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Preparador do Palmeiras vê Jaílson tecnicamente apto a jogar por mais tempo

Goleiro do Palmeiras, Jailson defende pênalti em jogo contra o América-MG - Cesar Greco/Palmeiras
Goleiro do Palmeiras, Jailson defende pênalti em jogo contra o América-MG Imagem: Cesar Greco/Palmeiras

Diego Iwata Lima

De São Paulo

30/06/2021 04h00

Há um ano no Palmeiras, Rogério Godoy, preparador de goleiros, tem três jogadores muito diferentes sob seu comando. Weverton, 33, é goleiro da seleção brasileira e está no auge. Vinícius Silvestre, 27, tem poucas horas como titular e carece de tempo de jogo. E Jaílson, 39, caminha para a parte final de sua carreira. Sobre o veterano, que só tem mais seis meses de contrato, Godoy tem uma opinião contundente:

"Tecnicamente, ele tem totais condições de seguir jogando", afirmou ele em entrevista ao UOL. "Não fala de outros aspectos, como o financeiro, falo apenas pelos pontos de vista técnico e físico", enfatiza.

"Basta observar os jogos que o Jaílson vem fazendo. Ele comprou o nosso trabalho e está muito bem preparado", disse. "Ele treina com os garotos, faz o treino mais intenso", revelou. "Por isso entrou bem, mesmo estando sem jogar há um tempo".

Mas é quando fala sobre Weverton que o treinador realmente se derrete. Tendo trabalhado com Dida, Marcelo Grohe e outros, ele vê em Weverton o atleta mais impressionante que já treinou.

"Ele tem o kit completo", diz ele, se referindo às habilidades defendendo com as mãos e iniciando o jogo com os pés.

Fã de Taffarel e Chilavert, Godoy chegou ao Palmeiras depois de 15 anos no Grêmio, por indicação de Vanderlei Luxemburgo, com quem trabalhara no clube gaúcho em 2012. Juntos, eles conquistaram o Campeonato Paulista. O técnico saiu pouco depois. Mas Godoy seguiu no clube e participou da temporada mais vitoriosa da história verde.

De Luxa, que o indicou, para um técnico português que jamais havia trabalhado no Brasil, a transição de Rogério poderia ter sido complicada. Não foi. Muito porque o trabalho de preparação de goleiros brasileira é avançada em relação ao resto do planeta.

"Quando o Abel chegou, ele me procurou para dizer que me daria uns artigos europeus sobre preparação de goleiros", conta ele. "Depois de um tempo, fui perguntar sobre os artigos. Ele me disse: "Não, vamos deixar assim, para eu não te atrapalhar" ", revelou, entre risos.

Weverton terá perda de ritmo pelo tempo sem jogar

Rogério explicou que Weverton terá uma perda de ritmo por conta do tempo apenas treinando na seleção. Até porque, a rotina que ele vinha tendo no Palmeiras não era de muito treino.

"Naquela época em que o Palmeiras estava jogando quase três vezes por semana, havia dias que os outros goleiros treinavam, e o Weverton só recuperava", disse ele, usando o jargão futebolístico para um tipo de treino que mais regenera fisicamente do que desgasta.

Para reverter esse quadro de perda de ritmo com a seleção, Godoy tem só uma recomendação: "Tem que colocar para jogar", diz ele.

Aos 51 anos, Rogério Godoy tem um claro apreço pela função que exerce hoje. E é nela que ele conquistou os títulos que não ganhou como jogador, pelo pequeno Clube Esportivo Aimoré, onde passou a maior parte de sua carreira.

"Eu digo que não fui goleiro, fui um dublê de goleiro", brinca. "Goleiro de verdade é quem joga nos clubes grandes. Nos pequenos, você é só dublê", diz o profissional, por cujas mãos, para usar a analogia dele, passaram alguns dos atores mais importantes da posição no Brasil.