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Conselho Fiscal da CBF sobre Caboclo: 'Futebol não pode tolerar assédio'

Rogério Caboclo, presidente da CBF - Lucas Figueiredo/CBF
Rogério Caboclo, presidente da CBF Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Igor Siqueira

Do UOL, no Rio de Janeiro

06/07/2021 20h16

Os membros do Conselho Fiscal da CBF enviaram uma carta ao presidente da Comissão de Ética do Futebol Brasileiro, Carlos Renato Ferreira, para manifestar apoio à decisão de afastar temporariamente Rogério Caboclo da presidência da entidade.

O documento ao qual o UOL Esporte teve acesso é assinado por Antônio Carlos de Oliveira Coelho, presidente do órgão fiscalizador, e pelos membros Arthur Briquet Junior e Marco Antônio Russo. No texto, eles dizem à Comissão de Ética que "o futebol não pode mais tolerar o assédio e a misoginia".

Rogério Caboclo está fora do cargo após se tornar alvo de denúncia de assédio moral e sexual por parte de uma funcionária. Ele nega que tenha cometido crime, critica a condução do processo pela comissão de ética e deve ficar afastado preventivamente por até 90 dias, somando duas decisões proferidas pelo órgão — uma em 6 de junho e outra em 3 de julho.

Os integrantes do Conselho Fiscal foram eleitos com Caboclo em abril de 2018. Eles acrescentam na carta que "atitudes como as cometidas pelo presidente afastado envergonham todos aqueles que se dedicam, lutam e trabalham dioturnamente pelo engrandecimento do futebol brasileiro".

O Conselho Fiscal é o órgão que emite parecer a respeito das demonstrações financeiras da entidade. No balanço mais recente, o órgão declarou que "reuniu-se regularmente durante o ano-calendário de 2020 e examinou os balancetes e documentos da entidade, comprovando a lisura e autenticidade de sua escrituração contábil".

Mas na carta à comissão de ética, o trio considera que "a CBF atravessa a maior crise de seus 107 anos", apesar de a entidade já ter sido chacoalhada pelo Fifagate, por exemplo, o escândalo de corrupção que fez José Maria Marin e Marco Polo Del Nero serem banidos pela Fifa.

Em nota, Caboclo disse que "estranha o fato de que integrantes do Conselho Fiscal venham a se manifestar em assunto que não faz parte de suas atribuições".

O dirigente ainda considera que "os integrantes do referido Conselho antecipam a ideia de condenação". O presidente afastado ressalta que nem mesmo apresentou defesa ou foi ouvido. Para Caboclo, o posicionamento "só se justifica se a manifestação tiver sido motivada por pressões políticas".