaram as redes, os destaques foram outros jovens. Além de Caio, o Tricolor viu André e Luiz Henrique, alternativas ao time titular, brilharem em La Olla Azulgrana. O volante teve nove roubadas de bola, e o ponta levou os paraguaios à loucura, seja pela direita ou pela esquerda, participando do gol do camisa 77 que abriu o placar em Assunção.

Armas que o criticado Roger soube mais uma vez usar para pavimentar um caminho de 62,7% de aproveitamento à frente da equipe. Ainda que os números mostrem apenas 38% de posse de bola no Paraguai, o Flu se assustou mais com o VAR do que com o Cerro. E finalizou 15 vezes, sendo 12 dentro da área adversária. O domínio foi tanto que uma goleada não só seria justa como merecida, não fossem chances claras perdidas por Lucca e o próprio Abel.

"Conseguimos controlar um adversário forte, criamos bastante mesmo jogando fora de casa e dessas oportunidades criadas conseguimos dois gols. Penso então que foi conseguir se aproveitar dos espaços que imaginávamos que aconteceria e, sobretudo, neutralizar as principais virtudes dos nossos adversários na maior parte do tempo", definiu o técnico.

Nenê tem atuação de gala

Mesmo após uma temporada de 20 gols, Nenê ainda sofre com certa desconfiança de parte da torcida do Fluminense. Em 2021, embora os concorrentes não venham em grande fase e seus números sigam consistentes — são cinco gols e sete assistências em 26 jogos —, o camisa 77 chegou a deixar o time titular.

Se existia alguma dúvida, entretanto, a atuação de gala do meia no Paraguai tratou de resolver. Para além do belo gol e de uma cobrança de falta na trave, o jogador de quase 40 anos comandou a equipe, colocou os jovens para correr e regeu os companheiros como um maestro, com a braçadeira de capitão a tiracolo.

Ao balançar as redes, se tornou o jogador mais velho da história a marcar em um mata-mata de Libertadores, superando Carlos Angel López, que marcou com 38 anos e 281 dias na oitavas de final do torneio de 1991, pelo Bolívar.

"É uma alegria muito grande ter feito nesse jogo tão importante para a gente. Até hoje, era o mais importante da temporada do Fluminense. Fico até emocionado porque era um jogo ao qual esperavam muito da gente, e graças a Deus pude ajudar meus companheiros a conquistar uma grande vitória. Isso me dá muito mais motivação ainda para continuar ajudando e honrando essa camisa", disse.

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