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Campeões pelo Boca analisam duelo contra o Atlético-MG e voltam ao passado

Ribolzi e Basulado foram campeões da Libertadores pelo Boca e sabem bem o peso da camisa dos Xeneizes - Reprodução
Ribolzi e Basulado foram campeões da Libertadores pelo Boca e sabem bem o peso da camisa dos Xeneizes Imagem: Reprodução

Henrique André

Do UOL, em Belo Horizonte

13/07/2021 04h00

Finalmente chegou o dia que os torcedores de Boca Junior-ARG e Atlético-MG tanto aguardavam. A partir das 19h15 (de Brasília), as duas equipes se enfrentam em La Bombonera, místico palco do futebol argentino, e iniciam a batalha por uma vaga nas quartas de final da Libertadores. Pela televisão, dois ex-campeões pelo time Xeneize verão um filme passar pela cabeça.

Campeão da Libertadores em 1977 e 78, o ex-meia Jorge Daniel Ribolzi acredita que a ausência de público (em Buenos e Belo Horizonte) seja uma perda importante para argentinos e brasileiros, já que ambos possuem torcidas apaixonadas.

"É como um alívio para os rivais jogar em La Bombonera sem torcida. Os torcedores empurram e, por mentalidade, nunca dão nada por encerrado. A pandemia nos faz ver um futebol diferente, sem a alegria da torcida. Isso também vai acontecer com Boca quando for enfrentar o Atlético Mineiro em Belo Horizonte. As torcidas são muito parecidas", destaca El Ruso (apelido que recebeu ainda como atleta) ao UOL Esporte.

Sobre a primeira vez que ganhou o torneio pelo Boca, o hoje torcedor apaixonado, relembra a final de 1977, quando teve o Cruzeiro de Nelinho e companhia pela frente na decisão. Ele, inclusive, rasga elogios ao ex lateral-direito, que também atuou pelo Atlético-MG.

"Recordo da final da Libertadores contra a grande equipe do Cruzeiro. Nelinho era um fenômeno. Era impressionante como pegava na bola. Ganhamos em La Bombonera, perdemos em Belo Horizonte e ganhamos nos pênaltis no Uruguai. Respeito muito o jogo, a história e os grandes jogadores que vi no Brasil. São equipes distintas. Finais entre brasileiros e argentinos são lindas", acrescenta Ribolzi, atualmente com 68 anos.

Ainda segundo o argentino, o grande desafio de Miguel Ángel Russo, técnico do Boca, e de seus jogadores, será explorar o máximo do elenco, que tem sido montado ao longo da temporada. A falta de sequência e de uma pré-temporada adequada podem ter reflexos em campo.

ribolzi - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
El Ruso enfrentou o Cruzeiro na final da Libertadores de 1977 e se impressionou com Nelinho
Imagem: Arquivo Pessoal

Basualdo

Outro ex-jogador do Boca Juniors-ARG entrevistado pela reportagem foi José Horacio Basualdo, que também atuava como meio-campista. Hoje, aos 58 anos, ele também guarda na memória duelos que fez contra equipes brasileiras. Bicampeão da Libertadores —em 1994 ele levantou o caneco pelo Vélez Sarsfield e em 2000 pelo Boca— e bicampeão mundial, o agora treinador sente um clima diferente na Argentina, principalmente após o último final de semana.

"Os argentinos estão esperançosos. O que passou na Copa América influi no ânimo do país. Mas as partidas têm que ser jogadas. É uma fase importante da Libertadores com dois times de camisa. Creio que sejam confrontos do mesmo nível da final da Copa América", destaca Basualdo, que em 1993 ganhou o torneio que, até sábado (10), era o último caneco levantado pela seleção de seu país.

Vindo de derrota para o Racing na semifinal da Copa da Liga Argentina, sem atuar desde 31 de maio e buscando o melhor futebol na temporada, o Boca não vive seus melhores dias. A reformulação no elenco e a busca por novas peças fazem com que a sobrevivência na Libertadores seja colocada em xeque. Contudo, mesmo neste cenário, Basualdo acredita que os Xeneizes possam valer a tradição no torneio mais importante da América do Sul.

"Boca tem que ir de partida a partida. O time não está indo muito bem no campeonato e não joga na mesma frequência, como faz o Atlético. Mas o Boca sempre está preparado para ganhar a Libertadores. Isso está sempre na cabeça da comissão técnica e dos jogadores. Boca vai em busca da sétima e nunca pensa que não tem condições de ser campeão", acrescenta.

Apesar de nunca ter enfrentado o Galo, o ex meio-campista relembra duelos importantes que fez contra dois clubes paulistas. Em 2000, ele ajudou o Boca a desbancar o Palmeiras e a dar a volta olímpica numa disputa acirradíssima pelo título do torneio.

"Nunca enfrentei o Atlético-MG, nem pelo Vélez. Já enfrentei o Palmeiras, quando ganhamos a Libertadores e, pelo Vélez, joguei contra o São Paulo. Naquela época, Brasil tinha meia seleção e os melhores jogadores. No Palmeiras tinha Asprilla, Alex e outros. Sempre foi muito difícil enfrentar os times brasileiros. Tenho muito respeito", finaliza.

A partida de volta entre Atlético-MG e Boca Juniors-ARG está marca para terça-feira (20) e será disputada a partir das 19h15 (de Brasília), no Mineirão, em Belo Horizonte.

Ficha Técnica:
Boca Juniors-ARG x Atlético-MG

Motivo: 1º jogo das oitavas de final da Libertadores
Data: 13 de julho de 2021 (terça-feira)
Local: La Bombonera, na Argentina
Horário: 19h15 (de Brasília)
Árbitro: Andrés Rojas (COL)

Boca Juniors-ARG: Rossi; Weigandt, Izquierdoz, Rojo e Sandez; Rolon, Medina, D. Gonzalez; Pavon, Villa e Briasco. Técnico: Miguel Ángel Russo

Atlético-MG: Everson; Mariano, Réver, Alonso, Dodô (Tchê Tchê); Allan, Zaracho, Tchê Tchê (Jair), Nacho Férnandez; Savarino e Hulk. Técnico: Cuca

Transmissão: Fox Sports. O Placar Uol também acompanha o duelo em tempo real.

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