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OPINIÃO

Mauro Cezar: Bagunça tática evidenciou Tite sem ideia quando em dificuldade

Do UOL, em São Paulo

12/07/2021 16h27

A seleção brasileira perdeu a final da Copa América para a Argentina na noite de sábado (10), com a equipe comandada por Tite encontrando dificuldades depois de sair atrás no placar e dependendo muito das jogadas de Neymar, enquanto o time treinado por Lionel Scaloni jogou para segurar o placar e teve êxito para ficar com o título.

No podcast Posse de Bola #142, Mauro Cezar Pereira afirma que Tite deixou o time taticamente desorganizado com as substituições promovidas, tirando Fred e Lucas Paquetá para colocar Firmino e Gabigol no segundo tempo, apostando em atacantes de deixando pouca criatividade no meio de campo, o que mostrou mais uma vez a falta de ideias no momento de dificuldade.

"O que ele fez no sábado foi bizarro, o Brasil não tinha mais meio-campo, tirou dois homens de meio-campo, empilhou atacantes e aí o Neymar acho até que teve muita iniciativa, ele pegava a bola e tentava resolver, porque não tinha jogada, não tinha com quem tabelar, não tinha parceiro, todo mundo espetado no ataque, o Gabigol saía para tentar fazer jogada fora da área, até deu um chute do bico direito da área, em uma situação dessas, porque é tanta gente ali, muita bagunça", diz Mauro Cezar.

"Aquela bagunça tática, na minha opinião, evidenciou o seguinte, ele não tinha a menor ideia do que fazer quando em dificuldade, perdendo por 1 a 0, ele não sabia o que fazer e aí saiu metendo os pés pelas mãos. Aí você vai lembrar que na Copa do Mundo também, contra a Bélgica, os 2 a 0 que surpreendem o Brasil, o Brasil depois na disposição, na qualidade dos jogadores, pressiona, faz um gol e flerta com o empate, mas também foi bem desorganizado. A equipe não tem equilíbrio", completa.

Mauro também afirma que a opção por deixar Neymar mais à frente, sem a necessidade de voltar para marcar, acaba sacrificando o próprio jogador, que rendeu bem no Paris Saint-Germain atuando mais recuado, criando jogadas, na última temporada.

"Ele sacrificou muito o Neymar ao tentar deixá-lo em uma situação confortável, porque o Neymar passou boa parte da Copa América, todo mundo volta para marcar e o Neymar fica lá na frente, como se ele não tivesse que ter outra função, o Neymar no PSG, os melhores momentos dele nessa temporada, na minha opinião, foi jogando, participando do jogo, como 10, vindo de trás, dominando, ficando com a bola, tomando falta, mas distribuindo o jogo, dando assistências e fazendo gols", diz Mauro.

"Ele pega o Neymar e isola como principal atacante e coloca os outros operários, Gabriel Jesus, Richarlison, qualquer um, se o Gabigol entra no time, o Gabigol tem que voltar para marcar, para cercar, porque o Neymar fica lá paradão na frente para quando a bola chegar o pé dele, ele vai resolver", conclui.

Posse de Bola: Quando e onde ouvir?

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