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Eliminada, Venezuela teve surto de covid e 46 jogadores na Copa América

A Venezuela caiu da Copa América ao ser derrota pelo Peru, domingo, em Brasília -  Buda Mendes/Getty Images
A Venezuela caiu da Copa América ao ser derrota pelo Peru, domingo, em Brasília Imagem: Buda Mendes/Getty Images

Marinho Saldanha

Do UOL, em Brasília (DF)

28/06/2021 04h00

A Venezuela está eliminada da Copa América. Com a derrota por 1 a 0 para o Peru, ontem (27), o time de Jose Peseiro volta para casa mais cedo. Sua trajetória na competição não foi nada simples. Com 46 jogadores, entre convocados e liberados, surto de covid e problemas de lesão, o time não conseguiu superar tantas pedras pelo caminho.

Na série de infortúnios pelo Brasil, dois jogadores testaram positivo para covid-19 antes do embarque, foram 28 convocados, 15 chamados às pressas, um convocado isoladamente, e 14 casos de infecção pelo novo coronavírus entre atletas e membros da comissão técnica. Vamos a essa longa história.

Os problemas venezuelanos começaram antes mesmo da viagem. Foi quando a equipe perdeu quatro jogadores. Soteldo não veio ao Brasil para abertura da competição em razão de uma lesão muscular. Wilker Ángel e Fletscher testaram positivo antes do embarque, e Thomas Rincón foi afastado por um quadro viral. Entrou no grupo disponível o defensor Hernández.

Chegaram ao Brasil 26 atletas, e mais um problema surgiu. A delegação teve um surto de covid-19, que tirou oito jogadores e três membros da comissão técnica de atividade, reduzindo o grupo de disponíveis para 18.

Temendo novos casos, a seleção venezuelana, então, chamou 15 jogadores de forma emergencial para a competição. Após a estreia, mais um jogador foi agregado ao grupo, enquanto os que testaram positivo seguiram isolados em Brasília —local da derrota para o Brasil.

E a sorte realmente não estava a favor da Vinotinto. Não bastava perder jogadores, a covid-19 escolheu os principais talentos do time. Savarino, Ferraresi, Otero, Josef Martínez, Rosales, todos foram infectados.

Nesta altura da competição, a delegação contava com 33 atletas. Até dias antes da última rodada, quando os jogadores infectados voltaram após isolamento. Então, com oito acréscimos, a seleção liberou 11 jogadores. E Soteldo, que retornou de lesão, também foi unido ao grupo. Ficaram 31 disponíveis.

Mas o coronavírus não tinha abandonado a Venezuela. Na véspera do jogo contra o Peru, a equipe perdeu o atacante Aristeguieta.

"A resposta que podíamos dar era lutar por essa camisa, pelo grupo. Dentro do que tínhamos, não poderíamos pedir mais aos jogadores. A responsabilidade pela eliminação é minha, pois perdemos. Mas é óbvio que tudo isso nos afetou. Com um time com todos disponíveis, tínhamos a ilusão e poderíamos brigar por algo importante na Copa América", disse o técnico Jose Peseiro.

Não foi apenas isso, a seleção também sofreu com baixas por lesão e jogadores importantes que não puderam ser chamados. Josef Martínez, ainda que integrando a delegação, não chegou a jogar. Salomon Rondón, Machís e Herrera também não puderam atuar. Soteldo jogou por aproximadamente 30 minutos.

Com tantos problemas, os venezuelanos acabaram vítimas fáceis do destino. Foram apenas dois gols marcados na competição e dois pontos conquistados em quatro partidas. A Copa América acabou na derrota para o Peru, mas passou muito além do campo para os venezuelanos.